A história são paulina se divide antes e depois de 1977. Antes era um time que formava grandes equipes, mas não conseguia um título de destaque nacional. Com a conquista do Campeonato Brasileiro outros vieram, além das expressivas conquistas internacionais. Sempre escalarei como titular quem mais gols marcou, o recordista de partidas e o que atuou por mais anos, sendo que um tem dois dos quesitos citados. E, como de costume, os escolhidos, sejam titulares ou reservas, não estarão em outro time.
MÁQUINA: Apelido dado a um time de futebol que tenha um time muito dinâmico e com um estilo de jogo envolvente e avassalador. O time são paulino dos anos 40 ficou conhecido como Máquina de Costura. A equipe bicampeão paulista de 1980/81 também foi intitulada de Máquina. Já o nome soberano é mais aplicado pelos seus torcedores devido aos muitos títulos que o São Paulo conquistou a partir da década de 90.
SÃO PAULO DE TODOS OS TEMPOS
O São Paulo Futebol Clube foi fundado no dia 16 de dezembro de 1935, com o seu nome e símbolo sendo inspirados do extinto clube São Paulo da Floresta. Nos primeiros anos os resultados não foram dos melhores, mas a partir da década de 40 montou um grande esquadrão, firmando-se como um dos grandes do futebol paulista e brasileiro.
TITULAR: Rogério Ceni, Cafu, Dias, Ruy e Noronha; Bauer e Raí; Leônidas, Serginho, Teixeirinha e Canhoteiro. Técnico: Telê Santana.
ROGÉRIO MÜCKE CENI (Pato Branco, PR, 22/01/1973) - Joga no São Paulo desde 1993. É o jogador que tem mais anos no time profissional (20 temporadas) e o que mais disputou partidas (1120 jogos), o que já o qualifica como titular absoluto. Claro que não é somente por tais marcas, pois tem uma identificação com o clube que provavelmente nenhum outro jogador teve, além de ter a faceta de cobrar muito bem faltas e pênaltis fazendo dele o goleiro que mais gols anotou e o único a ter feito mais de 100 (113 no total), todos pelo São Paulo. Muitos comentarão que Poy, Waldir Peres e Zetti tenham sido melhores, mas nenhum foi tão líder e ídolo da torcida são paulina, uma personalidade entendida por muitos como arrogante, mas sem jamais ser diferenciado nas entrevistas, por ser inteligente. Revelado pelo Sinop, chegou ao São Paulo em 1990, jogando nas equipes de base, passando a fazer parte do time principal no ano de 1993, sendo por um bom tempo reserva de Zetti, que vivia a melhor fase técnica e de títulos da sua carreira, além de ser considerado pela maioria como o melhor goleiro do Brasil na época. Em 1996 quando o consagrado arqueiro foi jogar no Santos, Rogério Ceni assumiu a titularidade, escrevendo uma história de sucesso com muitos recordes e títulos. Com o consentimento do treinador Muricy Ramalho, passou a cobrar faltas e penalidades, algo que já vinha praticando nos treinos, tornando-se um especialista, anotando muitos gols. Foi campeão paulista (1998, 2000 e 2005) e tricampeão brasileiro (2006/2007/2008), vencendo também a Libertadores e o Mundial Interclubes em 2005 (foi decisivo na final contra o Liverpool), além de muitos outros títulos, tornando-se um dos jogadores mais vitoriosos do São Paulo. Ganhou uma boa quantidade de títulos individuais e obteve muitos recordes de partidas disputadas no Campeonato Brasileiro. Uma marca bem significativa foi superar Pelé em jogos disputados por um único time quando alcançou a marca de 1117 partidas em campo, um recorde mundial. Como capitão ninguém também o superou. É também o jogador com mais jogos consecutivos pelo time. Estava presente nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 como reserva, sem nunca ser titular absoluto da Seleção Brasileira com que a sua ligação com o São Paulo seja ainda maior. No final de 2013 decidiu renovar o contrato por mais um ano. Talvez alcançará outro feito, de ser o único jogador que disputará mais de 1200 jogos por um único clube e se chegar a 1223 partidas terá o dobro do também goleiro Waldir Peres, o segundo colocado. O único título importante que não ganhou pelo São Paulo foi a Copa do Brasil, portanto caso dispute e ganhe levará o time a Libertadores de 2015. Se conseguir será que renovará por mais uma temporada?
MARCOS EVANGELISTA DE MORAES ? CAFU (São Paulo, SP, 19/06/1970) - Jogou no São Paulo de 1989 a 1994, marcando 39 gols em 271 partidas. Um dos jogadores mais versáteis que passaram pelo Morumbi. Destacou-se de fato como lateral-direito, mas devido ao seu fôlego, podia atuar em várias posições do meio de campo ao ataque. Logo que começou a carreira no time profissional agradou, sendo que mais tarde o treinador Telê Santana foi aproveitando o seu potencial, tornando-se peça fundamental no vitorioso time do início da década de 90. Ganhou o Campeonato Paulista (1989 e 1991/1992), Brasileirão (1991) e o Bicampeonato da Libertadores da América e Mundial Interclubes (1992/1993). Pela sua habilidade, versatilidade e velocidade obteve logo oportunidades de atuar pela Seleção Brasileira, disputando as Copas do Mundo de 1994 como reserva de Jorginho (atuou em outras posições nos jogos contra os Estados Unidos e Holanda, entrando no lugar do titular na final com a Itália), 1998 (titular absoluto), 2002 (pentacampeão e capitão) e 2006, tornando-se o jogador que mais partidas disputou pelo Brasil. Jogou no Palmeiras (campeão paulista em 1996) e teve uma longa carreira no futebol italiano.
ROBERTO DIAS BRANCO (São Paulo, SP, 28/06/1938 ? 26/09/2007) - Jogou no São Paulo de 1960 a 1973, marcando 76 gols em 523 partidas. Nos anos 60, período sem títulos e com poucos craques, foi o símbolo do time, quando a diretoria se preocupava mais com a conclusão das obras do estádio do Morumbi, que havia sido inaugurado no dia 02/10/1960. Roberto Dias atuava na posição de volante e também como zagueiro (principalmente como quarto-zagueiro), tornando-se o melhor do Brasil de 1963 a 1968. Nunca se conformou por não ter ido à Copa do Mundo de 1966, quando vivia o auge da sua carreira. Era um zagueiro raçudo e muito técnico, o que fez dele um dos melhores marcadores de Pelé. Também batia faltas com força, anotando uma boa quantidade de gols para um jogador de defesa. Ao lado de Jurandir formou uma das melhores zagas do futebol brasileiro, mesmo atuando em um período de "vacas magras?. Foi bicampeão paulista em 1970/71, um prêmio pela sua dedicação por toda a década de 60. Por ter problemas cardíacos teve que parar de jogar por um período. Em 1973 atuou pelo CEUB-DF e Dom Bosco-MT, jogando também no futebol mexicano (1974 a 1977) e encerrou a carreira no Nacional de São Paulo no ano de 1978.
