Por João Antonio de Carvalho
Nascida na pequena Itaguaçu, no Espírito Santo, Gabi Zanotti nunca teve dúvida que queria ser jogadora de futebol, principalmente pelo incentivo que recebia dos pais.
Já com dez anos foi morar em Vitória, na capital do estado, para ficar mais perto de sonho e começou a disputar competições de beach soccer. Sua habilidade chamou a atenção de dirigentes do Kindermann, de Santa Catarina, para onde ela foi para jogar futsal.
Vendo que a modalidade dificilmente seria olímpica, Gabi novamente mudou de ares e foi estudar nos Estados Unidos, ganhando bolsa para jogar na Universidade. Daí para a Liga Principal foi um pulo e logo ela começou a ser chamada para a seleção brasileira.
De volta ao Brasil jogou no Santos, no Centro Olímpico e no Kindermann, agora no futebol de campo e foi constantemente chamada para a seleção, tendo alcançado sua maior conquista em 2015, com a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto.
Mesmo tendo sido cortada da lista final para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, Gabi não se abateu e foi jogar novamente fora do país, primeiro na Coréia e depois na China. Nesse ano recebeu um convite do Corinthians e voltou ao futebol brasileiro.
Gabi Zanotti é o retrato do futebol feminino do Brasil, muito habilidosa e perserverante, alcançando quase todos os sonhos que tinha quando morava na pequena Itaguaçu. Ela falou da sua vida e da sua carreira para o Terceiro Tempo, acompanhe.
Por João Antonio de Carvalho
Natural de São Paulo, Poliana Okimoto iniciou na natação bem nova e já aos 13 anos participava do Troféu Maria Lenk, ganhando sua primeira medalha, nos 800 metros, no ano seguinte. Chegou a participar do Mundial de Piscina Curta, em 2002, e ainda mantém o recorde brasileiro dos 1.500 metros em piscina curta.
Mas foi nas maratonas aquáticas que ela brilhou no esporte brasileiro, quando foi convencida pelo seu treinador e marido, Ricardo Cintra, a mudar de modalidade. Logo na sua estréia ganhou a Travessia dos Fortes, em 2005, e chegou à seleção brasileira.
No seu primeiro mundial em maratonas aquáticas, em 2006, foi prata nos 5 e 10 km, sendo a primeira brasileira a conquistar uma medalha num mundial de natação.
No ano seguinte ganhou medalha de prata no Pan do Rio de Janeiro, nos 10 km. Em Pequim, na sua primeira olimpíada, foi a sétima colocada na prova.
Em 2009 teve um grande ano, sendo campeã da Copa do Mundo, ganhando 9 de 11 etapas, e foi bronze no Mundial de Desportos Aquáticos na prova dos 5 km. No Pan de 2011, em Guadalajara, foi novamente medalha de prata na prova dos 10 km.
Em Londres, em 2012, entrou como uma das favoritas, mas saiu da prova com um quadro de hipotermia, sendo este o seu pior momento na carreira.
Deu a volta por cima no Mundial de Desportos Aquáticos, no ano seguinte, onde foi ouro na prova dos 10 km, prata nos 5 km e ainda bronze por equipes, com Allan do Carmo e Samuel de Bona.
Nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, novamente entrou na história da natação, ao conquistou a medalha de bronze após a desclassificação da francesa Aurélie Muller.
Logo depois da olimpíada resolveu encerrar a carreira esportiva, após se transformar num dos principais nomes do país. Em 2017 lançou sua biografia, escrita por Daniel Takata e Helio de La Peña.
Nós conversamos com Poliana Okimoto e ela falou sobre tudo que aconteceu na sua vitoriosa carreira. Confira!
Por João Antonio de Carvalho
Os últimos dias foram de expectativa para os torcedores de Palmeiras e Santos, desde que essas duas equipes demitiram os seus treinadores: Roger Machado e Jair Ventura. O Palmeiras agiu logo, contratando Luiz Felipe Scolari pouco mais de 24 horas depois, já o Santos demorou bem mais, mas finalmente fechou com Cuca.
Os dois treinadores já tiveram passagens por essas equipes, mas enquanto Felipão brilhou no seu primeiro trabalho no Palmeiras e pelo menos ganhou um título importante na segunda, Cuca vai tentar apagar os 14 jogos de pouco brilho que teve pelo Santos em 2008.
