Treinador vê time campeão brasileiro ruir e desabafa contra agentes. Saída de Malcom foi a gota d’água para a revolta do técnico. No entanto, faltou Tite criticar também o presidente do clube

Treinador vê time campeão brasileiro ruir e desabafa contra agentes. Saída de Malcom foi a gota d’água para a revolta do técnico. No entanto, faltou Tite criticar também o presidente do clube

“Os empresários buscam benefício próprios e grana, sem ligar para o interesse do Corinthians. Fica minha crítica direta a eles”, desabafou Tite, no final de semana, após a estreia do Corinthians diante do XV de Piracicaba (1 a 0), na primeira rodada do Paulistão.

A saída de titulares importantes para a China incomodou o treinador. Sempre calmo o ponderado, Tite deixou de lado a diplomacia e abriu guerra contra os empresários. A atitude é um direito do treinador tem, afinal ele sentiu na pele o desmanche do time campeão brasileiro montado por ele.

No entanto, os empresários fazem parte do futebol e ganharam ainda mais força após a chegada da lei Pelé. Se antigamente os jogadores eram “escravos” dos clubes, hoje as agremiações e jogadores são reféns dos agentes de futebol. Só mudou o dono, a escravidão segue a mesma.

Entendo e respeito a revolta de Tite, mas faltou ao treinador criticar também a direção do clube, em especial o presidente Roberto de Andrade, o responsável por dar aval à entrada dos empresários no clube.

É lógico que Tite não criticaria o seu chefe direto, além de saber também que não se faz futebol sem os agentes. Todos os clubes, sem exceção, são reféns de algum ou alguns empresários. Os agentes são hoje um mal necessário no futebol. É triste, mas a realidade é essa.

A debandada de jogadores do Corinthians ao final do ano não se deu apenas pelos milhões da China. A diretoria alvinegra tem muita culpa na perda dos atletas ou nos poucos milhões arrecadados com a saída dos campeões nacional.

No futebol atual, tudo se dá em cima do contrato dos atletas e cabe aos clubes ter organização e planejamento para manter as multas contratuais altas. É a forma de se proteger diante dos milhões do exterior e da ganância dos empresários.

É fato também que na reta final do contrato nenhum atleta aceita negociar, até porque terá o direito de ir embora do clube sem problemas ao final do vínculo. No entanto, cabe aos dirigentes antecipar renovações e não se acomodarem no sucesso do elenco e nos títulos conquistados. ´

É preciso atenção e estratégia na defesa do clube e do seu patrimônio, no caso os jogadores. A China levou muitos campeões pela força dos milhões, mas também pela incompetência da diretoria alvinegra. Tite sabe disso.

 

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Foto: Agência Corinthians / Divulgação

 

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