No embalo do 1º de abril, consagrado como "Dia da Mentira", retomamos uma história passada há 32 anos.
Após impressionar Frank Williams em um teste com o FW08C da equipe inglesa em Donnington Park, no dia 19 de julho de 1983, Ayrton Senna, então na Fórmula 3 Inglesa (categoria em que sagrou-se campeão, depois de grande disputa com o britânico Martin Brundle), também testou por McLaren, Brabham e Toleman, antes de assinar com a própria Toleman para a temporada de 1984.
Bernie Ecclestone, à época dono da equipe Brabham, convidou Ayrton Senna (foto ao lado) para testar a Brabham-BMW turbo (modelo BT52) no circuito francês de Paul Ricard, junto de outros três pilotos: o colombiano Roberto Guerrero e os italianos Mauro Baldi e Pierluigi Martini. Nelson Piquet, primeiro piloto da equipe inglesa, também andou com o carro e foi o mais rápido dos quatro. Mauro Baldi foi o melhor entre os convidados e Senna veio a seguir, um décimo atrás de Baldi.
UMA MENTIRA:
Na ocasião especulou-se que Piquet teria vetado a contratação de Senna pela Brabham, uma vez que era o campeão mundial e primeiro piloto do time. A segunda vaga da equipe estava aberta, pois Ricardo Patrese estava de saída para a Alfa-Romeo.
Nelson Piquet desmente a história até hoje. Segundo o tricampeão, foi a patrocinadora da Brabham, a italiana Parmalat, que acabou influenciando na decisão de Ecclestone, que tinha interesses comerciais em um piloto italiano para divulgar seu nome no país. Prova disso é que o italiano Teo Fabi acabou sendo o escolhido.
Além disso, a proposta que Ecclestone tinha para o companheiro de Piquet não agradava Senna. O comandante do time oferecia muito pouco para o primeiro ano de contrato e ganhos de acordo com o rendimento a partir do segundo ano.
Confiante em sua capacidade, Senna optou pela Toleman onde acabou se destacando, fator que lhe abriu as portas para uma equipe competitiva, a Lotus, em 1985.
O outro lado...
Algum tempo depois, em entrevista aos jornalistas Marcos Zamponi e Márcio Fonseca, da revista AutoEsporte, Ayrton Senna disse que Bernie Ecclestone lhe mostrara um telex em que Nelson Piquet vetava a contratação de um brasileiro para ser seu companheiro de equipe em 1984.
O colombiano Roberto Guerrero também participou de teste com a Brabham BT52 em Paul Ricard. Na foto, recebendo instruções de Nelson Piquet e do projetista Gordon Murray. Senna, de macacão vermelho, observa. Foto: Divulgação
Senna testando a Brabham-BMW turbo em Paul Ricard. Ele foi 0s1 mais lento que o italiano Mauro Baldi. Foto: Divulgação
UMA VERDADE:
Se o veto de Piquet a Senna na Brabham não é verdadeiro, Senna, por sua vez, vetou o inglês Derek Warwick na Lotus em 1986.
Após um ano de estreia muito bom pela Toleman, em 1984, e outro de afirmação na Lotus, em 1985, com duas vitórias (Portugal e Bélgica), rivalizando com o italiano Elio de Angelis, Senna considerava Warwick um piloto muito bom e não queria dividir as atenções da equipe com ele, frustrando a intenção do então chefe de equipe, Peter Warr.
Com isso, o escocês Johnny Dumfries acabou sendo o escolhido e Senna teve total hegemonia e tranquilidade a bordo do carro preto e dourado impulsionado pelo V6 turbo da Renault.
Após ser vetado por Senna na Lotus, Derek Warwick disputou a temporada de 1986 pela Brabham, que fez um revolucionário (e mal sucedido) carro, o BT55. Foto: Divulgação
OUTRA VERDADE:
Amargando com as limitações do motor Ford na McLaren em 1992, Ayrton Senna fez de tudo para correr pela Williams em 1993, ano que marcou o retorno de Alain Prost à F1, após ficar sem correr em 1992.