RUY CAMPOS (São Paulo, SP, 02/08/1922 ? 02/01/2002) - Jogou no São Paulo de 1944 a 1953, marcando 6 gols em 272 partidas. Sua presença como titular se dá principalmente por ter formado uma das maiores linhas-médias do futebol, que era composta por Ruy, Bauer e Noronha, sendo que fiz questão de preservá-la. Mesmo o São Paulo tendo tido um quarto-zagueiro como Darío Pereyra, Ruy Campos em 1989 ainda ganhava nas enquetes do time são paulino de todos os tempos. Revezava com o companheiro Bauer na posição de zagueiro e volante, seu estilo de jogo era refinadíssimo, costumava matar a bola no peito e deixava-a escorrer pelo seu corpo, era preciso nos lançamentos e de vez em quando subia ao ataque pra marcar alguns gols. Foi duas vezes bicampeão paulista, em 1945/46 e 1948/49. Muitas vezes convocado pela Seleção Paulista e Brasileira no seu período áureo (1944 a 1950), jogou com os seus dois companheiros uma partida do Mundial do Brasil, no Pacaembu, mas o empate de 2 a 2 contra a Suíça não agradou, fazendo com que assistisse o restante da Copa do Mundo no banco, como reserva de Danilo Alvim.
ALFREDO EDUARDO RIBEIRO NORONHA (Porto Alegre, RS, 25/09/1918 ? São Paulo, SP, 27/07/2003) - Jogou no São Paulo de 1942 a 1951, marcando 13 gols em 295 partidas. Na década de 40 foi o mais vitorioso dos seus companheiros da famosa linha-média, pois foi cinco vezes campeão paulista (1943, 1945/46 e 1948/49). Iniciou a sua carreira no Grêmio, atuando com destaque na posição de centromédio e após uma rápida passagem pelo Vasco chegou ao São Paulo, quando o time estava montando aquele que seria o melhor time paulista da década de 40. Era um marcador implacável, de fôlego, tinha muita técnica e como não era de driblar costumava aplicar passes de primeira para os seus companheiros. Também tinha um gênio forte, gritava com o time e discutiu várias vezes com a estrela da equipe, o centroavante Leônidas da Silva. Titular absoluto da Seleção Paulista, também teve muitas chances na Brasileira, sendo que muitos consideram que deveria ter sido o titular da lateral-esquerda na Copa do Mundo de 1950 em vez de Bigode. Teve também uma ótima passagem pela Portuguesa de Desportos, quando o time foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1952.
JOSÉ CARLOS BAUER (São Paulo, SP, 21/11/1925 ? 04/02/2007) - Jogou no São Paulo de 1944 a 1957, marcando 18 gols em 398 partidas. Um dos mais elegantes jogadores que passaram pelo São Paulo. Desde criança costumava se espelhar no seu ídolo, o Divino Mestre Domingos da Guia, pela técnica com que marcava os adversários. Revelado nas divisões de base do clube, ficou muito frustrado por não ter subido junto com os seus companheiros, pois poderia ter sido campeão paulista em 1943, mas quando passou a jogar na equipe principal no ano seguinte, tornou-se absoluto, jogando na posição de quarto-zagueiro e volante. A linha-média são paulina formada por Bauer, Ruy e Noronha ou Ruy, Bauer e Noronha era recitada em verso, encantando os torcedores na conquista dos bicampeonatos paulistas de 1945/46 e 1948/49. Na Copa do Mundo de 1950 foi o único jogador de um time paulista a atuar em todas as partidas (exceto na primeira), sendo apelidado de O Monstro do Maracanã, pois teve fantásticas atuações no maior estádio do planeta. Travou grandes duelos com Luizinho, meia-direita do Corinthians. Era tão bom tecnicamente que continuou sendo convocado pela Seleção Brasileira, mesmo tendo feito parte da equipe que perdeu o Mundial para o Uruguai em pleno Maracanã, sendo o único representante do time titular que jogou a Copa de 1954. Conquistou mais um Campeonato Paulista em 1953, saindo pouco antes do Paulistão de 1957, quando o time voltou a ser campeão.
RAÍ SOUZA VIEIRA DE OLIVEIRA (Ribeirão Preto, SP, 15/05/1961) - Jogou no São Paulo de 1987 a 1993 e de 1998 a 2000, marcando 124 gols em 393 partidas. Símbolo maior da fase mais vitoriosa da história são paulina. Revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto, mesmo clube que revelou o famoso Doutor Sócrates, era inicialmente apenas conhecido como "o irmão do Sócrates?, algo que chegou a incomodá-lo no início, pois percebia que estava sempre na sombra do histórico meia-direita do Corinthians. Em 1986 jogou por empréstimo na Ponte Preta. Quando chegou ao Morumbi encontrou algumas dificuldades, pois o seu futebol nem sempre rendia o que se esperava, mesmo apresentando boas qualidades técnicas. Nem mesmo a conquista do Campeonato Paulista de 1989 conseguiu convencer a torcida. Com a chegada do técnico Telê Santana em 1990, Raí foi mais bem aproveitado, pois o experiente treinador sabia trabalhar com os fundamentos, fazendo dele o principal jogador da equipe. A partir de 1991, quando foi campeão brasileiro e paulista, passou a ser considerado o melhor jogador que atuava no futebol brasileiro. Em 1992, nas inéditas conquistas da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, para se ter uma idéia do seu valor, foi o único que marcou gols nas finais (na Libertadores anotou o gol da vitória, levando a decisão aos pênaltis), sendo que na decisão do Mundial marcou os dois gols na vitória de virada contra o Barcelona. No final do ano ainda faturaria o bicampeonato paulista. Foi bicampeão do torneio intercontinental no ano de 1993, mas não conseguiu o inédito tricampeonato paulista pelo São Paulo (o time nunca foi três vezes campeão estadual consecutivamente), indo jogar no Paris Saint Germain, da França, tendo também dificuldades iniciais, mas depois fez grandes temporadas no futebol francês. Pela Seleção Brasileira participou da campanha do Tetra em 1994. Retornou ao time paulista no último jogo do Paulistão de 1998, sagrando-se campeão. Dois meses depois sofreu uma séria contusão deixando-o afastado do futebol por quase um ano, sendo que pouco antes alguns achavam que poderia ter ido ao Mundial da França, pois estava em boa fase e pela experiência em gramados franceses. Quando retornou à equipe em 1999 já não era mais o mesmo e se frustrou quando perdeu dois pênaltis contra o Corinthians, defendidos pelo excepcional goleiro Dida, eliminando a equipe do Brasileirão, vencido pelo time corintiano. No ano seguinte voltou a ser campeão paulista e decidiu abandonar a carreira, dedicando-se à sua Fundação Gol de Letra com o companheiro Leonardo.
