"Sim, Milton, no grito pra fazer com que o talento vingasse. Isso eu tinha tomado conhecimento ainda nas vésperas da Copa. Um tio meu, como já lhe falei, um dos maiores corinthianos do Brasil, para não dizer o maior, saudoso tio, tinha muito contato com gente do futebol, ele já tinha vindo com essa naquela ocasião.
 
Disse que o Mauro foi na Equipe Esportiva da Bandeirantes, esta estava em atrito com a Comissão Técnica, mais especificamente Pedro Luiz Paoliello com Paulo Machado de Carvalho, e disse que retornaria ao Brasil caso não ficasse como titular, que em 1958 ele aceitou a suplência porque o Bellini estava melhor, porém, naquele ano de 1962 ele estava melhor e não aceitaria não ser o titular. E, isso acontecesse, óbvio, a Bandeirantes iria rasgar o verbo.

Domingo você passou no programa lances da decisão da Copa, narração de Pedro Luiz. Não sei se você lembra, depois de terminada a partida, Sílvio Luiz, só podia ser ele, eu sabia que daria encrenca, nos vestiários, entrevistou o Marechal da Vitória, Sílvio Luiz estava na Bandeirantes.

Ah, não deu outra, Marechal desabafou, dentre outras, algumas palavras dele eu lembro, "vocês que me criticaram etc., etc., etc.", no fim ele disse ao Pedro Luiz, "engole essa, Pedro!".

Aí, já viu, Pedro Luiz pegou o microfone, talvez tenha a gravação no arquivo do Parrom, começou rebater. Lembro, não tudo, algumas que ele falou, "Mas que pobreza de espírito, etc., etc., etc.", no fim, ele disse, foi mais ou menos assim: "Como bom brasileiro, respondo: engulo, Paulo Machado de Carvalho!".

Era uma guerra, naquela época, Pedro Luiz com o Marechal da Vitória.

Isso vinha já desde 1958, não sei se devido a saida de Pedro Luiz da Pan e ida para a Bandeirantes, lembro que em 1958, terminada a decisão, Paulinho Machado de Carvalho foi na Panamericana, Otávio Muniz estava falando da Suéc ia, Paulinho entrou em contato, tudo no ar, perguntou pelo Marechal, "Muniz, como está o Velho?", isso eu ouvi. Otávio Muniz respondeu que estava tudo bem, já não estava mais lá, Paulinho emendou desabafando, dizendo que só a Panamericana estava no ar, os urubus que o haviam criticado tinham todos saidos do ar.

Em 1962, também, quando da chegada da delegação em São Paulo, Paulinho Machado de Carvalho rasgou o verbo, dizia que era maravilha eles continuarem contra, eles contra dava resultado, dava sorte, sua preocupação era se eles começassem elogiar, aí podia secar, etc., etc.

Garrincha foi o Herói da Copa, uma hora ele disse: "Que me perdoem os demais canais de televisão", negócio mais ou menos assim, "Copa do Mundo a sétima, Garrincha o 7, etc., etc., etc.", fazendo alusão à TV Record. Era uma guerra.
Não sei como, passado um tempo, Pedro Luiz foi trabalhar na Record, comentar, Sílvio Luiz narrava e ele comentava. Porque, o que brigar am, não foi fácil.

Abs.,

Pedro Luiz "

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