O Carnaval de rua é uma das coisas mais legais que tem nesse mundo de intolerância que vivemos. As cores e a alegria das pessoas, travestidas nas mais diferentes fantasias, prova pelo menos por uma semana que é possível vivermos em paz e com sorriso no rosto. Que as diferenças podem e devem conviver juntas, com respeito e sem agressões.

Nasci em pleno Carnaval. Meu choro contrastou com os batuques que passavam à frente da Maternidade Santa Joana, na Zona Oeste da Capital. Atrapalhei a folia do médico, Doutor Fábio, e sua equipe. Ainda assim, não nasci com o DNA de folião.

Prefiro o silêncio ao batuque, admito, mas...

Uma das minhas principais virtudes é ser eclético e não morrer abraçado com a intolerância. Onde tem amigos lá estou. E a terça-feira de Carnaval foi assim, junto à família, amigos e batuques.

Fui ao Bloco “CarnaJazz”, em São Paulo, e curti muito. A felicidade das pessoas é contagiante. Numa cidade “triste” como São Paulo, ver as ruas tomadas de cores e gente feliz não tem preço.

Você tem o direito de odiar o Carnaval, por mais que o termo seja muito forte para expressar um sentimento de aversão há alguma coisa, mas precisa respeitar. A folia faz bem, movimenta financeiramente a cidade, eleva o emocional das pessoas, enfim, é uma festa do povo e feita para o povo.

O futebol, que um dia foi do povo, hoje não é mais. Elitizou-se, infelizmente. Já o Carnaval, em especial os bloquinhos de rua, segue sendo de todos, sem distinção de nada.

Bom ouvir o governador anunciar que o Carnaval não acabaria na terça e se estenderia até o próximo final de semana, pois São Paulo precisa disse e que a alegria deve permanecer.

Reitero: não tenho o DNA do folião nas veias, mas dou minhas derrapadas. Neste caso, belas derrapadas. É bom demais!

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Foto: UOL