No caso de Felipão, apesar de estigmatizado pelos 7 a 1 da Copa de 2014, ele é um treinador de muitas conquistas, e esse cartel, unido ao seu perfil, foi fundamental para a sua escolha, em um momento que o Palmeiras precisava de uma bela sacudida.
Mesmo com os milhões gastos pelo clube e pela patrocinadora, e com os grandes nomes contratados, o time nunca convenceu. Não conseguiu nem ganhar o regional e nem se manter entre os primeiros do Brasileirão, apesar da boa campanha na primeira fase da Libertadores.
Roger teve tempo e um ótimo elenco, mas cometeu falhas gritantes em sua passagem pelo clube. Não teve coragem de tirar do time jogadores que não estavam rendendo bem, como Dudu e Lucas Lima, e permitiu que a equipe se tornasse a mais indisciplinada do campeonato.
O Palmeiras está liderando em cartões amarelos recebidos, 53, contra 49 do Vitória, que está entre os piores times do campeonato, e em faltas cometidas, 291, onze a mais também do que o Vitória.
A sua apatia no banco, e após os resultados ruins, também deixavam o torcedor irritado e isso com certeza é o que não vai ocorrer a partir da agora. Felipão, talvez à exceção do famoso e imprevisível 7 a 1, é um treinador vibrante e que joga com o time.
Ele não é apenas um treinador competente, mas também motivador, e sabe como poucos juntar um grupo, e esse será um de seus principais desafios, pois num elenco tão estrelado e com todos querendo uma vaga, é bem difícil a união visando o resultado final.
Tecnicamente todos conhecem o trabalho de Scolari, duas vezes campeão da Libertadores, uma com o Grêmio e outra com o Palmeiras, campeão mundial em 2002 e várias outras conquistas entre o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e os campeonatos regionais.
Não que o elenco do Palmeiras seja perfeito, mas claramente dá opções de sobra para um treinador, e foi isso que Roger não conseguiu e que o torcedor espera que Felipão consiga. Um time forte, bem treinado, vibrante e que volte a ser candidato nas três competições que segue disputando.
No caso de Cuca ele já chega com dois problemas, o primeiro, e mais grave, é tirar o time da incômoda zona de rebaixamento, onde entrou nessa segunda-feira, e o segundo, menos complicado, é apagar sua péssima passagem em 2008.
Naquele momento, apesar de bons trabalhos no Goiás, no São Paulo e no Botafogo, Cuca ainda convivia com suas manias e incertezas, e só tinha no currículo dois títulos da Taça Rio com o alvinegro carioca.
O time vinha desmoralizado após uma eliminação na Libertadores e uma goleada de 4 a 0 para o Cruzeiro e não tinha grandes nomes,sendo os mais experientes o goleiro Fabio Costa, o lateral Kleber, o colombiano Molina e o atacante Kleber Pereira.
Cuca chegou a pedir demissão em seu oitavo jogo, uma goleada de 3 a 0 para o Figueirense, em Florianópolis, após quatro derrotas e quatro empates, mas voltou atrás e ainda ficou mais seis partidas, com as primeiras três vitórias e outras três derrotas, sendo as duas últimas em plena Vila Belmiro, para Coritiba e Atlético Mineiro, deixando de vez o clube com ele em 18º lugar e na zona de rebaixamento.
Mas hoje o patamar de Cuca mudou muito, nesses dez anos ele foi campeão da Libertadores, pelo Atlético Mineiro, em 2013, e campeão brasileiro pelo Palmeiras, em 2016. Além disso desde 2011 só ficou um ano sem conquistar um título, exatamente em 2017.
E com mais maturidade para apagar sua passagem de 2008 restará a Cuca tirar o Santos da situação horrível em que se encontra, e sem ter tantas opções, como teve nos seus dois últimos trabalhos no Palmeiras.
Pelo menos ele vai ganhar algo que Jair Ventura tanto pediu mas não recebeu, reforços com experiência para auxiliar o trabalho de um treinador. Chegam o costariquenho Bryan Ruiz, um armador que fez falta desde a saída de Lucas Lima, o uruguaio Carlos Sanchéz, capaz de jogar em várias funções do meio-campo e Derliz González, paraguaio que pode ser ótima opção pelos lados do campo.
Talvez o principal problema de Cuca será motivar o time, visto que ele não tem esse perfil, como o rival Felipão. Depois terá de arrumar a casa, e terá problemas em todos os setores. O goleiro Vanderlei andou errando mais do que em toda a temporada 2017, mas ainda é um dos mais seguros do país.
