Marcus Alves
Colaboração para o UOL, em Lisboa (Portugal)
Chelsea, Manchester City, Liverpool, Borussia Dortmund, Sevilla e outros 16 clubes mandaram olheiros para acompanhar o confronto entre Benfica e Manchester United na última quarta-feira (18), no Estádio da Luz, em Lisboa, pela Liga dos Campeões.
Poderia ser a chance para Gabigol, enfim, decolar.
Após um início complicado, em que chegou a ficar fora do banco de reservas por mais de uma vez e somou apenas 89 minutos em campo no seu primeiro mês, ele havia desencantado no compromisso anterior ao marcar golaço em jogo contra o Olhanense, pela Taça de Portugal. Foi o fim de um jejum que perdurava desde fevereiro, quando ainda defendia a Inter de Milão.
Para a surpresa de todos, o atacante não foi relacionado pelo técnico Rui Vitória nem mesmo entre os reservas na derrota de 1 a 0 para o United. Foi um balde de água fria na sequência perseguida pelo jovem jogador. Aos 21 anos, ele luta para reencontrar a forma que o conduziu à seleção brasileira pelo Santos e à titularidade na conquista da medalha de ouro em 2016.
"Lisboa está fazendo muito bem para ele [Gabriel], está feliz e é isso que importa. Ele tem muito mais potencial ainda para mostrar, mas precisa de continuidade de jogo e ritmo. Não pode jogar um jogo e ficar dois ou três sem jogar. Jogador de futebol é como um avião, precisa voar", analisou o empresário Wagner Ribeiro, em entrevista ao UOL Esporte.
Conforme apurado pela reportagem, as cifras em torno de seu empréstimo junto à Inter de Milão foram motivo de questionamento durante a Assembleia Geral do clube. Na ocasião, o presidente Luís Filipe Vieira esmiuçou os custos da transação para os sócios.
Segundo ele, Gabriel Barbosa desembarcou de forma gratuita na equipe, que, ao fim de um ano, terá um gasto total de 1,7 milhões de euros (R$ 6,344 milhões) entre salários e impostos com a operação. Na conta está incluída a parcela do vencimento assumida pelo Benfica: em torno de um terço, 100 mil euros (R$ 370 mil). Perguntado a respeito dos números, Wagner Ribeiro preferiu não comentar.
No mesmo evento com os associados do Benfica, Luís Filipe Vieira explicou que a vinda do brasileiro foi um pedido direto do técnico Rui Vitória, que via no ex-santista o parceiro ideal para o compatriota Jonas. A versão é contestada por interlocutores com trânsito no time.
"Quando saiu do Brasil, o Gabriel era campeão olímpico pela seleção, titular absoluto do Santos e era um jogador convocado pelo Tite. Ele chegou na Itália e não teve oportunidade de jogar, como poderia mostrar futebol se não jogasse? Então, fizemos a opção com a direção da Inter pelo empréstimo para que atuasse. Entre vários clubes que nos procuraram da Espanha, França e Portugal, optamos pelo Benfica, um dos três maiores do país e que disputa a Champions (League). Ele está em Portugal para poder somar com o elenco do Benfica, jogar e mostrar o potencial dele", afirmou Ribeiro. "Ficar ou não em Lisboa ao fim do contrato vai depender do que acontecer daqui pra frente", prosseguiu.
Praticamente impossível diante da falta de sequência atual, a Copa do Mundo de 2018 ainda fazia parte dos planos de Gabigol em sua ida para Lisboa. Para isso, manteve uma estrutura reduzida, mas inspirada no compatriota Neymar. O fisioterapeuta Thiago Lobo, que deixou o Santos para acompanhá-lo em Milão, segue ao seu lado no novo desafio, por exemplo. O atacante ainda costuma ter a companhia de Junior Pedroso, que trabalha com Wagner Ribeiro.
Em paralelo a isso, as dificuldades enfrentadas com moradia na Itália não se repetiram em Portugal, a despeito da bolha imobiliária que assola a capital portuguesa e virou manchete ao redor do mundo, com o aumento dos preços e a dificuldade em encontrar casa que atinge até mesmo a pop star Madonna. Recentemente, a família Barbosa deixou o Hotel Corinthia, que costuma receber os reforços do Benfica, e se mudou para uma residência mais afastada do centro da cidade.
O veterano goleiro Julio Cesar, 38 anos, tem sido o responsável por ciceronear Gabigol em seu desafio lusitano para romper de vez no futebol europeu. Com quatro partidas disputadas até aqui, ele tem opção de compra estipulada em 25 milhões de euros ao fim de seu empréstimo.
Foto: Divulgação/Benfica
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