Messi foi ponta direita no início da carreira. Mas logo se mostrou bom demais para ser apenas um ponta direita

Messi foi ponta direita no início da carreira. Mas logo se mostrou bom demais para ser apenas um ponta direita

A Argentina venceu a Croácia nesta quarta-feira, na Inglaterra, por 2 a 1, e mostrou boa atuação. E um problema que há quatro anos acompanha a seleção mostrou, nas mãos do técnico Tata Martino, que pode ter encontrado o ponto de partida para uma solução: Lionel Messi voltou a ser ponta direita, como no início da carreira, no Barcelona, e jogou bem. Foi o organizador da equipe, mesmo sem atuar pelo meio. Ideia que pode ser crucial para a nova geração. Mas o craque admite: a mudança exige um processo de adaptação.

"Martino me disse que ia me colocar ali. Fazia muito tempo que não jogava nessa posição. No Barça eu joguei assim. Tenho que me acostumar agora. Não é algo novo, mas devo me adaptar outra vez", admitiu Messi, em entrevista reproduzida pelo Diário Olé, da Argentina.

Messi foi ponta direita no início da carreira. Mas logo se mostrou bom demais para ser apenas um ponta direita. Começou na posição em 2006, quando surgiu no Barcelona, ao ver um time que tinha como astros Ronaldinho Gaúcho, na ponta esquerda, e Samuel Eto'o, no centro do ataque. Coube ao argentino tomar a vaga mais fácil, que era do francês Ludovic Giuly, na direita.

Mas a ascensão de Messi como craque e a chegada de Pep Guardiola ao Barcelona, em 2008, transformaram o excelente ponta direita em um craque histórico, atuando em posição que há muito não se via no futebol: o falso 9, um atacante pelo centro, que substituiu – de uma só vez – o centroavante e o armador. Algo que só um jogador do nível de Messi, que foi quatro vezes o melhor do mundo, poderia fazer.

Isso, no entanto, trouxe um problema para a Argentina. A seleção que tinha o melhor do mundo está há mais de quatro anos tentando entender a melhor forma de armar a equipe. O problema é que a mesma geração tem Carlos Tévez, Sergio Agüero, Gonzalo Higuain e Ángel Di Maria. Para que Messi atue como falso 9 na seleção, pelo menos três desses teriam de sair de posição.

Na Copa do Mundo de 2014, Messi jogou como segundo atacante, com Sergio Agüero ou Gonzalo Higuain como centroavantes. Não foram as melhores atuações do craque do Barcelona, mas mesmo assim a Fifa o elegeu o melhor da competição. Agora, com Tata Martino, que até a última temporada era seu treinador no clube espanhol, uma nova era, numa velha posição, começa – algo que facilita para todos os outros companheiros.

"Sempre que você ganha é mais fácil. No primeiro tempo não pudemos ter tanto controle como queríamos, mas no segundo isso mudou. Cada jogo e treinamento nos ajuda. Temos um treinador novo que pretende outras coisas e temos que nos adaptar. Não se pode mudar de de um dia para o outro. Precisamos de jogos e treinamentos. Igualmente, o resultado positivo sempre dá tranquilidade", completou o atacante.

FOTO: UOL

Últimas do seu time