Wendell Lira comemora o fato de poder trabalhar em casa hoje, ao lado da filha e da esposa

Wendell Lira comemora o fato de poder trabalhar em casa hoje, ao lado da filha e da esposa

Há pouco mais de um ano, Wendell Lira conquistava o prêmio Puskas de gol mais bonito do mundo em 2015 jogando pelo modesto Goianésia. Logo ele passou de um desconhecido no mundo da bola para a fama repentina. Porém, apenas seis meses depois de ganhar a premiação da Fifa, o atacante surpreendeu a todos com o anúncio de que estava se aposentando dos gramados, aos 27 anos, para virar gamer e youtuber.

A decisão de abandonar os gramados não foi fácil, e Wendell foi alvo de muitas críticas. Hoje, passados outros seis meses, ele tem a certeza de que tomou a decisão mais correta. Em conversa exclusiva com o Portal da Band, o ex-atacante contou que só teria, no máximo, mais dois anos de carreira devido às muitas lesões que teve. O seu canal, o WLPSKS, tem mais de 300 mil inscritos, e ele recebe todo dia o carinho dos fãs de videogame.

Os objetivos de Wendell também mudaram. Agora ele irá disputar em abril, em Vancouver, no Canadá, uma seletiva para o Mundial de Fifa 17 e para alcançar essa meta treina muito. Às vezes, vara a noite jogando videogame, tudo isso para levar um conteúdo diferente para seus seguidores, a quem sempre trata com muito carinho, atendendo a todos pedidos de fotos e autógrafos, fato que a reportagem do Portal da Band pôde conferir durante um evento de lançamento de uma chuteira da Nike, que contou com a presença do youtuber e onde a entrevista foi realizada. A mudança na carreira não o fez esquecer da sua maior conquista. Ele garante que não larga o prêmio Puskas, e que só não dorme com ele para não brigar com sua esposa.

Confira aqui a entrevista exclusiva com Wendell Lira:

Portal da Band: Como está sua vida depois dos gramados, a vida de youtuber e gamer?

Wendell Lira: Minha vida está perfeita. Quando era jogador era feliz, fazia o que amava, mas hoje eu descobri que posso ser muito mais feliz porque hoje eu trabalho dentro de casa, com minha filha do lado, minha esposa. E chegar em um evento desse e ver o respeito e o carinho dos inscritos. Isso pra mim não tem preço de ver que meu trabalho está sendo recompensado e que eu fiz a escolha certa.

Como é sua rotina hoje?

Varia muito, porque tem vezes que eu tenho que viajar, mas normalmente eu acordo de manhã e já vou gravar o conteúdo do dia, ou do próximo dia, e ai já fico por conta da minha família, vou brincar, vou me divertir e também treinar no Fifa porque tem que estar sempre afiado.

Teve vídeos que você falava que estava fazendo uma maratona de jogos. Quanto tempo você joga direto?

Depende muito. Quando eu estava disputando a vaga pra seletiva, eu fiz um intensivo de uma semana indo dormir as 6h, 7h, acordando as 14h, almoçava e já ia jogar de novo, porque eu precisava muito classificar para essa seletiva que vai ser em Vancouver. Graças a Deus eu consegui. Fui o terceiro das Américas, o 10º do mundo, então fico feliz que todo aquele emprenho e os olhos vermelhos valeram a pena.

Qual foi o máximo de tempo que você já ficou jogando?

Já virei dias jogando. Se eu junto com meus amigos para treinar pra campeonato, não tem hora, o tempo voa, o dia passa e a gente nem vê.

Como vai ser essa seletiva pro Mundial em Vancouver?

Vai ser animal. A classificatória era online, o mundo inteiro participou. Se classificavam 12 das Américas, eu consegui ficar em terceiro. Agora dia 8 de abril vai ser a seletiva que vai classificar para o Mundial, então vou seguir treinando bastante, vou fazer outro intensivo quando chegar mais perto pra poder chegar lá e representar bem o Brasil e quem sabe disputar o Mundial de Fifa pela primeira vez.

Esse é seu maior objetivo hoje como gamer e youtuber?

Hoje meu maior objetivo é levar um conteúdo bacana pra galera. Porque ir pra Vancouver, eu consigo levar alguma coisa que eles não estão acostumados a ver, que são conteúdos sobre a seletiva, como é lá, como os gringos jogam, será que o nível dos brasileiros é acima ou é abaixo, então eu tento sempre trazer o melhor conteúdo possível e com isso os meus resultados vão melhorando também.

Você falou que recebeu muitas críticas, algumas pesadas, quando largou o futebol. Como foi isso?

Na verdade o pessoal não entende muito. Quando eu sai do futebol muitos disseram pô, mas você vai largar o futebol, que babaca, eu estou tentando ser jogador e você sai assim depois de conseguir um prêmio importante. Mas eu parei de jogar futebol porque fiz sete cirurgias, tive quatro problemas de ligamentos cruzados que tive que refazer, então eu teria mais dois anos de carreira como jogador e hoje eu tenho uma vida inteira como youtuber. É uma carreira que estou fazendo e quem sabe um outro ramo, televisão. Então fico feliz de ver que minha escolha não foi errada. Foi a escolha do meu coração. Como eu disse, receber um carinho de um inscrito é maravilhoso, e em seis meses conseguir 300 mil inscritos é muita coisa, e tenho certeza que daqui pra frente vai crescer mais e vou fazer o máximo pra produzir conteúdos bacanas.

A rivalidade que existe no futebol existe entre os gamers também?

Existe cara, é até engraçado porque existe rivalidade entre região. Eu sou de Goiânia, tenho meus amigos que jogam lá e você vê a rivalidade com o pessoal de São Paulo, de Minas, do Sul. É uma rivalidade sadia, não como dos clubes, mas existe sim essa rivalidade. Quando encontra nos campeonatos é pegação, zuação, os caras ficam na pilha quando perdem. O bagulho é louco.

E o prêmio Puskas está bem guardado?

Está sim. Fica lá no meu estúdio, do meu lado. Só não durmo com ele porque senão minha mulher briga, mas se pudesse dormia comigo todo dia.

Foto: Mario Henrique de Oliveira/Band

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