Cuca, técnico do Santos. Foto: Ivan Storti

Cuca, técnico do Santos. Foto: Ivan Storti

Foram 43 chutes a gol do Internacional, sendo 16 certos, incluindo os dois gols da vitória sobre o Santos por 2 a 0, no Beira-Rio, na noite de quinta-feira, 13/8. O Santos, agora sob o comando do supersticioso Cuca, chutou 13 vezes à meta de Marcelo Lomba, com apenas um acerto, no gol de Kaio Jorge, anulado por ele ter conduzido a bola com a mão.

Os números nem sempre espelham o que foi o jogo. Não é o caso deste Inter x Santos. O time gaúcho mandou na partida do começo ao fim.

Fez dois gols, mas pederia ter feito muito mais. Se fizesse cinco, não seria nenhum exagero, tantas foram as ocasiões criadas por Guerrero e companheiros.

A bola rondou a área defendida, e muito bem, por Vladimir. Na metade do primeiro tempo, Tiago Galhardo perdeu um gol feito. Daqueles que o narrador teria toda a razão do mundo se dissesse que “este gol até a minha vó faria”.

A bola cruzada da esquerda, passou por Vladimir e sobrou livre para o atacante do Inter, que chutou, de tornozelo, para a linha de fundo.

Amplamente dominado, Cuca trocou Luiz Felipe por Kaio Jorge, acabando com o esquema com três zagueiros com que pretendia enganar o rival.

Uma ligeira melhora do Santos só aconteceu no segundo tempo, com as saídas de Carlos Sanchez e Diego Pituca, que continuam jogando muito mal, o que aliás acontece desde o final do ano passado.

Foi um massacre gaúcho.

A falha de Felipe Jonatan proporcionou ao time da casa abrir o marcador. O segundo gol foi só o resultado do domínio amplo e irrestrito da equipe de vermelho.

No final do massacre, Cuca fez discurso atirando a responsabilidade da derrota nas costas do homem do apito. Disse o treinador que no lance do gol anulado de Kaio Jorge o atacante santista havia sofrido pênalti.

Desculpa esfarrapada.

Cuca nem precisa sair por aí repassando responsabilidades. É público que ele pegou um time em frangalhos, taticamente, tecnicamente e financeiramente. Isto sem falar do aspecto político, ou seja, dos bastidores da Vila Belmiro.

Que ferve, com a possibilidade de o presidente José Carlos Peres não cosneguir se livrar de mais um processo de impeachment.

O clube não tem dinheiro para contratar. E, se tivesse, não poderia, pois está impedido pela Fifa de fazer contratações, tantas são as suas dívidas com clubes do Brasil e do exterior.

Portanto, basta que Cuca silencie para que todos entendam a confusão em que ele foi se meter. Silencie e trabalhe. Só o trabalho firme poderá livrar este time santista do perigo de ser rebaixado para a Série B.

O Cruzeiro caiu ano passado.

Também afundado em dívidas e em péssimas gestões, o clube mineiro está tendo de disputar, pela primeira vez, a Segunda Divisão.

Ao Santos pode não restar outra alternativa. Os santistas batem no peito e dizem que o seu time nunca foi rebaixado. É verdade. O Cruzeiro também.

Se não melhorar, e muito, o seu futebol, a equipe da baixada será candidata forte a integrar a Série B em 2021.

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