Pentacampeão com a seleção brasileira, Cafu atuou sob o comando de diversos treinadores ao longo da extensa carreira, mas nenhum marcou como Carlo Ancelotti. Hoje no Real Madrid, o técnico foi essencial na vida do lateral direito durante sua passagem pelo Milan, que durou até 2008.

Em entrevista ao programa "Bola da Vez", da ESPN, o ex-jogador revelou que Ancelotti permitia que o lateral viesse ao Brasil para cuidar dos pais, que lutavam contra o câncer, no intervalo entre um jogo e outro do clube italiano. De acordo com o ex-atleta, apenas os companheiros do elenco e o próprio comandante sabiam da situação.

"Quando meus pais estiveram doentes, eu precisava jogar no domingo, ir para o Brasil, pegar voo de 12 horas, e voltar para jogar na terça-feira. Ele deixava eu fazer. Ele sabia que eu falava sério", comentou.

O auge da confiança e carinho entre técnico e jogador aconteceu quando Cafu precisava retornar ao país para uma cirurgia que a mãe faria. No mesmo período, o Milan teria um jogo pela Liga dos Campeões da Europa. O então atleta pediu para vir ao Brasil e voltar para a Itália apenas para o momento da partida. A viagem foi autorizada pelo treinador.

"Eu falei que treinaria no Brasil e iria pronto para o jogo. Ele disse: 'sério?' e eu respondi que sim. Voltei e fui o melhor do jogo. O Ancelotti chorou comigo depois. Ele sabia que eu vinha para o Brasil e não era de palhaçada. Eu não vinha para carnaval, páscoa", disse.

Cafu vinha ao Brasil para acompanhar o tratamento dos pais. Célio Moraes, pai do ex-jogador, morreu em 2008 aos 65 anos. No mesmo ano, a mãe do lateral também faleceu. Ambos foram vítimas de câncer.

A admiração entre ambos não é de hoje. No fim de 2013, Ancelotti colocou Cafu entre os melhores jogadores com quem já trabalhou.

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