A defesa, apesar de ter sofrido apenas 19 gols, número baixo para um time do Z-4, não tem uma liderança. David Braz bem que tentou assumir esse papel, mas não consegue convencer totalmente os torcedores, assim como Veríssimo, Gustavo Henrique, Luiz Felipe. Nas laterais novamente o time tem jogadores inconstantes, com Victor Ferraz e Daniel Guedes pela direita e Dodô pela esquerda.
No setor mais importante do time, o meio-campo, o Santos passou todo primeiro semestre tentando achar um armador e não conseguiu. E seus volantes tem algumas limitações, como Alisson no passe, Renato na idade e Pituca pela falta de experiência. Bryan Ruiz e Sanchéz com certeza irão melhorar esse quadro, mas isso tem de acontecer o mais rápido possível.
E no ataque, apesar das boas opções de jogadores pelos lados de campo, a falta de um centroavante matador atrapalha muito. Ninguém pode negar as virtudes do ótimo Rodrygo, de Eduardo Sacha, de Gabigol, de Bruno Henrique e até dos jovens Arthur Gomes e Diogo Vítor. A chegada de Derliz Gonzáles vai aumentar essa briga, mas não vai resolver o problema da falta da referência.
Apesar de tudo isso não vejo a situação do Santos como desesperadora, o time tem o final do turno e todo o segundo para se recuperar, tem agora um técnico confiante e reforços de experiência, mas é bom se cuidar, porque já vimos esse filme com outros chamados “grandes”.
Achei as duas contratações acertadas, para o momento que vivem as duas equipes, mas só o tempo irá dizer se Felipão conseguirá domar e conviver com o caro elenco do Palmeiras, e se Cuca terá força e personalidade para tirar o Santos do buraco. E você, o que acha???
Por João Antonio de Carvalho
Após as emoções da Copa do Mundo, o país já pode começar a pensar na próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2020, em Tóquio, no Japão, mas sem a mesma intensidade que aconteceu antes da olimpíada disputada no Rio de Janeiro.
Em 2014 o Brasil disputou todas as modalidades, com exceção do Hóquei Sobre a Grama feminino, cuja preparação foi preterida para melhorar as condições do time masculino. Para Tóquio várias modalidades terão muita dificuldade para alcançar vaga para o evento.
Só para se ter uma idéia, o Comitê Olímpico Brasileiro, hoje dirigido pelo ex-presidente da Confederação de Judô, Paulo Wanderley, acredita que o país deverá ter algo em torno de 250 a 260 atletas, número bem inferior aos 465 atletas de 2014.
O investimento também foi drasticamente cortado, tanto de verbas públicas como as de patrocinadores. Além disso algumas confederações vivem problemas e não estão nem recebendo a sua parte da Lei Agnelo/Piva, devido as gestões ruins de seus dirigentes.
Mesmo com todos esses problemas dá para ser otimista em relação ao número de medalhas para 2020, principalmente pela entrada de três esportes onde o país é potência: Surfe, skate e caratê.
No surfe temos nomes como os campeões mundiais Gabriel Media e Adriano de Souza, o Mineirinho, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira, entre outros. No skate, nomes como Pedro Barros, Kelvin Hoefler, Luan Oliveira e Letícia Bufoni estão sempre disputando títulos. E no caratê tem Douglas Brose, duas vezes campeão mundial, e Valéria Kumizake, vice em 2016.
Alguns esportes continuam sendo as maiores esperanças de medalha, como o judô, hoje muito mais no feminino do que no masculino, e o vôlei, tanto de quadra como de praia. Dificilmente o país vai deixar de ganhar medalhas nessas modalidades.
Atletas que conquistaram medalha no Rio 2014 e seguem no mesmo nível podem brigar, como Isaquias Queiroz, na canoagem e Martine e Kahena na vela. Aliás o iatismo sempre foi um esporte de ponta, onde tem chance também Jorge Zarif, da Finn. Outros terão mais dificuldade em se manter, como Felipe Wu, no tiro, e Maicon Siqueira, no taekwondo.
No atletismo e na natação a expectativa também é boa. No atletismo após o ouro de Thiago Braz no Rio, vemos o crescimento de nomes como Núbia Soares e Almir Júnior, no salto triplo, de Darlan Romani, no arremesso de peso, de Gabriel Constantino, nos 100 metros com barreiras, e de Thiago André, nas corridas de fundo.
