A derrota por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, no Mineirão, colocou a defesa da seleção brasileira nas listas de recordes da história da Copa do Mundo

A derrota por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, no Mineirão, colocou a defesa da seleção brasileira nas listas de recordes da história da Copa do Mundo

Guilherme Costa
Do UOL, em Pequim (China)

A derrota por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, no Mineirão, colocou a defesa da seleção brasileira nas listas de recordes da história da Copa do Mundo. O time da casa encerrou o torneio de 2014 com 14 gols sofridos, pior marca de uma seleção desde a Bélgica de 1986. Três meses e uma renovação depois, porém, a zaga conseguiu segurar Lionel Messi e já desponta como ponto alto da equipe comandada por Dunga.

O técnico que assumiu a seleção depois da Copa de 2014 teve de lidar com o trauma causado pela derrota para a Alemanha. Até aqui, a solidez defensiva foi uma das razões para isso. Foram três jogos com ele, e nenhum gol sofrido (vitórias sobre Colômbia e Equador, ambas por 1 a 0, e sobre a Argentina, por 2 a 0, em Pequim).

O resultado contra a Argentina, aliás, teve um significado especial nessa conta. Foi o primeiro jogo do Brasil contra um campeão mundial desde aquele 7 a 1. Além disso, do outro lado estava Lionel Messi, que foi eleito pela Fifa o melhor jogador do planeta em quatro temporadas (2009, 2010, 2011 e 2012).

Nos dois jogos anteriores contra a seleção brasileira, Messi havia sido decisivo. O dono da camisa 10 da Argentina marcou o gol da vitória de sua seleção por 1 a 0 em 2010, em Doha, e em 2012 foi ainda mais fantástico: balançou as redes três vezes num triunfo por 4 a 3 em Nova Jersey.

Por tudo isso, os dias que precederam o jogo de Pequim, válido pelo Superclássico das Américas, serviram para os defensores brasileiros serem muito questionados sobre como parar Messi. Todos os zagueiros responderam pelo menos uma pergunta durante a semana sobre a dificuldade de conter o atleta do Barcelona.

Miranda, por exemplo, disse que a receita para impedir que Messi tivesse um bom desempenho no sábado (11) passaria necessariamente por atenção redobrada em 100% do tempo. O defensor do Atlético de Madri é um personagem fundamental nessa análise: o argentino passou em branco nos últimos oito jogos que fez contra ele.

A seca de Messi contra Miranda é um símbolo da ascensão do Atlético de Madri (os sete primeiros jogos da estiagem do argentino foram em duelos da equipe madrilena com o Barcelona). Mas também conta um pouco da reação coletiva da defesa brasileira, que tem quatro novos titulares em relação ao time que disputou a Copa do Mundo (Jefferson, Danilo, Filipe Luís e o próprio Miranda).

A atuação de Miranda no Superclássico esteve longe da perfeição, é verdade. O zagueiro esteve inseguro em muitos momentos e errou tentativas de lançamentos quando foi pressionado pela marcação argentina. No entanto, o fato de ter parado Messi e as três partidas consecutivas sem levar gols são fundamentais para o defensor do Atlético de Madri, que ainda tenta se consolidar entre os titulares – Thiago Silva, capitão da seleção na Copa de 2014, está machucado e ainda não pôde ser chamado nenhuma vez por Dunga.

"Todo mundo está ajudando e participando muito. O mais importante é que estamos marcando com intensidade, procurando tirar os espaços dos adversários", disse Miranda depois do jogo de sábado (11), em Pequim.

Logo depois da vitória sobre a Argentina, o Brasil viajou em voo fretado para Cingapura. É lá que a seleção comandada por Dunga fará seu próximo jogo, na terça-feira (14), contra o Japão.

Foto: UOL

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