Enfim, Portugal chega lá, para tristeza dos franceses

Enfim, Portugal chega lá, para tristeza dos franceses

Dificilmente um acontecimento histórico do futebol não encontra semelhança com algo parecido que tenha acontecido em algum tempo qualquer em outro lugar. 
 
A acirrada decisão da Eurocopa entre França e Portugal, domingo,  fez lembrar a saída de Pelé da seleção brasileira, por lesão, logo no inicio da Copa de 1962, no Chile, que pregou um enorme susto na comissão técnica e na torcida brasileira de um modo geral, levando a um certo desânimo com vistas à possibilidade de conquistarmos o bicampeonato mundial naquela ocasião. 
 
Provando que nada nem ninguém é insubstituível neste mundo, a substituição do Rei pelo quase desconhecido  Amarildo surpreendeu a todos, com boas apresentações do atacante do Botafogo, que contribuíram de forma decisiva para que conquistássemos em terras andinas a nossa segunda Copa do mundo.
 
Na decisão desse domingo, quando Cristiano Ronaldo deixou a seleção portuguesa logo no início da partida,  lesionado, passou pela cabeça de quase todo mundo a impressão de que a França, que já desfrutava de um certo favoritismo, estava com a faca e o queijo na mão para vencer a Eurocopa 2016. . 
 
Não havia como pensar diferente. Afinal, até os portugueses admitem que a seleção de seu país não está entre as mais categorizadas do Planeta, tendo no seu principal jogador o grande trunfo para fazer frente a outras equipes dotadas de melhor elenco, embora a França não esteja no momento na linha de frente do futebol mundial. 
 
Sem Cristiano Ronaldo no jogo da decisão, "nada feito, estamos fritos",  devem ter pensado muitos torcedores lusos naquele momento em que viram o astro do Real Madrid deixar o campo prematuramente, sendo substituído pelo atacante Éder, tecnicamente bastante inferior. . 
 
Ma nem eles, nem nós brasileiros que torcemos para Portugal por questão de afinidade étnica, seríamos capazes de imaginar que o jogador naturalizado português, nascido na Guiné Bissau, se tornaria o "Amarildo" dos portugueses, fazendo esquecer Cristiano Ronaldo nessa Final da Eurocopa.  tal como o atleta botafoguense fez esquecer Pelé, na Copa de 1962.
 
Com muito aplicação em campo e revelando um bom nível técnico na condução da bola, Éder fez por merecer a predestinação de entrar para a história como autor do gol (um golaço, vale lembrar) que coloca o futebol português no patamar dos grandes campeões da Europa. 
 
É claro que temos de convir que essa conquista portuguesa tem seu lado pitoresco, pelo fato de ter sido alcançada com apenas uma vitória no tempo normal (2 a 0 sobre País de Gales), tendo a equipe de Cristiano Ronaldo empatado os demais confrontos, que decidiu a seu favor em decisão por pênaltis e na prorrogação, como aconteceu nessa grande Final diante da França. 
 
Embora curioso, esse fato não desmerece a conquista portuguesa que deixa margem a muitos elogios, com maior ênfase ao excelente esquema tático adotado pelo técnico Fernando Santos, que embora o acúmulo de empates, não se caracterizou como aquilo que chamamos comumente de retranca. 
 
Digamos que o campeão da Eurocopa de 2016 foi um time bem armado defensivamente, contando com a presença do super zagueiro Pepe, mas com opções ofensivas,  até porque seria um sacrilégio negar a existência desse quesito em qualquer equipe que tenha em sua linha ofensiva nada menos do que o Bola de Ouro Cristiano Ronaldo
 
A vitória portuguesa foi - com certeza (para lembrar o refrão) - fruto de um belo trabalho de preparação realizado com êxito pela comissão técnica da seleção lusa, que enche de orgulho os patrícios de Camões, Fernando Pessoa, Amália Rodrigues e minhas queridas amigas, cantoras Dulce Pontes e Ana Malhoa, que me concederam, pouco tempo atrás, o prazer e a honra de entrevistá-las.
 
Falando agora do embolado Brasileirão, que tem Palmeiras, Corinthians e Grêmio brigando pela liderança, faz-se oportuno lembrar o que falei no comentário anterior sobre a brutal queda de produção do Internacional, ocorrida ao longo das últimas cinco rodadas que se completaram no domingo anterior. 
 
Eu disse textualmente na ocasião: "Essa campanha,  que chega às raias do intolerável por parte da torcida colorado,  coloca de molho as barbas do técnico Argel, que, a meu juízo, vai a Recife para enfrentar o Santa Cruz, no Arruda,  sentado no fio da navalha". 
 
É claro que foi uma prognóstico óbvio. Colorado nenhum aguentaria mais  ver seu time continuar sendo treinado por um técnico cuja equipe conquistou  apenas 1 ponto em 18 disputadas. Por isso a cabeça de Argel rolou, como era facilmente previsível. 
 
Resata agora aos colorados torcerem para que aquele que pegar esse barco vermelho à deriva consiga reconduzi-lo a uma navegação tranquila, que o aproxime do paraíso do G-4 e o distancia, tanto quanto possível, do inferno da Zona de Rebaixamento. 
 
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Foto: UOL 

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