LEÔNIDAS DA SILVA (Rio de Janeiro, RJ, 06/09/1913 ? Cotia, SP, 24/01/2004) - Jogou no São Paulo de 1942 a 1950, marcando 142 gols em 210 partidas. Por muitas vezes optei pela escalação de Leônidas da Silva mais no Flamengo (atuou de 1936 a 1941) de todos os tempos do que no São Paulo, mesmo tendo disputado menos partidas (179), mas marcou mais gols (150), além de estar no auge da sua carreira, tanto técnica como popular, consagradíssimo pela sua atuação na Copa do Mundo da França (1938) e apelidado de Homem de Borracha e Diamante Negro (o famoso chocolate da Lacta foi chamado assim em sua homenagem). Mas analisando bem, cheguei à conclusão que sua importância no Tricolor Paulista é maior que no Rubro-Negro Carioca, pois fez do time são paulino um dos grandes do futebol, mesmo todos sabendo que a equipe carioca tornou-se de fato popular a partir da sua chegada junto com o companheiro Domingos da Guia, mas o Flamengo antes dele já era uma equipe grande. E outro fator determinante da minha escolha é que no Mengo saiu magoado, brigado com a diretoria, diferente do Tricolor, sendo consagrado como grande herói. Quando chegou à cidade de São Paulo muitos (inclusive ele) estavam ressabiados sobre a sua contratação, pois não jogava há mais de um ano (esteve preso por causa de problema na documentação com o serviço militar) e bem acima do peso ideal. Mas com o tempo foi ganhando forma, se entrosando com os companheiros e se acostumando com o ritmo do futebol paulista, tornando-se um jogador irresistível na sua memorável passagem de oito anos. Voltou a repetir as suas fantásticas jogadas de bicicleta, preservando o seu estilo de jogar com muita habilidade e velocidade, mas, por estar mais veterano, chegou a jogar um pouco recuado nos seus últimos anos no time. Dono de um temperamento muito forte que fazia com que tivesse problemas com os seus companheiros de equipe, pois não admitia quando o time tomava gols, sendo que teria que correr na frente pra marcar os seus, mas mesmo com todo o ambiente carregado que se formava, acabava sendo tolerado pelos jogadores, pois em campo era incomparável. Travou duelos com grandes zagueiros como Junqueira, Caieira, Sordi e Domingos da Guia. O São Paulo teve um ataque que é considerado como o mais espetacular da história do clube, formado por Luizinho, Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha. Por azar não teve muita sorte na Seleção Brasileira quando atuava no futebol paulista, pois na década de 40 havia uma forte geração com Zizinho, Ademir, Jair e o seu rival Heleno de Freitas, além de Flávio Costa ser o treinador, um desafeto seu desde o seu tempo de técnico do Flamengo, quando o Diamante Negro brilhava no Rio de Janeiro, mas na época quem comandava o Brasil era Ademar Pimenta. Para muitos poderia ter jogado a Copa do Mundo de 1950 e com ele em campo talvez o resultado final contra o Uruguai pudesse ter sido outro. Sendo a atração principal de um timaço cinco vezes campeão paulista (1943, 1945/46 e 1948/49), encerrou a carreira em 1950 consagrado como grande craque e principal responsável por feito do São Paulo uma potência futebolística. Tentou ser treinador, mas o seu gênio difícil acabou não sendo compatível com o perfil dos atletas, até mesmo alguns que havia atuado junto. Se deu bem mesmo como comentarista Rádio Jovem Pan, com uma carreira consagrada, participando de várias Copas do Mundo. Leônidas da Silva morreu com 90 anos devido a muitos problemas de saúde, como Mal de Alzheimer e Câncer de Próstata.
SÉRGIO BERNARDINO ? SERGINHO CHULAPA (São Paulo, SP, 23/12/1953) - Jogou no São Paulo de 1973 a 1983, marcando 243 gols em 401 partidas. É o maior goleador da história do São Paulo, superando por uma pequena diferença de seis gols o centroavante Gino, sendo que Luís Fabiano (quinto maior goleador), com os seus 180 tentos, busca ultrapassá-lo por ainda estar em atividade, uma tarefa bem difícil, por estar veterano e por não viver uma boa fase. É o único recorde são paulino que Rogério Ceni não conseguirá bater. Mesmo tendo muita identificação com o Santos, de fato foi no Morumbi que Serginho Chulapa viveu a grande fase da sua carreira. Formou com Muricy e Pedro Rocha um irresistível trio, faturando o Paulitão de 1975. Era catimbeiro e excelente jogador de área, pois cabeceava muito bem e tinha um físico muito avantajado, o que chegava a intimidar os adversários. Outro fator marcante era o seu gênio, envolvendo-se em inúmeras brigas, chegando a ficar afastado do futebol por ter chutado um bandeirinha, fazendo com que não participasse da final do primeiro título brasileiro do São Paulo em 1977 e não disputar a Copa do Mundo de 1978, quando estava na melhor fase da sua carreira. Ao retornar continuou a marcar gols em proporção, sendo vital na conquista do Bicampeonato Paulista de 1980/81. Com a contusão de Careca na véspera do Mundial da Espanha, o técnico Telê Santana apostou no artilheiro são paulino, que acabou decepcionando na Copa de 1982, marcando apenas um gol contra a Argentina, sendo que ele mesmo reconhece que deveria ter ido na anterior, se bem que há quem diga que o seu fraco desempenho aconteceu por culpa do treinador, dando-lhe instruções que fugiam ao que estava acostumado a jogar no São Paulo, tendo um estilo mais agressivo na área adversária. No início de 1983 foi vendido ao Santos, o seu time de coração, deixando inicialmente saudades na torcida são paulina, porque o seu substituto, o centroavante Careca, estava demorando para engrenar, enquanto que Serginho já começava arrebentando na Vila Belmiro.
