Quem disse que o Brasil não tem um time campeão do mundo em 2014? Na madrugada deste sábado, o São José, tricampeão da Libertadores, conquistou o inédito título mundial de clubes de futebol feminino. A equipe paulista venceu o Arsenal por 2 a 0 na decisão da Nestle Cup - Torneio Internacional de Clubes de Futebol Feminino, uma versão feminina para a extinta Copa Toyota.
A competição não é considerada o Mundial oficial pela Fifa, mas é tratada como tal pela Conmebol. O torneio está em sua terceira edição, a primeira com a participação de clubes brasileiros. Foi a primeira vez, também, que o futebol feminino do país conquistou um título mundial – a seleção brasileira, por exemplo, tem um vice-campeonato mundial (2007) e duas medalhas de prata olímpicas (2004 e 2008).
"É um título muito importante para a nossa cidade, mas principalmente para o futebol feminino brasileiro. Espero que os responsáveis pelo futebol feminino possam ver com mais respeito o que todos nós estamos fazendo. É uma modalidade que precisa ser valorizada e profissionalizada", comemora o técnico campeão, Adilson Galdino.
Na decisão contra o Arsenal, o São José surpreendeu. Apostando na defesa, o time conseguiu segurar as inglesas. Venceu com gols de Rosana e Gil. "É um time muito forte, que controla muito bem o jogo. Elas tiveram algumas chances, mas não foram eficientes. Foi um jogo muito igual, mas fomos mais felizes".
Antes do Arsenal, a equipe já tinha vencido um jogo no Japão, contra o Urawa Reds, por 1 a 0, com gol da atacante Debinha. "Os times japoneses seguem o que a seleção do Japão está fazendo. São times muito obedientes taticamente e com um toque de bola muito bom. São times bem montados pelos comandantes", completa Adílson.
O São José chegou ao Mundial graças ao tricampeonato da Copa Libertadores feminina. Nesse ano, a final do torneio, em São José, reuniu oito mil pessoas, para ver a vitória do time da casa por 5 a 1 sobre o Caracas, da Venezuela.
A história do time começou em 2001, mas foi em 2010 que o time entrou na elite do futebol feminino nacional, após uma faculdade local, a ETEP, apostar no projeto, via uma lei de incentivo fiscal local. Nesse momento, o time ganhou atletas com passagem pela seleção. Nomes conhecidos, como as meio-campistas Formiga e Rosana, a goleira Andréa Suntaque e a zagueira Bagé, defendem o time. Assim como a atacante Debinha, uma das maiores revelações brasileiras pós-Marta, que chegou neste ano.
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