O futebol é cheio de histórias e lendas, que, a gente acreditando ou não, fazem desse esporte algo tão apaixonante. Uma delas envolve uma das grandes potências do futebol europeu nos anos 60 e um dos treinadores mais importantes da história do futebol.
Estamos falando da maldição de Bela Guttmann!
É curioso pensar que aquela mesma pessoa que te deu suas maiores alegrias pode ser capaz de causar um tremendo sofrimento, não?! No futebol isso é muito comum. E quando olhamos para a história do Benfica, esse sofrimento já dura quase 60 ANOS!
Treinador húngaro, nascido em 1899, Bela Guttmann foi o homem responsável pelo maior time da história do Benfica. Duas vezes campeão da Liga dos Campeões da Uefa com os Encarnados, o técnico não teria saído bem do Estádio da Luz, e teria a equipe a um calvário que dura até os dias atuais (o clube lisboeta contesta a lenda).
UM REVOLUCIONÁRIO QUE PASSOU PELO BRASIL ANTES DE CONQUISTAR A EUROPA
Na primeira metade do século XX, a Hungria se mostrou uma potência no futebol mundial. Foi a seleção húngara a responsável por conseguir vencer a poderosa Inglaterra pela primeira vez na história em Wembley. Ali surgiram nomes históricos como o treinador Gustav Sebes, os jogadores Puskas, Kocsis e Hidekuti.
Nesse mesmo período, até um pouco antes dessa geração de jogadores, Bela Guttmann ganhou destaque. Jogador em sua juventude, o húngaro se tornou treinador nos anos 30, passou por clubes de menor expressão. Sempre atrás de desafios, trabalhou na Argentina, onde treinou o Quilmes, em 1953, e até no Brasil, onde comandou o São Paulo, entre 1956 e 57.
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A passagem de Guttmann pelo Brasil, inclusive, é das mais importantes, já que o húngaro, além de ser campeão paulista com o Tricolor, tinha como auxiliar Vicente Feola, que viria a ser treinador da seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 1958. Foi com o húngaro que Feola aprendeu a utilizar o esquema 4-2-4, o mesmo que faria o Brasil campeão mundial pela primeira vez.
Em 1959, depois de deixar o São Paulo e passar pelo Porto, Guttmann desembarcou em Lisboa para treinar o Benfica e fez ali sua obra-prima. Com o clube português, o treinador conquistou duas vezes a Copa dos Campeões da Europa, vencendo o Barcelona na final de 1961 e o Real Madrid na final de 1962.]
A SAÍDA DO BENFICA: SURGE A LENDA DA MALDIÇÃO
Logo após conquistar o bicampeonato europeu, Béla Guttmann sentiu que era possível pedir um aumento salarial à diretoria dos Encarnados em sua negociação para renovar o contrato.
Mesmo com os ótimos serviços prestados, a diretoria benfiquista não julgou justo um aumento para o treinador que estava em final de contrato e arrastou a negociação com o húngaro, que decidiu deixar o Benfica ao final da temporada. Antes de deixar o Estádio da Luz, porém, chateado com a condução da negociação, de acordo com relatos da época, Béla Guttmann lançou uma maldição sobre o Benfica:
“Sem mim, nem em cem anos o Benfica conquistará uma taça continental.”
A praga do húngaro não foi levada a sério e logo no ano seguinte, já sem o treinador, o clube português conseguiu chegar novamente na final da Liga dos Campeões. Em sua terceira decisão consecutiva, porém, o Benfica, então bicampeão europeu, acabou derrotado pelo Milan.
O histórico time do Benfica ainda chegou a mais duas finais de Liga dos Campeões nos 60, e também saiu derrotado em ambas: em 1965, contra a Inter de Milão, e em 1968, contra o Manchester United.
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De lá pra cá, os Encarnados conseguiram fazer mais duas finais de Liga dos Campeões. Foram em 1988 e 1990, mas novamente foram derrotas, dessa vez para PSV e novamente para o Milan. O detalhe curioso é que em 90, quando foi derrotado por 1 a 0 pelo Milan, o Benfica jogou a final da Liga dos Campeões em Viena, na Áustria, onde está enterrado o corpo de Béla Guttmann.
O Benfica ainda conseguiu chegar a três finais de Copa da Uefa, atualmente chamada de Liga Europa, que é o segundo torneio em importância de nível continental do Velho Continente. Em 83, derrota para o Anderlecht, da Bélgica; em 2013, derrota para o Chelsea, e no ano seguinte, em 2014, derrota para o Sevilla.
A VERSÃO DO CLUBE E A IDOLATRIA POR GUTTMANN
Em sua versão, Guttmann não deixou o Benfica a contragosto, muito menos jogou uma maldição sobre o clube. De acordo com o clube, o treinador decidiu deixar o clube dias antes da final da Liga dos Campeões (na época chamada de Copa dos Campeões) contra o Real Madrid, em 1962. Segundo os Encarnados, a saída foi escolha de húngaro, que tinha como linha de trabalho não ficar mais do que dois anos no clube. A exceção tinha sido justamente o Benfica, onde ficou por três anos.
Segundo o próprio Benfica, a lenda da maldição de Guttmann surgiu em 1969, com a eliminação da equipe portuguesa para o Vasas, clube de Budapeste, na Hungria, o jornal A Bola, de Portugal, publicou uma versão equivocada da saída do ex-treinador do Estádio da Luz.
Em entrevista ao jornal Expresso em 2011, o ídolo Eusébio descartou qualquer ruptura traumática de Guttmann com o clube: "Não, não há nenhuma superstição do Béla Guttmann, é tudo mentira. Inventaram coisas, e quem está lá dentro é que sabe a verdade, mas as pessoas não acreditam. Só que esta gente – é a nossa mentalidade, pronto –, como alguém não ganhou outra vez, aqui e acolá, começou logo a dizer que era por causa da praga do Guttmann. Mentira!”.
Verdade ou não, o fato é que desde que Béla Guttmann deixou de forma contrariada o comando do Benfica, o clube português jamais conseguiu novamente um título continental. E a pergunta que fica agora é: como se livrar da maldição? Torcedores do clube consideram que a conquista da UEFA Youth League, torneio continental sub-19, no primeiro semestre de 2022, o clube encerrou seu calvário no cenário europeu. Mas será mesmo?
Independente de qualquer mágoa que tenha ficado em qualquer um dos lados dessa história, o Benfica tem Guttmann como um dos grandes nomes de sua história. O húngaro tem grande destaque no museu do clube, e ainda é homenageado com uma estátua no Estádio da Luz. Apenas o ex-treinador e o craque eterno Eusébio possuem estátuas no estádio do clube lisboeta.
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