ELÍSIO DOS SANTOS TEIXEIRA ? TEIXEIRINHA (São Paulo, SP, 04/03/1922) - Jogou no São Paulo de 1939 a 1956, marcando 183 gols em 516 partidas. Muitos torcedores das últimas gerações talvez não saibam quem foi Teixeirinha, mas tenham certeza que se trata de um dos grandes jogadores da história do São Paulo. Ao começar pelas 17 temporadas no clube (só superadas por Rogério Ceni), o elevado número de partidas (está em quinto na relação total) e por ser o terceiro maior goleador da história são paulina. Revelado nos Amadores do Corinthians de Vila Constância em 1936, chegando aos Aspirantes do São Paulo em agosto de 1939, mas dois meses depois já estava nas fileiras do time principal, atuando em todas as posições do ataque, com destaque pelo lado esquerdo, tanta na meia como na ponta. Destacava-se por causa da sua grande velocidade, driblando ao mesmo tempo, sendo um tormento às defesas adversárias. A partir de 1941 teve que brigar muito pela posição de titular, pois o time tinha na ponta-esquerda um jogador conhecido como Pardal, que atuava na Seleção Paulista, tendo que jogar na meia-esquerda e brigar também pela titularidade com o habilidoso Remo. Por causa da sua dedicação foi retomando o seu lugar, fazendo parte do mais espetacular ataque que o São Paulo teve. Teve azar em termos de Seleção Brasileira, principalmente nas Copas do Mundo, pois quando poderia ter jogado (1942 e 1946) foi justamente na época que não houve o torneio, em virtude da Segunda Guerra Mundial. Já na Paulista atuou muitas vezes. Com seis títulos paulistas (1943, 1945/46, 1948/49 e 1953) tornou-se o recordista na história são paulina. A partir de 1954, quando já estava consagrado, passou a jogar no São Paulo um ponta-esquerda conhecido como Canhoteiro, que chegou a revezar e atuar junto com Teixeirinha, mas o veterano ponta percebeu que seria uma concorrência complicada e dois anos depois aceitou tentar a sorte na Portuguesa Santista, mas não se adaptou ao novo time e resolveu abandonar em definitivo a carreira, dedicando-se na revenda comercial de madeiras.
JOSÉ RIBAMAR DE OLIVEIRA ? CANHOTEIRO (Coroatá, MA, 24/09/1932 ? São Paulo, SP, 16/08/1974) - Jogou no São Paulo de 1954 a 1963, marcando 104 gols em 402 partidas. Veio bem recomendado do América Cearense, despertando a atenção de todos no primeiro treino quando driblou por várias vezes o seu marcador Turcão, conhecido por ser um jogador viril, algo semelhante ao que aconteceu na estréia de Garrincha no ano anterior jogando pelo Botafogo Carioca, quando deu um show no já fantástico Nílton Santos. Por sinal Canhoteiro, pelo lado esquerdo, tinha um repertório de dribles maior do que o famoso ponta-direita, pois além de fintar por ambos os lados, aplicava-os com uma habilidade impressionante, de todas as formas possíveis, curtos ou largos, de frente ou de costas para os adversários, parado ou em velocidade, sem precisar de muito espaço, pois tinha um domínio de bola incomum. Um dos seus dribles mais famosos era o de solavanco, em que dobrava a cintura de um lado e de repente pelo outro, com muita velocidade, de forma tão desconcertante nenhum marcador conseguia acompanhar. Excelentes laterais direitos como Idário (Corinthians) e Djalma Santos (Portuguesa de Desportos) tinham muita dificuldade em marcá-lo. Tal facilidade no domínio de bola deve-se talvez por causa do seu pai, que costumava deixá-lo amarrado na cadeira para não ficar jogando futebol, então o irrequieto menino pegava tudo que estivesse próximo de si, como moedas, qualquer coisa que tivesse um formato redondo, ficando por horas controlando o que viesse pela frente. Nos treinos da equipe costumava distribuir laranjas aos companheiros com os pés. Foi apelidado de Mandrake, em homenagem ao super herói dos quadrinhos. Alguns mais antigos diziam que o ponta-esquerda Mário, que era malabarista de circo e jogava no Corinthians era mais habilidoso para "driblar?, mas somente fintava, enquanto que Canhoteiro, no todo, era mais completo. Por ser um jogador diferenciado conseguiu assumir a posição do veterano Teixeirinha, sendo constantemente convocado para a Seleção Paulista e Brasileira. Seu melhor momento no São Paulo foi ano de 1957, quando ganhou o seu único título paulista pelo clube, formando a mais espetacular ala-esquerda do Brasil ao lado do Mestre Zizinho. Pela excelente fase todos apostavam que seria o ponta-esquerda da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958, mas Canhoteiro conseguiu com que fosse esquecido, pois não gostava de viajar de avião, detestava saber que teria que ficar dias concentrado, tinha medo de fracassar e ser massacrado como aconteceu nas Copas anteriores com jogadores negros e mulatos, não queria desmoralizar nos treinos os laterais direitos De Sordi (companheiro de time) e Djalma Santos (amigo e compadre), o que fez com que muitas vezes o treinador Vicente Feola optasse em alguns jogos por Zagallo e Pepe (ambos atuaram bem) e a gota d?água foi quando o Canhoto saiu na noite (talvez propositalmente), fazendo com que fosse cortado (um alívio pra ele), impossibilitando o mundo de conhecer um jogador ainda mais habilidoso que o excepcional Mané Garrincha. No ano seguinte sofreu uma grave contusão, pois mesmo ainda jogando bem, não conseguia mais repetir as mesmas jogadas que o consagraram nos anos 50. Jogou depois no futebol mexicano e em alguns clubes brasileiros de menor expressão. Pelo o que jogava muitos acham que foi um injustiçado, tanto no São Paulo em virtude dos poucos títulos conquistados e pela ausência em uma Copa do Mundo, tornando-se infelizmente um jogador desconhecido no Brasil e mundo afora.
TELÊ SANTANA DA SILVA (Itabirito, MG, 26/07/1931 ? Belo Horizonte, MG, 21/04/2006) - Foi técnico do São Paulo em 1973 e de 1990 a 1996, comandando o time em 410 partidas. Muitos afirmam que Telê Santana foi o melhor treinador brasileiro de todos os tempos, mas somente em uma equipe ele foi vitorioso. Não há exagero na minha afirmação, pois foi campeão carioca pelo Fluminense (1969), mineiro e brasileiro do Atlético (1970 e 1971) e gaúcho comandando o Grêmio (1977). Teve também uma boa passagem pelo Palmeiras em 1979, sendo escolhido para ser técnico da Seleção Brasileira. Fez sucesso comandando o Brasil nas Copas do Mundo de 1982 e 1986, mas mesmo o time jogando bonito (principalmente no primeiro Mundial) não conseguiu ser campeão do mundo. Ficou durante cinco anos sendo considerado um Pé-Frio, pois por qualquer clube que passava não conseguia vencer. Tudo mudou quando chegou ao São Paulo Futebol Clube. De janeiro a julho de 1973 já tinha treinado o Tricolor Paulista, mas acabou sendo demitido pela incompatibilidade de gênios com os jogadores Toninho Guerreiro e Paraná. Na sua segunda passagem ganhou tudo o que quis, da mesma forma que o clube do Morumbi, que viveu os seus anos dourados em relação a títulos. Alguns desacreditavam do seu trabalho, já que em 1990 perdeu a final do Campeonato Brasileiro para o Corinthians. Mas recebeu todo o respaldo que precisava da diretoria e no ano seguinte conquistou o Brasileirão e o seu primeiro Campeonato Paulista, sagrando-se bicampeão na próxima temporada. Nos anos de 1992 e 1993 viveu os melhores momentos da sua carreira, sendo bicampeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, títulos inéditos pra ele e para o São Paulo. E de quebra ganhou a Supercopa Libertadores (1993) e o Bicampeonato da Recopa Sul-Americana (1993/94). No Morumbi obteve um ambiente favorável que podia pragmatizar a sua forma de treinar uma equipe, sempre atento aos fundamentos e priorizando o futebol jogado com objetividade, sem cometer faltas. Está em terceiro lugar dentre os treinadores que mais vezes comandaram o São Paulo, abaixo de Vicente Feola (524) e José Poy (421), mas em nada desmerece a sua importância como o maior de todos, pois a sua passagem mudou em definitivo a sua história como técnico e a do próprio clube.
