Era fim do mês de abril de 2014. O São Paulo comemorava o acerto com Allan Kardec, até então atleta do Palmeiras. Paulo Nobre, presidente do Verdão, concede entrevista criticando a postura do rival, que definiu como “antiética”.
A resposta do Tricolor veio 24 horas depois, na marcante entrevista coletiva do, então presidente, Carlos Miguel Aidar, que distribuiu cachos de banana na bancada. A alegação é de que seria uma “manifestação de apoio ao brasileiro Daniel Alves”, que dias antes sofrera com episódio de racismo na partida entre Villareal x Barcelona pelo Campeonato Espanhol.
Muita gente entendeu o gesto como uma provocação ao rival e não como apoio ao lateral do clube catalão. Aidar ainda pediu: “espero não ser mal interpretado”.
Naquela entrevista o ex-presidente do Tricolor chamou o mandatário do Palmeiras de “patético” e “juvenil” e ainda fez referência ao momento turbulento vivido pelo adversário: “Demonstra o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que ano a ano se apequena com demonstrações dessa natureza”, sapecou.
O alviverde vinha de uma Série-B no ano anterior e teve que lutar até a última rodada do Brasileirão de 2014 para permanecer na primeira divisão. Foi, sim, um período de sofrimento para o clube, que estava em processo de reestruturação, e seus torcedores.
No dia da entrevista polêmica, Aidar tinha apenas duas semanas na presidência do São Paulo. Já colecionava atritos com Corinthians (por declarar que Itaquera era longe demais), Cruzeiro, que reclamou da ligação dele com a CBF (era um dos advogados da entidade) e, a partir daquele instante, Palmeiras.
Infelizmente, a gestão Aidar ficou marcada por polêmicas, pelo escândalo de corrupção e ele ficou no cargo somente até 13 de outubro de 2015. Renunciou após denúncias de desvio de dinheiro do clube e comissionamento em transações de jogadores.
Aidar não conquistou nenhum título no São Paulo. Aidar não conseguiu nem ver o rival, que estava se apequenando, vencer a Copa do Brasil daquele ano. Aidar sumiu. É espécie de persona non grata nas alamedas do Morumbi. Para muitas pessoas (me incluo nessa), tricolores ou não, Aidar é o pior presidente que o clube já teve.
O São Paulo não conquista absolutamente nada com seu time profissional desde a Sul-Americana de 2012. De lá pra cá o clube só faz assustar seu torcedor. Sofrimento nas edições 2016 e 2017 do Brasileirão. Em 2018 uma classificação para a fase preliminar da Libertadores que deveria ser comemorada. Mas o que fizeram? Tiraram o treinador por considerar que o time, que chegou a liderar o campeonato, perdeu rendimento.
Ora, só chegou a liderar porque o treinador era muito bom. O time limitado foi até longe demais. Enfim, a definição de “apequenar” cabe mais hoje ao São Paulo do que ao vizinho.
Neste mesmo período (14/18), o Palmeiras conquistou três títulos nacionais (Copa do Brasil 2015 e os Brasileiros de 2016 e 2018), foi finalista do Estadual em duas oportunidades, além de semifinalista de Copa do Brasil e Libertadores.
O São Paulo não passou nem perto, de nada. O último vexame foi a eliminação contra o Talleres, de Córdoba, na fase preliminar da Libertadores.
Carlos Miguel Aidar, talvez, tenha até servido de inspiração para Zé Roberto e seu marcante discurso antes da partida de estreia do Verdão no Paulista de 2015, contra o Audax (vitória por 3 x 1), quando proferiu o já enraizado “bate no peito e diz: Palmeiras é grande”.
Como grande é também o São Paulo. Só falta seus administradores o tratarem com a grandeza que ele merece ou estarem à altura dela. Como dizia Paulo Nobre quando perguntado sobre as finanças do clube na sua gestão: "A roda gigante tem que girar". Nada como um dia após o outro, Aidar!
Aidar x Nobre: O mundo é redondo, como uma bola!
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