São Paulo ganha colher do juiz e volta à briga pelo título.

São Paulo ganha colher do juiz e volta à briga pelo título.

O fato mais marcante dessa  26ª rodada "sabatista" do Brasileirão foi a forma como o São Paulo derrotou o Grêmio na Arena, pelo escore mínimo, que se encaixa como uma luva naquilo que Milton Neves costuma chamar de "apito amigo".

A vitória são-paulina em si não pode ser encarada como surpreendente,  inusitada, mesmo que tenha ocorrido  na casa do adversário.
 
Afinal, o São Paulo, recheado de estrelas como Kaká, Ganso, Pato e Alkan Kardec possui um plantel mais qualificado do que o do  tricolor gaúcho.

O que surpreendeu foi a calamitosa arbitragem do juiz paranaense Roberto Gomes da Silva, que conseguiu ser a figura mais destacada no gramado, por seus repetidos erros,  a maioria contra o time dono da casa.

Despossuído dos requisitos mínimos desejáveis a um bom árbitro de futebol, esse cidadão do apito deixou claro aos olhos de quem assistiu ao jogo uma insegurança gritante na tomada de decisões.
 
Toda vez que se mostrou vacilante, optou sistematicamente por apitar contra os interesses dos donos da casa, como se os tivesse na conta de um desafeto motivado por uma razão qualquer.

No decorrer de sua desastrosa atuação, inverteu um rosário de faltas, a maioria delas a favor do São Paulo, "para variar", e  marcou um pênalti de Rodolpho em Alan Kardec, num lance duvidoso.
 
Foi uma simples disputa de bola entre o zagueiro e o atacante, em que este último forçou a queda, quando já não tinha mais a bola à sua feição para arrematar a gol.
 
Um lance comum que se repetiu de forma semelhante, na área do São Paulo, sem que o árbitro usasse o mesmo critério, pelo menos para compensar o rigorismo aplicado contra o time de Felipão. 

A prova mais cristalina de sua sucessão de equívocos , ficou plasmada ao corroborar um erro de seu auxiliar, que sinalizou impedimento de Barcos, num lance em que o centroavante partia livre para chutar a gol.
 
Algo que não existiu, pois a bola que sobrou para o atacante gremista veio dos pés de um jogador do time adversário,  sem caracterizar portanto a irregularidade vista tão somente pelo juiz e  o bandeirinha desatentos.

É inegável que  o árbitro agiu corretamente, do ponto de vista legal,  ao expulsar Felipão de campo, por insistentes reclamações, várias delas gestuais.
 
Infelizmente certas regras de comportamento inseridas nas leis do  futebol contrariam direitos consagrados na  democrática,  como a liberdade de expressão, ainda que usada para protestar contra coisas erradas que os olhos veem.

Isso ficou ainda mais claro numa declaração do goleiro Marcelo Grohe, que declinou de responder a pergunta de um repórter sobre o lance do pênalti, dizendo que se criticasse a arbitragem seria punido pela CBF.

É a chamada "lei da mordaça",  que estão querendo criar no Brasil para calar a boca de jornalistas,  e já existe no futebol, faz um bom tempo.
 
O resultado adverso nesse jogo em que foi "garfeado" pela arbitragem não alterou a situação do Grêmio na tabela, onde permanece na quinta colocação,   só perdendo o lugar no G4 para o Galo pelo critério 'saldo de gols'.

Já o São Paulo, que tinha futebol para ganhar do Grêmio lisamente  mas só conseguiu isso com uma mãozinha do juiz, saltou para a terceira colocação, ficando a apenas um ponto do vice-líde Internacional e a dez pontos do líder Cruzeiro.

Premiado com essa vitória difícil, o time de Rogério Ceni volta à briga pela conquista do título,  embora a Raposa continue sendo a favorita, principalmente depois do banho de bola que deu no Inter, domingo no Mineirão.

Sejamos sensatos e justos. O Cruzeiro passeou em campo, no primeiro tempo, envolvendo completamente o time de Abel Braga.
 
Fez 2 a 0 ao natural e só não terminou os primeiros 45 minutos com um escore mais dilatado, porque  diminuiu o ritmo depois de abrir essa larga vantagem no placar.

Na segunda etapa, até sofreu uma certa pressão colorada, a partir da entrada de Alex dando mais consistência ofensiva ao time e descontando no placar com um belo gol, num chute de fora da área

Mas a reação colorada durou apenas 20 minutos e mesmo assim coube à equipe de Marcelo Oliveira a maior chance de gol, consubstanciada num pênalti desperdiçado, que poderia ter selado a sorte da partida na metada da etapa comnplemenar.

É preciso ter os pés no chão e reconhecer que o Internacional  não é e nunca foi candidato ao título deste ano.
 
A posição de vice-líder que  ocupa na tabela é consequente de resultados fortuitos, ocasionais, e não de um futebol soberbo, algo que jamais revelou, tanto jogando em casa quanto fora de seus domínios.

O time de Abel Brasil, com o futebol limitado que possui, vai ter que brigar muito para permanecer no G4, posição almejada por equipes que estão logo atrás na tabela, mas que se equivalem tecnicamente ao atual vice-lider do Brasileirão.
 
A essa altura do campeonato, dá para dizer que o único clube que dispõe de elenco para ainda sonhar com a possibilidade de roubar a cena do Cruzeiro na conquista do Brasileirão é o São Paulo Futebol Clube.

Mas para isso, o seu plantel milionário precisa jogar tudo o que pode e sabe, a fim de não ter que depender de um soprador de apito para vitórias futuras,  a exemplo do que aconteceu sábado. na Arena do Grêmio. 
 
Para não dizer que não falei de flores, neste comentário escrito no final de um domingo de eleição, observo que o segundo turno do Brasileirão guarda alguma semelhança com o segundo turno da eleição presidencial.
 
Em ambos, temos dois concorrentes com possibilidade de chegar à vitória. Na disputa esportiva, eles se chamam Cruzeiro Esporte Clube e São Paulo Futebol Clube. Na eleitoral, identificam-se pelos nomes de Dilma Rousseff e Aécio Neves.
 
Os demais clubes do andar de cima da tabela que me perdoem, mas nessa briga não vão além de uma "Marina Silva".
 
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Foto: UOL

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