COMO JOGARIA O TIME DO SÃO PAULO?
Obviamente que tendo um técnico como Telê Santana o time teria que ser ofensivo, portanto optei por uma escalação que faria jus à forma de comandar do treinador. Rogério Ceni cumpriria a sua função de goleiro, mas não seria sempre o cobrador de faltas e penalidades, pois já tem dois jogadores que seriam os encarregados. O lateral-direito Cafu seria muito importante (como sempre foi) na parte tática, pois devido ao seu bom preparo físico, poderia jogar tanto na defesa como no ataque, ainda mais por eu não ter escalado um ponta-direita fixo. A zaga formada por Roberto Dias e Ruy seria uma mescla de fibra e técnica, apesar de Dias também jogar com habilidade, sendo também o encarregado das cobranças de falta da equipe. Noronha ficaria plantado na defesa, sem subir ao ataque, desarmando os adversários com precisão e distribuindo a bola com os seus passes precisos. Bauer e Raí seriam os encarregados da armação do time, com o primeiro marcando com elegância e passando a bola ao irmão do Sócrates, que lançaria os seus companheiros de ataque, além de também avançar, pois chutava bem e também ser o principal responsável pelas cobranças de pênaltis. Na área Leônidas e Serginho seriam dois centroavantes perigosos, cada um com o seu estilo próprio. E pelo lado esquerdo o veloz Teixeirinha e o habilidoso Canhoteiro infernizariam as defesas adversárias, sendo que ambos se deslocariam bem, já que tanto um como o outro jogavam na meia e pela ponta.
RESERVA: Waldir Peres, De Sordi, Jurandir, Darío Pereyra e Forlan; Dino Sani e Pita; Müller, Gino, Pedro Rocha e Zé Sérgio.
WALDIR PERES DE ARRUDA (Garça, SP, 02/01/1951) - Jogou no São Paulo de 1973 a 1984, disputando 611 partidas. Durante 21 anos foi o recordista de jogos pelo São Paulo, sendo superado em 2005 por Rogério Ceni, goleiro que nem ele. Mas obviamente que a carreira de Waldir Peres não se resume apenas a tal marca, pois foi um dos grandes ídolos são paulinos dos anos 70 e 80. Iniciou a sua carreira profissional na Ponte Preta, um clube acostumado a revelar grandes arqueiros, chegou ao São Paulo sem muito alarde, bem diferente do que conhecemos depois (em vez de careca era cabeludo). Como todo bom goleiro que se preze, soube aguardar a sua chance, já que o titular era o consagrado Sérgio. Em 1974 tornou-se titular absoluto, sendo inclusive reserva de Leão na Copa do Mundo daquele ano. Na temporada seguinte foi decisivo na decisão por pênaltis do Campeonato Paulista contra a Portuguesa, pois catimbou muito as cobranças dos adversários, fazendo com que eles errassem e o São Paulo fosse campeão. Tal artimanha repetiu contra os cobradores do Atlético, em pleno Mineirão, na decisão do Brasileirão de 1977. Waldir, além de ser um bom goleiro, também tinha um perfil brincalhão, amigo de todos enfim, uma figura folclórica do futebol. No Mundial de 1978 foi o terceiro goleiro. Foi bicampeão paulista em 1980/81 quando foi formado um dos melhores times do Morumbi. Finalmente conseguiu ser o titular em uma Copa do Mundo, a de 1982, mas ficou muito marcado por causa do frango que tomou na estréia, contra a União Soviética, mas não comprometeu no restante da competição, mesmo o forte Brasil sendo desclassificado pela surpreendente Itália de Paolo Rossi, que marcou três gols naquele dia. Na decisão do Paulistão daquele ano Biro-Biro chutou uma bola que passou por baixo das suas pernas, com o Corinthians sendo campeão. Mas mesmo com tais falhas, é um dos mais festejados goleiros que já vestiram a camisa do São Paulo.
NILTON DE SORDI (Piracicaba, SP, 14/02/1931 ? Bandeirantes, PR, 24/08/2013) - Jogou no São Paulo de 1952 a 1965, disputando 536 partidas e sem marcar gols. Está abaixo de Rogério Ceni e Waldir Peres em número de jogos, portanto é o jogador de linha que mais vezes atuou pelo São Paulo. Revelado em 1949 pelo XV de Piracicaba, chegou ao Tricolor Paulista no ano de 1952, para ser o seu novo lateral-direito, uma tarefa nada fácil, pois teria que enfrentar jogadores como Mário (Corinthians), Rodrigues (Palmeiras), Simão (Portuguesa de Desportos) e Tite (Santos). Também chegou a marcar o ponta-esquerda são paulino Teixeirinha quando jogava pelo XV, mas teve a sorte de nunca precisar marcar Canhoteiro, já que o habilidoso ponteiro sempre jogou no mesmo time. Com tantas provações tornou-se o melhor marcador de pontas do Brasil nos anos 50 e mesmo sendo baixinho tinha uma impulsão extraordinária. Foi campeão paulista em 1953 e 1957, sendo o titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958, não disputando apenas a final, o jogo do título brasileiro, sendo substituído por Djalma Santos, o seu grande rival. O fato de estar na reserva do meu São Paulo de todos os tempos é mais pela questão tática, pois dificilmente subia ao ataque (nunca marcou gols na carreira, que eu saiba nem mesmo no XV) e também por não ter sido tão vitorioso como Cafu, mas sem sombra de dúvidas é um dos maiores (senão o maior) na posição do Tricolor Paulista.
JURANDIR DE FREITAS (Marília, SP, 12/11/1940 ? São Paulo, SP, 06/03/1996) - Jogou no São Paulo de 1962 a 1972, disputando 418 partidas e sem marcar gols. Os dez anos de clube e o elevado número de jogos disputados pesaram muito a seu favor. Iniciou a carreira no Marília (chegou a jogar dois amistosos pelo Corinthians) e logo que foi contratado pelo São Paulo disputou um excelente Torneio Rio-São Paulo, sendo que o técnico do São Paulo (Aymoré Moreira) também era da Seleção Brasileira, fazendo com que Jurandir fosse convocado, tornando-se campeão do mundo como reserva de Zózimo. Dono de um estilo clássico e desarmando os adversários sem cometer falta, formou com Roberto Dias uma das melhores zagas do Brasil nos anos 60, mesmo o time não vencendo o Campeonato Estadual. Mas conseguiu ser bicampeão paulista em 1970/71 com o companheiro Dias. Da mesma forma que De Sordi, também era bem defensivo, sendo que nunca marcou gols com a camisa são paulina. No final de carreira jogou no Comercial (MT) e no Amparo (SP).
