Vagner Magalhães e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

O meia Elano, 34, ainda não definiu quando vai encerrar sua carreira. Em 2015, ele integrou a equipe campeã paulista pelo Santos e deixou o clube para retornar à Índia, onde já havia jogado no ano passado. Ele ainda tem contrato com o time santista e pretende disputar o Paulistão do ano que vem pelo clube. Depois disso, diz que vai decidir o futuro de sua carreira. "Eu ainda sou atleta, não penso diretamente nisso. Eu ainda não defini, quem sabe no futuro eu possa ser treinador", diz ele.

O jogador diz também que é uma experiência interessante trabalhar com Materazzi, técnico da sua equipe, conhecido por ter uma personalidade forte e pela polêmica com Zidane na final da Copa de 2006. "Ele é um cara bacana, me surpreendeu porque a gente ouve muita coisa (...), mas é um cara fantástico. É um amigo que eu construí. A gente se fala às vezes e vamos estar juntos de novo".

No ano passado, Elano foi artilheiro do torneio na Índia, com 8 gols, e recebeu um carro como prêmio. Porém, o jogador disse que abriu mão da premiação e fez uma proposta para a presidente do clube. Que o prêmio fosse dado em dinheiro, valor que girava em torno de US$ 10 mil (cerca de R$ 39 mil).

"Eu repassei o valor para os jogadores indianos do meu time. Foi um vínculo de amizade muito grande. Eles me receberam muito bem, então foi uma coisa muito positiva, tanto que eu estou voltando feliz, porque é uma coisa que já estava organizada e isso é muito bom, foi emocionante. A média de público nos estádios foi de 25 mil torcedores, então é bem positivo, é bem legal atuar lá".

O jogador lembra que no ano passado o Chenay foi terceiro colocado e que o seu retorno para esta temporada, já estava prevista. "Essa liga é muito positiva. tem estádios bons, boa organização. Então, eu estou indo pela segunda vez porque é uma coisa que já estava organizada desde o ano passado. Então, eu não abandonei (o Santos). Eu não saí no meio do campeonato. Já estava organizado que eu voltaria, sem saber que eu retornaria ao Santos em janeiro de 2015. O meu contrato com o Santos foi prorrogado depois do Campeonato Paulista, então foi um acordo", justifica.

Elano ainda conta que não ficou nenhuma rusga com o treinador Dorival Júnior, que não o relacionou para o jogo de ida contra o Corinthians, pela Copa do Brasil, que seria uma espécie de despedida do jogador do time santista. Ele nega qualquer atrito com o técnico.

"Não teve nada a ver. Não existia jogo de despedida porque eu vou voltar em janeiro. Então, me despedir do quê? Eu estava vindo de uma dor na panturrilha, eu vinha treinando há duas semanas, então não tinha a possibilidade de eu jogar. Ao longo da semana eu já sabia que não ia jogar, que eu não ia para o jogo. O Dorival é um cara fantástico, é um cara amigo que eu conheci. Trocamos muitas ideias desde o momento que ele chegou e a sua experiência tem ajudado muito a molecada", afirma.

O meia ressalta a qualidade de Lucas Lima, a quem classifica como um atleta muito humilde. "Eu procuro conversar com o Lucas e com todos os jovens. Ele é um amigo e procuro incentivá-lo com a experiência que eu consegui dentro do futebol. Eu procuro falar para ele jogar mais simples, o que pode facilitar para ele. Acho que pude acrescentar alguma coisa no que ele já tem de qualidade", diz.

Foto: UOL