Meia-armador tem rescisão encaminhada e deve deixar o Peixe. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Meia-armador tem rescisão encaminhada e deve deixar o Peixe. Foto: Ivan Storti/Santos FC

O Santos passou a temporada 2021 quase inteira sem um dono para a camisa 10 da equipe. Com a saída de Soteldo, vendido no primeiro semestre do ano passado para o Toronto FC, o número eternizado por Pelé ficou órfão na Vila Belmiro e um dos principais objetivos na virada de 2021 para 2022 foi encontrar novo dono para a “10”. O ex-gerente de futebol santista, Edu Dracena, foi ao mercado, tentou Rodriguinho e Nathan, mas não teve sucesso, e encontrou em Ricardo Goulart a opção para chegar e ser a liderança técnica do Peixe. Seis meses depois, nada saiu com o esperado, e a história do meia-atacante no na Vila Belmiro está perto do fim.

Goulart chegou ao Peixe em 11 de janeiro e foi anunciado com status de reforço de peso. O atacante vinha de um longo período de quase sete anos na China (interrompido por uma breve passagem de três meses pelo Palmeiras em 2019) e estava sem clube quando acertou com o Peixe.

Ao jogador foi oferecido o maior salário do elenco santista e mais bônus por produtividade e ações de marketing.

A estreia com a camisa 10 alvinegra demorou para acontecer, já que a documentação do jogador, que é naturalizado chinês, demorou para chegar ao Brasil e a primeira partida do meia-atacante aconteceu na terceira rodada do Paulistão, no dia 03 de fevereiro, na vitória santista por 2 a1sobre o Corinthians na Neo Química Arena. O primeiro gol veio três jogos depois, na vitória alvinegra sobre o Ituano, na Vila Belmiro, também pelo Paulista.

O melhor momento de Goulart defendendo o Peixe foi na classificação da equipe sobre o Fluminense-PI, quando o camisa 10 jogou bem, chamou a responsabilidade e margou o gol santista no empate por 1 a 1 que levou a decisão para os pênaltis. Naquele momento, Goulart se tornou o artilheiro da equipe na temporada com 3 gols e mostrou poderia de fato se tornar “o cara do time”. Mas nada disso se confirmou no futuro.

O desempenho não cresceu e o jogador mais caro, e consequentemente que concentrava maior expectativa da torcida, passou a ser cobrado pela torcida que, jogo após jogos, foi perdendo a paciência. Depois do gol marcado no empate com o Fluminense-PI, Goulart só balançou as redes mais uma vez: na vitória santista sobre o Água Santa por 3 a 2, na Vila Belmiro, na rodada final do Paulistão, jogo que livrou o Peixe do rebaixamento. De lá pra cá, o camisa 10 não marcou mais vezes e deu uma assistência.

O resultado disso foi que Goulart perdeu espaço com o ex-treinador Fabián Bustos, que preferiu montar a equipe com Léo Baptistão trabalhando na armação do que dar sequência ao camisa 10. Sempre que entrou em campo, seja como titular ou no decorrer das partidas, Goulart não conseguiu entregar o que se esperava dele e as vaias da torcida só aumentaram.

Até que chegou a partida contra o Deportivo Táchira, da Venezuela, na Vila Belmiro, na última semana. O Peixe empatou em 1 a 1 no tempo normal, mesmo placar da.  Partida de ida, e levou a decisão para os pênaltis. Goulart passou a partida inteira no banco de reservas e foi acionado por Bustos faltando dois minutos para o final da partida, numa ação visando as cobranças de pênaltis. Coube ao camisa 10, então, fazer a primeira cobrança. Mas Goulart desperdiçou sua penalidade e o Peixe acabou eliminado da competição continental.

A paciência se esgotou com o meia-armador, que foi um dos principais alvos da torcida alvinegra nos protestos pós-jogo.

Com a queda na Sul-Americana, deixaram o clube o técnico Fabián Bustos e o gerente de futebol Edu Dracena. O dirigente era o grande fiador de Goulart no Peixe. Os dos são amigos e Dracena foi decisivo para que o camisa 10 desembarcasse na Vila Belmiro.

Com toda a pressão, o desempenho ruim e a saída de Dracena, Goulart encaminhou sua saída do clube. Segundo o jornalista Ricardo Martins, da TNT Sports, foi o próprio meia quem pediu a rescisão junto ao Peixe e a quebra do contrato pode acontecer ainda nesta semana.

O jogador ficou de fora da partida contra o Atlético-GO no último domingo (10) e não se reapresentou com o restante do elenco no CT Rei Pelé na última segunda-feira (11).

No total, Ricardo Goulart fez 29 jogos com a camisa do Santos, marcou quatro gols e deu duas assistências.

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