Versatilidade no ataque foi ponto positivo nos dois amistosos pré-Copa América. Foto: Pedro H. Tesch. AGIF/via UOL

Versatilidade no ataque foi ponto positivo nos dois amistosos pré-Copa América. Foto: Pedro H. Tesch. AGIF/via UOL

A Seleção Brasileira Masculina de Futebol se prepara para a estreia na Copa América de 2019, que ocorrerá na próxima sexta-feira, dia 14/06, ocasião na qual os comandados de Tite enfrentarão a Bolívia em São Paulo, no Morumbi. Sem poder contar com Neymar, principal referência técnica do time, que se machucou logo no início do jogo amistoso contra o Catar, o técnico do Brasil conta com a versatilidade de seus jogadores de ataque para realizar uma boa competição em casa.

Na partida amistosa de ontem, 09/06, na qual a Seleção Canarinho encarou o frágil selecionado de Honduras no Beira-Rio, em Porto Alegre, a intensa movimentação entre os quatro jogadores de ataque chamou atenção, além da goleada por 7 a 0, nada mais que a obrigação devido à falta de qualidade do adversário, que atuou com um a menos desde a primeira etapa.

A Seleção Brasileira iniciou a partida no 4-2-3-1, com David Neres aberto pela esquerda, Richarlison pela direita, Gabriel Jesus no comando de ataque e Coutinho atuando como um meia ofensivo que se aproximava bastante do ataque, jogando entre as linhas de marcação do adversário. Casemiro e Arthur formaram, inicialmente, a dupla de volantes. Tendo Coutinho mais próximo do ataque, o Brasil iniciava suas jogadas com seis jogadores, pois o meia-atacante não precisava recuar tanto para buscar bola. Mesmo quando Allan substituiu Arthur, o que foi planejado por Tite continuou funcionando.

Na segunda etapa, o posicionamento dos jogadores do Brasil no ataque variou bastante. Everton “Cebolinha”, do Grêmio, entrou no lugar de Coutinho e Richarlison passou a atuar como centroavante. David Neres, extremamente versátil, passou da esquerda para a direita e o campeão europeu Roberto Firmino passou a jogar na função de meia ofensivo, a qual está acostumado a fazer no Liverpool, onde atua muitas vezes como um “falso nove” que vem iniciar as jogadas no meio de campo.

Tecnicamente muito debilitada e com um homem a menos, a Seleção Hondurenha não conseguiu marcar a constante movimentação do ataque brasileiro e o resultado ficou claro no placar do jogo. Gabriel Jesus (2x), Thiago Silva, Coutinho, David Neres, Roberto Firmino e Richarlison foram os responsáveis pelos tentos brasileiros na partida.

Obviamente, o Brasil terá desafios mais difíceis durante a Copa América, onde vai encarar Bolívia, Venezuela e Peru na fase de grupos e, em caso de classificação para as quartas, adversários ainda mais complicados. Não podemos pensar que uma goleada sobre uma equipe nitidamente inferior transforma o time brasileiro no melhor do planeta. Mas também não devemos descartar o que de positivo foi observado nos dois últimos amistosos.

O fato é que, sem Neymar, a versatilidade dos atacantes e meias-atacantes da Seleção Brasileira aumenta de modo considerável e isso faz com que seja mais difícil para os rivais marcarem as jogadas ofensivas brasileiras, pois os jogadores trocam constantemente de posição e a maioria deles pode fazer todas as funções no ataque de maneira satisfatória. Tite aposta nesta imprevisibilidade do ataque canarinho para fazer uma boa Copa América e se possível conquistar o troféu. Dito isto, fica o questionamento: a Seleção Brasileira, coletivamente, joga melhor sem Neymar? 

* Renan Riggo é jornalista esportivo (A Folha Esportiva) e assessor de imprensa da PPress Marketing e Comunicação

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