Saudade: Fontana, titular em um jogo na Copa de 70, morria há 44 anos
Saudade: Fontana, titular em um jogo na Copa de 70, morria há 44 anos
Por Marcos Júnior Micheletti - 09/09/2024 18:00
Um dos bons zagueiros de sua geração, integrante do elenco convocado por Zagallo para a Copa de 70, Fontana nos deixava há exatos 44 anos, vítima de um infarto, quando jogava uma pelada com amigos no município de Serra, no Espírito Santo. Ele já havia deixado o futebol profissional e estava com apenas 39 anos.
José de Anchieta Fontana, natural de Santa Teresa (ES), onde nasceu no dia 31 de dezembro de 1940, foi titular em um dos seis jogos que o Brasil disputou na Copa do Mundo de 1970, no México, na vitória sobre a Romênia por 3 a 2, ainda na fase de grupos.
Zagallo tinha dois desfalques importantes naquela que foi a terceira partida brasileira no México: Gérson e Rivellino. Para o lugar de Rivellino, ele colocou Paulo Cézar Caju para descontentamento do público paulista, que claramente preferia Edu.
Antevendo um jogo difícil diante dos romenos, a escolha parece ter sido acertada, pois Paulo Cézar ajudava mais no meio-campo que Edu, que tinha uma característica mais ofensiva.
Então, para a vaga de Gérson, Zagallo foi ainda mais meticuloso, colocando Fontana na quarta-zaga ao lado de Brito e conduzindo Piazza, então quarto-zagueiro, para jogar como volante, ao lado de Clodoaldo, dando mais robustez ao meio-campo brasileiro.
Pelé abriu o placar para o Brasil, e Jairzinho ampliou. Ainda no primeiro tempo, Dumitrache diminuiu. Na etapa final, Pelé voltou a marcar, fazendo Brasil 3 x 1 Romênia. Dembrowski, a seis minutos para o final, fez o segundo tento romeno, dando números finais ao placar: Brasil 3 x 2 Romênia.
Assim, Fontana, então no Cruzeiro, cumpriu bem seu papel naquele jogo e voltou do Mèxico como um dos campeões mundiais.
Ele havia começado sua carreira pelo Vitória (ES) e em seguida passado pelo Rio Branco, também do Espírito Santo, para em 1962 aportar em São Januário, defendendo o Vasco da Gama até 1968.
No ano seguinte transferiu-se para o Cruzeiro, onde atuou até 1972, ano em que encerrou sua carreira, com apenas 32 anos, para cuidar de diversos bens que amealhou, como fazendas, imóveis e comércio.
Deixou a esposa Andréia e três filhos. Um deles, Fabrício, guarda até hoje a camisa utilizada pelo pai naquele jogo em que atuou pelo Brasil diante da Romênia na Copa de 70.