ALFONSO DARÍO PEREYRA BUENO (Sauce, URUGUAI, 10/10/1956) - Jogou no São Paulo de 1977 a 1988, marcando 38 gols em 451 partidas. Um dos maiores zagueiros que o São Paulo teve, um Roberto Dias dos anos 80, pois sabia aliar grande técnica e muita garra como ninguém. Revelado pelo Nacional Uruguaio, chegou ao São Paulo em 1977 atuando como meia e volante, conseguiu ser campeão brasileiro, sua primeira competição pelo novo clube, sendo que ainda não era uma unanimidade no Morumbi, mas considerado apenas um bom jogador. No Campeonato Paulista de 1980 estreou na posição de quarto-zagueiro, se saindo muito bem, formando depois uma grande zaga com Oscar e sagrando-se campeão paulista. Repetiu a dose no ano seguinte, com muitos lamentando por não ser brasileiro pois cairia como uma luva na Seleção Brasileira. Era um dos principais jogadores do time que ficou conhecido como Máquina. Apesar de não ganhar títulos no período de 1982 a 1984, continuava muito querido pelos seus torcedores por causa das grandes apresentações que fazia com a camisa do São Paulo. De 1985 a 1987 fez parte de outra grande equipe, que tinha um ataque conhecido pelo apelido de Menudos do Morumbi, já que o famoso grupo estava se apresentando no Brasil e por serem jogadores novos como os integrantes do conjunto internacional. Foi campeão paulista em 1985 e 1987, vencendo também o seu segundo Brasileirão, em 1986, sempre mantendo o mesmo nível. No ano de 1989 teve uma rápida passagem pelo Palmeiras, muito longe do que foi nas suas 11 temporadas de São Paulo.
PABLO JUSTO FORLÁN LAMARQUE (Mercedes, URUGUAI, 14/07/1945) - Jogou no São Paulo de 1970 a 1975, marcando 8 gols em 240 partidas. Mesmo jogando na posição de lateral-direito (a mesma de De Sordi) fiz questão de incluir Pablo Forlán, mesmo sendo pelo lado esquerdo, pois tem uma história de muita dedicação nos seus mais de cinco anos de São Paulo. Era um jogador de muita raça e que impunha respeito nos adversários, seja pela forte marcação ou na violência mesmo, bem ao estilo uruguaio, chegando a disputar a Copa do Mundo de 1974 pelo seu país. Veio do Peñarol, sendo muitas vezes campeão, mas conquistou de fato a torcida são paulina logo de cara, já que o time atravessava o seu maior jejum de títulos (o time foi campeão estadual em 1957). No seu primeiro ano venceu o Campeonato Paulista, repetindo a dose em 1971. E no ano de 1975 foi mais uma vez campeão paulista. Mesmo chutando forte com o pé direito, optei mesmo por escalá-lo na lateral-esquerda, pois no meu entender merece bem mais estar no time do São Paulo de todos os tempos que muitos que vieram antes e depois.
DINO SANI (São Paulo, SP, 23/05/1932) - Jogou no São Paulo de 1954 a 1961, marcando 108 gols em 322 partidas. O elevado número de gols para um volante é pelo fato de Dino Sani ter jogado inicialmente como meia. Revelado pelo Palmeiras, teve passagens pelo XV de Jaú e Comercial antes de chegar ao São Paulo. Jogador conhecido pela sua grande categoria e que fazia sucesso no time através das suas grandes jogadas para Teixeirinha, Canhoteiro, Maurinho e Gino e os belos gols que anotava. Em 1957 o técnico húngaro Bela Guttmann resolveu escalá-lo como volante, posição da qual nunca havia atuado, tornando-se o melhor do futebol brasileiro, mesmo tendo que aprimorar a sua marcação. No mesmo ano foi campeão paulista sem atuar na final (estava machucado) e titular da Copa do Mundo de 1958, mas uma contusão fez com que Zito atuasse até a conquista do título, fatores que o magoaram, pois, mesmo sendo campeão, obviamente que queria estar nas decisões. Seu nível no São Paulo era tão bom que times estrangeiros se interessaram pelo seu passe, indo jogar no Boca Juniors, seguido por uma bela passagem pelo Milan. Retornou ao Brasil em 1965 para encerrar a carreira no Corinthians, clube que também teve uma ótima fase, mesmo estando bem veterano. Como treinador também se destacou, revelando excelentes jogadores. O São Paulo foi de fato o clube que o revelou para o futebol, jogando por mais anos e partidas, provavelmente a melhor fase da sua gloriosa carreira.
EDIVALDO DE OLIVEIRA CHAVES ? PITA (Nilópolis, RJ, 04/08/1958) - Jogou no São Paulo de 1984 a 1988, marcando 46 gols em 247 partidas. Revelado pelo Santos no time conhecido como Meninos da Vila, campeão estadual de 1978. Na equipe santista teve uma brilhante passagem, sendo algumas vezes convocado pela Seleção Brasileira. Mas no São Paulo atingiu o seu ápice, com um estilo de jogo que fazia lembrar ao do francês Michael Platini, pois tinha uma impressionante habilidade com a bola nos pés. Como se esquecer do memorável gol que fez contra o Palmeiras, driblando toda a defesa adversária, inclusive o goleiro Emerson Leão? Campeão paulista de 1985 ao lado de Müller, Silas, Careca e Sídnei, Pita estava gastando a bola, o que fez com que muitos lamentassem a sua ausência na Copa do Mundo de 1986. Venceu o Brasileirão no mesmo ano e conquistou o Campeonato Paulista de 1987. Sem sombra de dúvidas um dos melhores que já passarem pelo Morumbi.
