Victor Martins
Do UOL, em Belo Horizonte
No fim da tarde dessa segunda-feira, o Grêmio conseguiu bloquear mais de R$ 10 milhões do Atlético-MG, referente à venda de parte dos direitos do atacante Lucas Pratto, ao São Paulo. Por decisão deferida pelo juiz Mauro Caum Gonçalves, da 17ª Vara Cível de Porto Alegre, o clube paulista tem de depositar a quantia de R$ 10.508.626,19 em uma conta do órgão. Decisão que o Atlético vai recorrer.
Na prática, o que muda para o clube mineiro ter mais de R$ 10 milhões bloqueados pela Justiça? De imediato o clube não sofre, pelo menos de acordo com o presidente Daniel Nepomuceno. Ao comunicar que Pratto estava de saída para o São Paulo o mandatário descartou qualquer problema financeiro imediato, como salários atrasados. O dirigente ressaltou que a venda só ocorreu por pedido do próprio jogador.
"O primeiro motivador foi a conversa que o Pratto teve comigo, até porque no planejamento que se faz, graças a Deus, o Atlético tem jogadores do nível do Pratto para ser negociado. Ele não sairia se não fosse uma boa negociação para o time. Isso não pode ser um problema futuro financeiro, porque não é assim que faço o negócio. Se fosse, negociaria em toda janela, teria negociado em julho passado ou janeiro pelas cifras apresentadas"
Mas é fato que a decisão do TJ-RS vai ter efeitos dentro do Atlético. E parte da resposta pode ser encontrada no orçamento financeiro da temporada 2017, aprovado pelo conselho deliberativo atleticano em novembro do ano passado. De acordo com os números apresentados pela diretoria executiva, o Atlético vai pagar mais de R$ 117 milhões em dívidas.
Valores divididos entre acordos trabalhistas, parcelamentos fiscais, amortização de empréstimos e despesas financeiras. Por causa do grande passivo, o clube mineiro projeta fazer mais de R$ 50 milhões em vendas de jogadores, para fechar a temporada 2017 com lucro, algo que não acontece há muitos anos no clube.
Desses R$ 50 milhões, o Atlético já tinha conseguido algo perto de R$ 27 milhões, com as vendas de Pratto, para o São Paulo, e Wescley, para o Gamba Osaka, do Japão. No entanto, os mais de R$ 10 milhões bloqueados não estavam no orçamento do clube. Portanto, para atingir a meta estipulada ano passado, o Atlético vai precisar arrecadar mais R$ 33 milhões em negociações.
Por enquanto, a diretoria do Atlético adota cautela e evita falar sobre o assunto, já que o clube vai recorrer da decisão.
Foto: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
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