Na natação além da regularidade de Bruno Fratus, nos 50 metros, e no crescimento do revezamento 4 x 100 masculino, teremos novamente e oportunidade de Ana Marcela Cunha repetir nas maratonas aquáticas o feito de Poliana Okimoto.
A ginástica, decididamente consolidada no país, também pode sonhar com mais conquistas. Arthur Zanetti segue entre os melhores, Arthur Nory vai com mais experiência, e no feminino as jovens Thaís Fidélis e Flávia Saraiva, ao lado de Rebeca Andrade são destaque.
Nos esportes coletivos, fora o vôlei, a maior expectativa fica novamente com o futebol, sempre favorito no masculino, e entre eles no feminino, que já garantiu vaga para os Jogos e terá mais tempo de preparação. Não acredito em surpresas no handebol e no basquete.
E como vem acontecendo nas últimas olimpíadas, novos nomes podem surpreender, como Henrique Avancini, que vem tendo ótimos resultados no MTB, Hugo Calderano, crescendo cada vez mais no tênis de mesa, Ana Sátila, na canoagem slalom e Beatriz Ferreira, no boxe.
A partir de agora serão 740 dias para que os atletas brasileiros primeiro alcancem suas vagas e depois sonhar com medalhas. Apesar do investimento menor não devemos ficar tão pessimistas, o número de medalhas deve se manter no mesmo patamar em 2020. Que venha logo Tóquio 2020.
Por João Antonio de Carvalho
O Polo Aquático brasileiro viveu seu grande momento na história antes e durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Em 2015, o Brasil alcançou um resultado histórico, ao terminar em terceiro lugar na Super Final da Liga Mundial, em Bérgamo, na Itália.
Além de ganhar o bronze, numa emocionante disputa de pênaltis contra os Estados Unidos, por 14 a 13, após empate de 10 a 10 no tempo normal, os brasileiros conseguiram uma vitória histórica, contra a Croácia, então campeã olímpica, por 17 a 10.
No Rio de Janeiro, um ótimo início, com três vitórias, inclusive uma delas em cima da Sérvia, que viria a ser campeã olímpica, por 6 a 5. Mas depois a equipe não se econtrou e terminou apenas na oitava colocação. Foram os grandes momentos da seleção.
A equipe era dirigida pelo croata Ratko Rudic, dono de cinco medalhas olímpicas como treinador, sendo quatro de ouro e uma de bronze, e mais uma como atleta. Um perfeccionista que ajudou muito no crescimento da modalidade.
Além disso o time contava com o goleiro sérvio Slobodan Soro, o croata Josip Vrlic, o cubano Ives Alonso, casado com uma brasileira, o espanhol Adria Delgado, filho de pai brasileiro, o italiano Paulo Saleme, filho de uma brasileira, e Felipe Perrone, brasileiro que jogou até 2014 pela Espanha.
Um dos grandes nomes do país era Gustavo “Grummy” Guimarães, que na época tinha 22 anos e é conhecido como “Neymar do Polo Aquático”, já que marcou mais de 1.600 gols na sua carreira.
Grummy já teve duas passagens pela Itália e uma pela Espanha e segue sendo um dos principais jogadores da equipe, que no ano passado conquistou pela primeira vez a Copa Uana, com as participações de Canadá e Estados Unidos, e a vaga para o Mundial de 2019.
Apesar da falta de recursos após a olimpíada, ele ainda acredita no futuro da modalidade e espera ajudar a conseguir a classificação para os Jogos de 2020, em Tóquio, ou no Pan de 2019, em Lima, no Peru, ou no Pré-olímpico mundial.
Conversamos com Gustavo “Grummy” e ele falou da sua carreira, de sua paixão ao esporte, do futuro da modalidade e da sua família, toda formada por esportistas, e que foi seu grande suporte na sua carreira. Confira!
Noite de heroísmo de Cássio e ruindade de Benedetto. Por Wladimir Miranda
06/07/2022Vítor Pereira destaca ‘espirito’ corintiano na Bombonera: ‘Supera as dificuldades’
06/07/2022Santos enfrenta o Táchira em jogo que define vaga às quartas da Sul-Americana; as formações
06/07/2022Achados & Perdidos: A goleada histórica da Portuguesa sobre o Corinthians pelo Paulista de 1975
06/07/2022Olhos no retrovisor: Barrichello voltava a guiar o carro da Branw-GP há três anos
06/07/2022