Revelado no São Paulo, Brenner é um dos exemplos de investimento feito por times da MLS. Foto: Facebook/Reprodução

Revelado no São Paulo, Brenner é um dos exemplos de investimento feito por times da MLS. Foto: Facebook/Reprodução

Foi-se o tempo em que o futebol dos Estados Unidos buscava jogadores consagrados em fim de carreira. Até pouco tempo atrás, clubes da MLS (principal liga de futebol dos norte-americanos) investiam em nomes conhecidos, com longa história no cenário europeu e que viviam seus últimos anos de carreira. Mas hoje a coisa mudou, e o foco dos times Da terra do Tio Sam passou a ser atletas jovens, de mercados emergentes.

Nos últimos 20 anos, as equipes norte-americanas acostumaram-se a receber Pirlo, Gerrard, Beckham, Lampard, e Henry, todos na fase final de carreira.

O foco começa a se modificar de cinco anos para cá aproximadamente. Pouco a pouco a MLS vai deixando de ser um “cemitério de jogadores”, como outros mercados menos relevantes, como mundo árabe e futebol asiático, e passa a ser um polo importador de “pé de obra”, e pode se tornar mais um “predador” para o futebol brasileiro.

Em 2017, um dos principais jogadores do futebol sul-americano era Miguel Almirón, revelado pelo Lanús, desejado por clubes brasileiros e europeus. O paraguaio, porém, foi comprado pelo Atlanta United. Era a amostra de que as equipes dos EUA tinham mudado o perfil de contratação.

Nos últimos anos, equipes norte-americanas olharam mais atentamente para o Brasil. Em fevereiro de 2021, o São Paulo vendeu o atacante Brenner, de 21 anos, titular absoluto no ataque da equipe durante a temporada 2020, para o FC Cincinnati por cerca de U$ 13 milhões.

Três meses depois, em abril de 2021, o Santos acertou a venda do venezuelano Yeferson Soteldo, de 24 anos, ao Toronto FC, time do Canadá, mas que disputa a liga dos Estados Unidos. Os canadenses desembolsaram U$ 6 milhões pelo ex-camisa 10 santista.

 Ex-Santos, Soteldo está no Toronto FC. Foto: Instagram/Reprodução

Mais um destaque do futebol brasileiro que foi para os EUA é Talles Magno, principal revelação da base do Vasco nos últimos anos. A promessa vascaína de apenas 18 anos foi comprada pelo New York City, que desembolsou cerca de U$ 8 milhões.

Na última semana surgiu o interesse do Seattle Sounders pelo jovem atacante Wesley, de 22 anos. Os americanos ofereceram cerca de U$ 4 milhões pelo ponta alviverde, mas a direção do Verdão optou por segurar o jogador. Enquanto o Corinthians acertou empréstimo de Matheus Davó, de 21 anos, ao Philadelphia Union, que poderá adquirir o jogador em definitivo depois ao final de dezembro.

Outros nomes jovens e menos conhecidos também foram parar em equipes da MLS: o goleiro Phelipe, de 22 anos, revelado no Grêmio, foi adquirido pelo Dallas FC; o lateral Auro, de 25 anos, revelado no São Paulo, está no Toronto FC; Caio Alexandre, ex-Botafogo, de 22 anos, está no Vancouver Whitecaps; Matheus Rosseto, volante de 24 anos, ex-Athletico-PR, foi para o Atlanta United; Maciel, volante ex-Botafogo, de 21 anos, está no New England Revolution; Matheus Aiás, de 24 anos, centroavante revelado pela Ponte Preta, joga no Orlando City; Thiag Andrade, atacante ex-Bahia, de 20 anos, veste a camisa do New  York City FC; Fábio, mais um atacante, esse com 23 anos, revelado no Audax, defende o New York Red Bull.

 Matheus Rosseto, ex-Athletico-PR, atualmente no Atlanta United. Foto: Instagram/Reprodução

Jogadores mais experientes, como Alexandre Pato e Junior Urso, do Orlando City, João Paulo, ex-Botafogo, e que defende o Seattle Sounders, estão acima dos 30 anos e conseguiram espaço na liga norte-americana. Mas nesse momento, a política de contratações das equipes da MLS se modificou. O perfil agora é de jogadores jovens e, com a desvalorização do real em relação ao dólar, não é nada difícil que uma equipe estadunidense venha ao Brasil e faça a limpa em bons valores do nosso futebol.

Não bastasse a dura concorrência de gigantes europeus, de mercados periféricos do Velho Continente e de equipes milionárias do mundo árabe, clubes brasileiros agora são alvos das equipes dos norte-americanos. Outros tempos!

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