Aí, foi a vez de Senna ser barrado. Prost impôs uma cláusula contratual impedindo a contratação do brasileiro pela Williams. Damon Hill foi o companheiro de equipe do francês que acabou sagrando-se campeão com facilidade, com o imbatível FW15C e sua suspensão ativa.
MENTIRINHAS:
Alain Prost na Ligier
Sem equipe em 1992, após ser demitido pela Ferrari, Alain Prost testou o carro da Ligier, a JS37, em janeiro daquele ano. Guy Ligier, dono da equipe, dava a contratação do francês como certa: "Penso que tudo estará certo até o final de janeiro", disse o homem forte da escuderia francesa na apresentação oficial do carro. Alain Prost chegou a testar a Ligier JS37 em Paul Ricard, mas percebeu a pouca competitividade do modelo, apesar de impulsionado pelo ótimo motor Renault V10.
Sem acordo, Guy Ligier manteve a dupla de 1991: o belga Thierry Boutsen e o francês Érik Comas.
Alain Prost acabou comprando a equipe Ligier em janeiro de 1997 e a rebatizou para Prost GP. O time disputou cinco temporadas, a melhor delas em seu ano de estreia, em 1997, quando terminou na sexta colocação entre os construtores, ano em que contou com os motores Mugen-Honda V10.
Alain Prost testou a Ligier JS37 em Paul Ricard durante dois dias de janeiro de 1992 mas não acertou com a equipe francesa e ficou sem correr naquela temporada. Foto: Divulgação
Matéria de Reali Júnior para o Estado de S. Paulo em 23 de fevereiro de 1992. Reprodução
Arrows liderando pré-temporada
Após uma pífia temporada em 1999, tendo marcado um único ponto com o espanhol Pedro de la Rosa, a Arrows, comandada por Tom Walkinshaw, precisava começar o ano de 2000 impressionando possíveis patrocinadores.
Com um carro certamente abaixo do peso, de visual inteiramente preto, Pedro de la Rosa e o recém contratado Jos Verstappen, deixaram a concorrência para trás. De la Rosa liderou duas baterias em Barcelona e Verstappen ficou em segundo e terceiro lugares também na pista catalã. Em Silverstone, ainda nos testes da pré-temporada de 1999 eles voltaram a figurar entre os primeiros, resultados que foram capitalizados para que Walkinshaw arrebatasse patrocínios importantes, o principal deles da Orange, que acabou determinando a cor do carro para 2000.
Quando a bandeira verde foi acionada, no GP da Austrália de 2000, a realidade foi bem diferente. Ao longo do ano Verstappen marcou apenas cinco pontos e De la Rosa dois. A equipe fechou a temporada em sétimo lugar com o modelo A21 equipado com motor Supertec, desenvolvido pela Renault.
O holandês Jos Verstappen com a Arrows-Supertec durante o GP de Mônaco de 2000. Testes da pré-temporada enganaram muita gente, mas os resultados ao longo do ano foram ruins. Foto: Divulgação
GRANDE MENTIRA
Construção do Autódromo de Deodoro-RJ
Após o fechamento e demolição do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá-RJ, onde está sendo construído o Parque Olímpico para os Jogos Olímpicos de 2016, foi anunciado que um novo e moderno autódromo seria erguido na cidade, no bairro de Deodoro, zona oeste carioca, em uma área cedida pelo Exército em 2012.
Previsto para estar pronto em 2014, Deodoro deveria começar a receber competições a partir de janeiro de 2015. O projeto, entretanto, nem saiu do papel. Em novembro de 2014 a Justiça exigiu um estudo de impacto ambiental e o Ministério do Esporte abandonou o projeto.
Recheada de artefatos, a área de 2 milhões de metros quadrados de Deodoro provocou a morte de um militar e ferindo outros dez em agosto de 2012, quando eles acendiam uma fogueira durante um treinamento.
Em 12 de fevereiro deste ano uma grande explosão assustou moradores das cercanias de Deodoro, nos bairros de Marechal Hermes, Ricardo de Albuquerque, Guadalupe, Vila Militar e Anchieta.
Projeto do Autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro. Previsão era para que a nova praça de automobilismo estivesse em funcionamento em janeiro de 2015. Reprodução/UOL
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