Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

Se tem alguém que pode se sentir em casa no Palmeiras, esse alguém é Bruno. Com 17 anos de casa, o goleiro alviverde passou mais da metade de seus 30 anos de vida dedicados à equipe paulista. Por isso, ele pede que o clube, finalmente, aprenda com seus erros.

Ele admite que essa constante briga contra o rebaixamento, que foi a tônica das últimas participações palmeirenses no Brasileirão, arranham a imagem da centenária instituição.

"Arranha um pouco. Sem falar que esse ano foi o ano do centenário. Então, tirando isso que seria um motivo a mais, nós viemos de um rebaixamento de dois anos atrás e jogamos a Série B no ano passado. Então parece que nada foi aprendido do que já aconteceu, mesmo com jogadores diferentes. Claro que mudaram muitos jogadores de 2012 para cá, mas um time da grandeza do Palmeiras precisa brigar por títulos e não para não cair", afirmou o goleiro.

Bruno, no entanto, ressalta que o time já tentou seguir a "cartilha do sucesso" e não teve êxito. Por isso, ressalta que todo detalhe pode fazer a diferença no futebol.

"Acho que a imagem que passa é essa (de não aprender com erros). Mas, na verdade, a gente sabe que o futebol é diferente. Em 2009, por exemplo, a gente fez tudo o que a cartilha manda. Contratamos o melhor técnico do Brasil (Muricy Ramalho), seguramos todos os jogadores e acabamos perdendo o Brasileiro. Mas mesmo assim tínhamos feito tudo direitinho. Futebol assim. O que não podemos é brigar contra a queda", completou.

Na nervosa despedida da temporada de 2014, Bruno esteve no Allianz Parque ao lado de Marcos para assistir ao jogo. Ele confessou que sua atenção, muitas vezes, esteve com os jogos de rivais contra a queda, o Vitória, contra o Santos, e o Bahia, contra o Coritiba.

Susto superado, Bruno afirmou que espera a temporada começar para saber se terá chance e que sua ideia é honrar seu contrato, que vai até dezembro de 2015.

"Tenho contrato até dezembro do ano que vem e a minha vontade todo mundo já sabe: sempre deixei claro que é cumprir o meu contrato. São 17 anos de Palmeiras, é uma vida lá dentro. Mas vou conversar com a diretoria. Não depende só de mim. Tem de ver se eles vão querer me utilizar ou não. Se tiver que ir embora e tiver que jogar por outro clube eu também vou, ciente que eu fiz o meu melhor para o Palmeiras. Dos meus 30 anos, passei 17 anos dando o meu melhor", finalizou.

Foto: UOL