LUÍS ANTÔNIO CORRÊA DA COSTA ? MÜLLER (Campo Grande, MS, 31/01/1966) - Jogou no São Paulo de 1984 a 1988, 1991 a 1994 e em 1996, marcando 161 gols em 385 partidas. Um dos jogadores mais vitoriosos do São Paulo em todos os tempos. Revelado pelo próprio clube, praticamente tornou-se um símbolo na posição de atacante, pois mesmo atuando com a camisa 7 não era um autêntico ponta-direita, mas sim um jogador de muita velocidade que se infiltrava na área adversária. Era um dos principais jogadores do infernal ataque campeão paulista de 1985. Suas atuações foram tão espetaculares que acabaram lhe rendendo a oportunidade de atuar na Copa do Mundo de 1990. A sequência de títulos continuou com o Campeonato Brasileiro em 1986 e o Brasileirão de 1987. Vendido ao futebol italiano, disputou em 1990 mais uma Copa do Mundo. Em 1991 retorna ao Morumbi para mais uma fase de conquistas, conquistando no mesmo ano o Campeonato Nacional e o Paulistão. Bicampeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1992/93, na decisão do último marcou um gol de calcanhar meio que sem querer, estando de costas para o goleiro, provavelmente o mais importante da sua carreira. Fez parte da Seleção Brasileira tetracampeã mundial em 1994, mas jogou apenas o segundo jogo contra a equipe dos Camarões. Viveu uma grande fase no Palmeiras, quando foi campeão estadual de 1996. No mesmo ano retornou ao São Paulo para a sua terceira e última passagem, mas sem o mesmo destaque das anteriores. Teve também uma ótima passagem pelo Santos, com muitos considerando que merecia estar no Mundial de 1998. Jogou também no Cruzeiro. Teve apagadas passagens pelo Corinthians e Portuguesa de Desportos, tornando-se o único jogador a atuar pelos cinco grandes clubes do Estado de São Paulo.
GINO ORLANDO (São Paulo, SP, 03/09/1929 ? 24/04/2003) - Jogou no São Paulo de 1953 a 1963, marcando 237 gols em 447 partidas. Só não está no time titular porque Serginho Chulapa marcou apenas seis gols a mais, fazendo de Gino Orlando o segundo maior goleador da história do São Paulo. Coincidentemente Gino estreou 20 anos de Serginho e também se despediu 20 temporadas depois. Se Chulapa era o centroavante trombador dos anos 70 e 80, ele foi nas décadas de 50 e 60. Marcava gol de todo o jeito e mesmo tendo um estilo bem diferente do genial Leônidas da Silva (ídolo maior da década de 40), conquistou a torcida, pois marcava ainda mais gols que o Diamante Negro, de todo o jeito possível. Foi campeão paulista em 1953 e 1957. Por ter marcado um gol de bicicleta (marca de Leônidas) pela Seleção Brasileira, muitos da imprensa internacional pensavam que era um grande craque, algo desmentido pelo próprio. Por muitos anos tomou conta da sala de troféus do clube.
PEDRO VIRGÍLIO ROCHA FRANCHETTI (Salto, URUGUAI, 03/12/1942 ? São Paulo, SP, 02/12/2013) - Jogou no São Paulo de 1971 a 1977, marcando 119 gols em 390 partidas. Considerado por muitos como o melhor meia são paulino de todos os tempos, um uruguaio que já brilhava no Peñarol, veio para formar um grande meio de campo ao lado do consagrado Gérson. No início teve algumas dificuldades para se adaptar, mas acabou tornando-se o mais importante jogador do time na década de 70, pois era muito habilidoso, aliando com a famosa garra uruguaia. Honrava a mística Camisa 10, pois cada time grande paulista tinha um grande jogador com esse número, como Rivellino (Corinthians), Ademir da Guia (Palmeiras), Dicá (Portuguesa de Desportos) e Pelé (Santos). Sem se esquecer de Dirceu Lopes (Cruzeiro), Edu (América do Rio) e Zico (Flamengo). Fez parte do time bicampeão paulista de 1971. Em 1975 é novamente campeão estadual, quando estava jogando o fino da bola ao lado dos companheiros Muricy Ramalho e Serginho Chulapa. Desentendeu-se com o treinador Rubens Francisco Minelli no final do Campeonato Paulista, fazendo com que não disputasse o Brasileirão daquele ano, o primeiro vencido pelo São Paulo.
JOSÉ SÉRGIO PRESTI (São Paulo, SP, 08/03/1957) - Jogou no São Paulo de 1976 a 1984, marcando 49 gols em 353 partidas. O E. C. Banespa revelou dois jogadores no futebol de salão, que foram Roberto Rivellino e Zé Sérgio Presti, que coincidentemente são primos. Foi lá que Zé Sérgio desenvolveu os seus dribles curtos que foram aprimorados com a velocidade no campo de futebol. Em 1973 foi levado por Rivellino para o Corinthians, com o técnico Luizinho Pequeno Polegar comandando as equipes de base, mas o jovem jogador queria já jogar no time titular, mas o veterano treinador, que também havia sido um grande driblador, disse que ainda era cedo, o que não o agradou e desistiu dos treinos. Foi tentar a sorte no São Paulo, mas teve que fazer o que é certo, cumprindo o estádio nas divisões inferiores, tendo sua chance no time principal em 1976. Não demorou muito para começar a se destacar, pois mesmo atuando principalmente na ponta-esquerda poderia também atuar pelo lado direito, já que era ambidestro. Campeão brasileiro de 1977, no ano seguinte começou a ter chance na Seleção Brasileira, fazendo parte do grupo que disputou a Copa do Mundo da Argentina, mas permaneceu na reserva em todo o Mundial. No final da década de 70 estava em grande fase, rivalizando com o ponta-esquerda cruzeirense Joãozinho, que também sabia jogar pelos dois lados, mais habilidoso nos dribles (era conhecido como o Bailarino da Toca), mas com menos velocidade. Campeão paulista de 1980 e vivendo a melhor fase da sua carreira, era constantemente convocado pelo treinador Telê Santana, tendo boas atuações com a camisa da Seleção Brasileira, mas no ano seguinte perdeu a posição devido às contusões, perdendo de vez para Éder, que disputou uma grande Copa do Mundo em 1982, na Espanha. Foi bicampeão paulista em 1981, revezando-se com o genial Mário Sérgio. Nos anos seguintes alternou boas e más fases, sendo vendido ao Santos em 1984, iniciando a jogada do gol do título da equipe santista.
OS ESQUECIDOS
Em enquetes realizadas pela Revista Placar até a década de 80 o argentino José Poy era sempre elegido nas enquetes como o goleiro são paulino de todos os tempos. Na ocasião não havia as estatísticas completa de quantas partidas Waldir Peres tinha jogado. Mas não há exagero, pois para muitos foi o melhor goleiro que o São Paulo teve, campeão paulista em 1949 (reserva), 1953 e 1957, além de ser o segundo goleiro com mais anos de clube (13 temporadas), perdendo apenas para Rogério Ceni, disputando um total de 515 partidas. Como treinador também está na segunda posição, com 421 jogos, perdendo apenas para Vicente Feola.
Zetti está entre os quatro maiores goleiros são paulinos de todos os tempos, junto com Poy, Waldir Peres e Rogério Ceni. Vivia uma boa fase no Palmeiras, quando sofreu um choque com o atacante Bebeto, afastando-o por quase dois anos do futebol. Foi rejeitado no Parque Antárctica, então buscou no São Paulo uma chance. Consagrou-se no Morumbi, responsável pelas grandes conquistas são paulinas no início da década de 90, em especial na decisão da Libertadores da América de 1992, quando defendeu pênaltis na decisão. No ano de 1994 estava em grande fase, com muitos achando que deveria ser o titular da Seleção Brasileira em vez de Taffarel. Jogou no clube de 1990 a 1996, num total de 426 partidas.
