Na guerra contra as torcidas organizadas, as autoridades têm um inimigo maior que as próprias facções: o apoio dos clubes aos bandos, que há décadas levam terror aos estádios de futebol do país

Na guerra contra as torcidas organizadas, as autoridades têm um inimigo maior que as próprias facções: o apoio dos clubes aos bandos, que há décadas levam terror aos estádios de futebol do país

Na guerra contra as torcidas organizadas, as autoridades têm um inimigo maior que a violência das facções: o apoio dos clubes aos bandos, que há décadas levam terror aos estádios de futebol do país.

Presidente do São Paulo Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, admitiu apoio à torcida organizada do São Paulo, que promoveu verdadeira guerra com policiais durante jogo da Copa São Paulo.

“Não tem como não conviver com elas. São concessões que temos que fazer. Ajudar no Carnaval e a entrar no estádio”, afirmou o mandatário tricolor à Folha de São Paulo.

A revelação de Leco é corajosa, pois o dirigente teve a hombridade admitir o que a maioria dos clubes faz, mas não revela abertamente. Os torcedores organizados são financiados pelos clubes, que mantém uma relação de medo com as facções, as quais adotam ameaças e chantagem como armas para não perder o apoio das agremiações.

Por isso, muitos defendem que os clubes devam ser punidos a cada briga envolvendo torcidas organizadas. Penso diferente. Acredito que exista apenas uma saída para o fim do terror que as facções levam aos estádios de futebol. O endurecimento das leis e a execução do que a Constituição do país prega. Se não houver relaxamento na Lei, os organizados acabarão nos estádios de futebol.

Punir o clube é transferir a culpa também para os torcedores comuns, aqueles que já se distanciaram dos estádios por receio da violência dos bandos organizados. É tapar o sol com a peneira, algo bem típico das autoridades brasileiras.

Elogio a postura do presidente do São Paulo, ao admitir abertamente o apoio do clube às organizadas e ressalto o rompimento, que também deve ser elogiado, de Palmeiras e Cruzeiro, que não aceitam financiar as facções. Uma atitude plausível e sensata, já que os organizados oferecem apenas prejuízo moral e financeiro às agremiações.

O apoio público do São Paulo às organizadas fomentará polêmica e acredito também que uma pressão por parte das autoridades, sobretudo do Ministério Público. As organizadas são um câncer no futebol brasileiro e precisam ser combatidas. De que forma? Sem apoio e regalias.

Estes bandos deveriam pagar ingressos com valores normais, iguais aos cobrados dos torcedores comuns, e proibidos de usarem a imagem do clube. Se o fizerem, que paguem direitos pelo uso às agremiações.

Torcidas organizadas devem conviver às margens dos clubes e não como parceiros. Que os demais times, com o apoio das autoridades, trilhem pelo mesmo caminho de Palmeiras e Cruzeiro e rompam com as organizadas.

As autoridades devem partir agora para cima dos clubes na busca por revelar a conivência das agremiações com esses bandos. Só assim daremos o primeiro passo para a evolução do futebol brasileiro. Esse é o caminho.

Agora, se você me perguntar se eu acredito numa reviravolta do quadro atual, admito que não, afinal não existe interesse pela moralização. De todos os lados, infelizmente...

 

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Foto: Divulgação

 

 

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