Foto: Reprodução/TV Globo

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Não basta só identificar os elementos que invadiram o gramado da Vila Belmiro, nesta quarta-feira, 13 de julho, na vitória, inútil, do Santos sobre o Corinthians por 1 a 0, pela Copa do Brasil.

Deveriam ficar presos.

Serem multados.

Banidos das praças esportivas.

Nenhuma destas punições será aplicada.

Eu não tenho nenhuma dúvida disso.

Você, que está lendo estas linhas, acha que quem invadiu o gramado será penalizado?

Oremos.

Foram muitos os erros que levaram quem gosta de futebol e estava na Vila Belmiro ou em frente à televisão, assistir, horrorizado as cenas deprimentes.

Pelo menos imagino que quem tem um mínimo de discernimento tenha reprovado as cenas lamentáveis que viram.

A direção do Santos colaborou para o cenário de guerra.

Era fácil prever que o jogo era de alto risco.

Pois que, após perder por 4 a 0 no primeiro confronto, e com o time fraco que tem atualmente, quem tem bom senso sabia que seria muito difícil, pra não dizer impossível, a frágil equipe santista conseguir o milagre da classificação.

E, pela facilidade com que os sete invasores pisaram no gramado da Vila Belmiro, ficou claro que não foram tomadas medidas para aumentar a segurança do estádio.

No momento da confusão, 23 rojões foram acionados no velho alçapão.

Sinalizadores foram acesos.

A pergunta que tem de ser feita é como os torcedores conseguiram entrar no estádio com rojões e sinalizadores.

Houve falha na fiscalização.

Alguém será responsabilizado pela falha?

Não creio.

Você, leitor, acha que alguém será punido pela falha na hora da revista?

Não será.

Um dos sete invasores tinha como alvo principal o goleiro Cássio.

Só não agrediu o goleiro corintiano porque Marcos Leonardo, atacante do Santos, não deixou.

Antes mesmo de o jogo terminar, Cássio sofreu com os rojões que foram atirados na sua direção.

Passou por apuros.

Quando o árbitro apitou o final do jogo, o goleiro do Corinthians, ao sair do gramado, olhou para o setor da torcida santista de onde partiam as provocações, os sinalizadores e os rojões e, ironicamente, aplaudiu os torcedores.

O setor é ocupado pela Torcida Jovem, a maior torcida organizada do Santos.

Foi um gesto dispensável.

Cássio mexeu com fogo ao fazer isso.

Nitroglicerina pura.

Colocou gasolina no incêndio.

Não dá para afirmar que se não fosse o gesto irônico do goleiro corintiano os torcedores santistas não invadiriam o gramado.

Mas que o gesto colaborou para que os ânimos ficassem ainda mais acirrados, isso é inquestionável.

É lamentável que um goleiro tão experiente tenha cometido um ato tão desprovido de sensatez.

Os torcedores que foram ao estádio para implantar o terror, os sete torcedores que invadiram o gramado e, principalmente, o “torcedor” ensandecido que tentou dar uma voadora no goleiro, merecem todo o repúdio.

E têm de ser punidos rigorosamente.

Mas Cássio errou.

E deve ser advertido pelo ato insensato.

Estranho também que o aplauso irônico do goleiro corintiano não tenha merecido um comentário crítico por parte da mídia esportiva.

Seria pelo fato de ele ser ídolo da segunda maior torcida do país?

Pode ser.

O que, jornalisticamente, é deprimente.

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