Uma das ausências mais sentidas é do espetacular Mauro Ramos de Oliveira, o zagueiro mais técnico que o São Paulo já teve. De 1948 a 1959 jogou no time, marcando 2 gols em 492 jogos, sendo apelidado de Martha Rocha, pois se a Miss apresentava elegância na passarela, Mauro demonstrava um futebol muito elegante, sendo que foram poucos os zagueiros-centrais que tiveram a sua técnica. Foi quatro vezes campeão paulista (1948/49, 1953 e 1957), mas considero que as conquistas no Santos foram mais significativas, além das suas mais importantes fotos terem sido no seu período santista, erguendo a taça do Bicampeonato da Seleção Brasileira em 1962 e pelo Santos no Mundial Interclubes no ano seguinte.
De 1980 a 1987 Oscar formou com Darío Pereyra uma das maiores zagas do São Paulo em todos os tempos, talvez até mesmo superior que Jurandir e Roberto Dias. Foi campeão paulista (1980/81 e 1985) e brasileiro (1986), mas mesmo com tão bom currículo opto por ele na Ponte Preta de todos os tempos, clube que iniciou a carreira e teve também uma ótima passagem, mesmo não sendo campeão. Anotou 15 gols em 290 partidas.
O fato de não ser um jogador técnico em nada atrapalha a importância do volante Chicão no Morumbi. De 1973 a 1979 foi um dos símbolos do time, com um estilo de jogo extremamente viril e também violento, algo bem demonstrado na Copa do Mundo de 1978, intimidando o argentino em pleno estádio do Rosário. No São Paulo foi campeão paulista em 1975 e brasileiro dois anos depois, sendo que na final contra o Atlético no Mineirão pisou na perna do meia Ângelo. De fato era um jogador que jogava duro contra qualquer time, seja dentro ou fora da sua casa. Marcou 19 gols em 312 jogos disputados.
Na década de 80 o argentino Antonio Sastre ainda era escolhido como o meia-direita são paulino de todos os tempos. Infelizmente o tempo é o pior inimigo e muitos nem sabem quem foi. Jogador que veio do Independiente que fez parte do melhor ataque são paulino de todos os tempos, formado por Luizinho, Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha. Era um jogador cerebral (conhecido como El Maestro), experiente, que jogava bonito, com um futebol muito elogiado por Leônidas da Silva. Foi campeão paulista em 1943 e 1945/46. Mesmo jogando muito, nunca foi convocado pela Seleção Paulista. Voltou à Argentina no final de 1946. No seu jogo de despedida contra o River Plate recebeu várias homenagens, reconhecido como um grande craque, sendo substituído por Yeso Amalfi, outro fantástico jogador, mas que jogou poucas partidas pelo São Paulo, destacando-se mais no exterior, em especial na França. Sastre 53 gols em 127 partidas.
O meia-esquerda Zizinho ainda era o melhor jogador brasileiro quando chegou ao São Paulo em 1957. Mesmo estando bem veterano, apresentou um grande futebol ao lado de Canhoteiro, sendo que a partir do momento que chegou o time não perdeu mais nenhuma partida até a decisão em que foi campeão paulista, com destaque à uma inesquecível goleada de 6 a 2 contra o Santos do já brilhante Pelé (artilheiro do Paulistão) em plena Vila Belmiro. Mas jogou apenas um ano no Tricolor Paulista, bem diferente das suas longas passagens pelo Flamengo e Bangu. Marcou 27 gols em 66 jogos.
Gérson de Oliveira Nunes sempre assumiu ser torcedor do Fluminense, encerrando a carreira no clube do coração. Mas foi no Flamengo, Botafogo Carioca e São Paulo que teve os seus melhores momentos. Sua passagem pelo Morumbi começou antes da Copa do Mundo de 1970, mas após o Mundial comandou o time no Bicampeonato Paulista com as mesmas características apresentadas no México, através de lançamentos precisos de até 40 metros e por não parar de falar (seu apelido era Papagaio). 11 gols em 75 partidas de 1969 a 1972.
Nos anos 80 o São Paulo teve dois ótimos meias. Um era Renato, ponta-de-lança habilidoso bicampeão paulista em 1980/81, um dos destaques da Máquina. E outro foi Silas, peça fundamental dos Meninos do Morumbi, campeão paulista de 1985 e 1987 e brasileiro no ano de 1986.
No Brasil jogador que se chama Luizinho é sinônimo de craque. O Corinthians teve o Pequeno Polegar nos anos 50 e 60. A equipe do Atlético Mineiro de 1978 a 1989 teve um quarto-zagueiro muito bom, que foi titular da Copa do Mundo de 1982. Mas o primeiro que marcou foi Luiz Mesquita de Oliveira, o melhor ponta-direita brasileiro da década de 30. De 1930 a 1935 jogou em um São Paulo, mas não no Futebol Clube, mas sim no da Floresta. Espetacular jogador, era veloz, driblava com muita habilidade, centrava bem e chutava com precisão. Caiu como luva no infernal ataque comandado por Leônidas da Silva. Campeão paulista em 1943 e 1945/46, sendo artilheiro do Paulistão de 1944.
Centroavantes como Careca, França e o próprio Luís Fabiano também são muito lembrados.
Da mesma forma que Poy, Muricy Ramalho tem uma história no São Paulo como jogador e treinador. Quando era atleta foi considerado um dos grandes meias da época, sendo campeão paulista em 1975, mas uma incômoda contusão no joelho atrapalhou-o, pois poderia ter disputado a Copa do Mundo de 1978. Mas se destacou mesmo na função de técnico, tendo várias passagens nos anos de 1994, 1995 e em 1996/97. Sua melhor fase foi de 2006 a 2009, quando era o treinador do time tricampeão brasileiro. Retornou em 2013 com a missão de tirar o time da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e conseguiu. No final do ano renovou o contrato até o final de 2015 e caso consiga cumpri-lo até o final será o técnico mais jogos comandando o São Paulo.
Minha homenagem ao treinador Vicente Feola, por ser que mais comandou o time, totalizando 524 partidas em vários períodos (1937, 1938/39, 1941/42, 1944, 1945, 1947 a 1950, 1951 a 1953, 1955 a 1957, 1959/60 e 1965). O que faltou a ele são títulos de muita expressão, pois foi apenas bicampeão paulista em 1948/49. Por incrível que pareça é mais famoso por ser o técnico campeão da Copa do Mundo de 1958 e também por ter comandado a Seleção Brasileira no Mundial de 1966.
Talvez alguns nomes serão lembrados, mas tentei citar os mais importantes que lembrei, pois às vezes é mais difícil montar a lista dos esquecidos do que escolher um time de todos os tempos.
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