Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC

Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC

São Paulo x Corinthians foi um jogo fraco. Ruim, tecnicamente. Típico em que ninguém conseguiu fazer nada, e quando é assim o importante é vencer. Melhor para o Tricolor, que fez 1 a 0, com Reinaldo, de pênalti.

E, pasme, se tratam de dois times que estão na parte de cima da tabela. O time do Morumbi é o quinto, com os mesmos 43 pontos do Alvinegro, quarto.

Preocupante, de verdade.

Não foi uma partida em que o São Paulo conseguiu jogar como Fernando Diniz, seu técnico, gosta.

Em parte, porque havia desfalques demais no ataque. Justamente o setor que, pensa-se, deve render mais com o comandante, sempre favorável a esquemas ofensivos e trocas de passes rápidos.

Mas, sem gente como Pablo, Antony, Toró, Everton, Rojas e Dani Alves, ficou mais complicado, de fato.

Pato estava em campo, mas teve atuação apagadíssima. Como tem sido, aliás, desde que voltou ao clube.

Já o Corinthians...

Na entrevista coletiva pós jogo, Fábio Carille disse que, de 63 partidas no ano, o time não deve ter feito nem sequer dez boas.

Palavras de Fábio Carille, técnico do Timão, não de outra pessoa.

O comandante disse que a qualidade do passe está ruim. Que a confiança de muita gente anda baixa. Que, mais uma vez, não foi possível criar nada.

Resumiu admitindo que mereceu a derrota no Majestoso.

No meio da semana, quando empatou com o Athletico Paranaense, na Arena Corinthians, por 2 a 2, sabe-se lá como, Carille já havia dito que a equipe enfrenta dificuldades.

Em parte, porque não conseguiu contratar gente que pensasse e distribuísse o jogo no meio, na tentativa de fazer com que Boselli, Love e Gustavo, principalmente, pelo menos tivessem mais chances de marcar.

Curioso é que citou até mesmo nomes de atletas que foram contactados pelo Corinthians, no início do ano, tentando tapar esse buraco.

Falou em Gabriel, que foi para o Flamengo, Róger Guedes, do chinês Shandong Luneng, e Rodriguinho, contratado pelo Cruzeiro – mas que está fora de combate, atualmente, por ter de fazer nova intervenção cirúrgica nas costas.

Mas será que um dos três resolveria esse problema?

Gabigol é, como diz Tite, o jogador terminal. Faz gols, mas precisa que alguém o abasteça.

O bom Guedes tem muito mais características de cair pelos lados do campo, em velocidade, conduzindo a bola. Eventualmente, vai dar assistência, mas não espere que ele seja um camisa 10 cerebral.

Rodriguinho, dos três, talvez seja quem mais tem essa característica cobrada por Carille, mas, mesmo assim, nunca carregou sozinho uma responsabilidade tão grande, com êxito.

No próprio Corinthians, clube pelo qual teve a melhor fase da carreira, de 2015 a 2018, dividia isso com outros atletas, e sempre apareceu bem com finalizações de média distância.

Não parece, então, que um dos três resolveria o problema. Não definitivamente, pelo menos, por mais que fossem titulares nesta formação atual e que tivessem condições de render bem.

De qualquer maneira, precisam mostrar mais, São Paulo e Corinthians, daqui para a frente.

O Tricolor até vem tentando se ajustar, depois da chegada de Diniz. Fez bons jogos, mas ainda vai precisar de mais para entrar nesse G4 do Brasileirão – por mais que, tirando Flamengo, jogando um absurdo, e Palmeiras e Santos, um pouco mais consistentes, não tenha mais ninguém cobrando lugar cativo nesse grupo dos quatro primeiros.

Quem sabe o Grêmio, que já está em sexto depois de bater o Atlético Mineiro, por 4 a 1, em Belo Horizonte, e claramente tem mais time do que a dupla do Majestoso para chegar.

Ao Corinthians, é preciso reagir. Imediatamente. Em uma temporada que até já teve título, o tri paulista, de fato, como disse Carille, as boas atuações passaram longe.

Faltam 13 rodadas para o campeonato acabar. É tempo suficiente para cair na tabela, se algo não for feito.

 

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