DO UOL, em São Paulo
Ex-presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e atual mandatário da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), Ary Graça ameaçou processar o levantador Bruninho em decorrência das críticas recebidas do jogador por meio de redes sociais. A revelação foi feita pelo técnico Bernardinho em entrevista ao jornal O Globo na edição deste domingo.
"O Bruno postou um texto e o doutor Ary mandou ao meu filho um e-mail ameaçando processá-lo. A Justiça está aberta a qualquer pessoa... Foi uma coisa que particularmente me chateou ainda mais", disse o comandante da Unilever e da seleção brasileira.
Bernardinho disse também que não teve mais nenhum contato com Ary Graça desde que as denúncias contra sua administração vieram à tona, resultando em uma crise no vôlei brasileiro. Ele também negou ter sido o responsável por vazar os documentos que acabaram resultando em uma investigação detalhada da CGU (Controladoria Geral da União).
"Não sei. Acho que a briga dele não é conosco. A briga dele provavelmente seja com a consciência dele, não sei... Estou aqui para fazer o certo, meu trabalho. Não quero brigar com ninguém. Mas também não vou fugir de briga nenhuma se tiver que brigar. Nenhum jogador está para brigar também. Estamos para jogar vôlei. Mas os atletas têm consciência e vão expor sua posição. Com o cuidado de não fazer acusações indevidas, claro. Se o doutor Ary está para briga ou não, se ele achar que tem direito (de processar), ele que faça", afirmou o treinador.
Entre os diversos assunto da entrevista, Bernardinho também se mostrou contra a indicação de George Hilton (PRB) como ministro do esporte.
"Se me perguntar se acho que a escolha foi certa, não. Não acho. Não seria a minha. Porque ali foi uma questão política, de ceder o cargo a um partido da base. Não estou fazendo qualquer crítica à pessoa do ministro, de forma alguma. Não o conheço. O Esporte precisaria de um representante seu, do Esporte, na pasta. E não uma concessão política", afirmou.
Bernardinho se disse ainda estar totalmente recuperado da cirurgia que teve de fazer para retirada de um tumor no rim.
"Estou fazendo exames ainda, obviamente, mas estou zerado. Faço mais um em janeiro e depois os exames de controle para ver se não houve reincidência. Foi um momento de choque. A gente acha que é indestrutível, e eu vi a vida frágil como ela é. Abri mão de muita coisa importante para mim pela minha causa, o vôlei. Por isso me sinto tão traído quando uma coisa dessas acontece (escândalos na CBV). Quando as pessoas não agem corretamente, isso dói ainda mais. Não sei até que ponto isso (o problema de saúde) não tem relação com tudo que vivenciei nesse ano e meio de tensão e ansiedade", concluiu.
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