Eliminado na primeira fase da Libertadores, o Flamengo inicia a busca por um título continental nesta quarta-feira, às 21h45, no Chile, pela Copa Sul-Americana. O adversário é o Palestino, equipe que derrubou o Rubro-Negro na mesma competição, no ano passado.

Apesar do resultado positivo diante do Fla em 2016, a realidade do Palestino faz com que seja improvável outro triunfo diante do gigante brasileiro.

Para se ter um exemplo, a folha salarial mensal da equipe chilena é de US$ 150 mil, o equivalente a quase R$ 500 mil. Este valor corresponde a 55,5% dos vencimentos mensais do peruano Guerrero, que ganha R$ 900 mil. O orçamento mensal do Palestino também seria insuficiente para arcar com o salário do meia Diego, cujo salário é de pelo menos R$ 600 mil.

Além do abismo financeiro entre as equipes, outro fator pode pesar a favor do Flamengo: a forma física. O diretor esportivo do Palestino, Roberto Kettlun, explica que o clube chileno está trabalhando há apenas três semanas.

“A liga brasileira não parou, os jogadores vêm com ritmo de seis, sete meses. Aqui no Chile ainda não começou o Torneio Clausura, os jogadores começaram a pré-temporada há três semanas, então ainda não estão em um nível ótimo”, admitiu o dirigente em entrevista ao Portal da Band.

Além da possível superioridade física, o bom momento do Flamengo também traz preocupações à equipe chilena.

“O que mais preocupa é que o Flamengo vem de seis jogos seguidos conseguindo resultados muito bons e passa por um bom momento. Há dois ou três jogadores que não viajam ao Chile, mas preocupa também que o plantel do Flamengo é muito numeroso e de muita qualidade. Vindo de uma sequência boa de resultados, é normal que traga preocupação para cá”, afirmou Roberto Kettlun, lembrando que o técnico do Flamengo, Zé Ricardo, poupará jogadores. Alguns nomes importantes, como Diego, Guerrero e Conca, sequer viajaram com o elenco.

O dirigente chileno reconhece a força do Flamengo, mas também confia no desempenho de sua equipe. A pedido da reportagem, ele citou os pontos fortes e principais atletas do Palestino.

“O goleiro Darío Melo defende muito bem e joga muito bem com os pés. O zagueiro Benjamín Vidal é um jogador tranquilamente para o futuro da seleção nacional do Chile. Há um atacante novo que veio da Universidad Católica, Roberto Gutiérrez, que é muito perigoso dentro da área. Aí creio que estão os pontos mais altos do Palestino, mas há muita gente jovem que tem muita vontade e muitas condições, que estarão com muita expectativa de poder estrear em uma competição internacional. Recodemos, o Palestino é um time jovem, que teve muitas mudanças neste recesso de junho. Geralmente os jogadores novos chegam com muita vontade e determinação”, analisou.

Sobre o resultado da partida, Roberto Kettlun gostaria de uma vitória do Palestino, mas não esconde que o empate seria um bom resultado.

“Conseguir uma vitória no jogo de ida não seria definitivo, mas seria importante como primeiro objetivo. Também seria importante não perder para não chegar ao Brasil com uma diferença de gols contra, sabendo que o Flamengo é um time que joga muito bem em casa, que tem jogadores que podem trazer soluções no segundo tempo. Antes de tudo, é importante deixar a classificação aberta e não perder, mas o ideal seria conseguir a vitória em casa”, opinou.

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo