Foto: Divulgação/CSA

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Parece até que o multiatleta Apodi, verdadeiro “poliglota de 10 posições”, nem é brasileiro.

Ora, o potiguar incansável de Apodi-RN, espécie de Usain Bolt das dunas de Natal, não se cansa nunca, joga 200 minutos se precisar, parou há tempos nos seus 32 anos e é sempre aplaudido nos seus jogos pelas... duas torcidas!

Hoje pela “massa” do CSA de Maceió e pelos torcedores do time adversário.

Longe de ser um Rodrigo Santoro, o feio e destemido Apodi tem uma raça-aparência incomum entre os bravos nordestinos e é um anti-herói da bola.

Errante, nômade, sem chuteiras pregadas em qualquer cidade, time, estado, país ou gramado, o desajeitado Apodi é uma festa.

Bola no pé dele tem resquícios ou lampejos de... Garrincha, perdoem-me.

Ele não tem marketing pessoal, não vai à TV, dispensa grife e produz mais que Daniel Alves, seu conterrâneo de Nordeste.

E ainda faz gol!

Ninguém ganha dele “apostando corrida”, tem muita habilidade, mesmo sem nenhuma “panca” de craque, com camisa fora de um calção com uma coxa mais curta que a outra, descabelado e meias arriadas ou a meio pau.

É o antiatleta, na aparência.

Mas aí o jogo começa e o Luiz Diallisson de Souza Alves não sossega o seu abacaxi em nenhum lugar fixo.

Menos no gol, ele está para todo lado correndo e correndo, com ou sem bola.

É uma espécie de Tom Hanks no épico “Forrest Gump: O Contador de Histórias”.

Mas o curioso é que ele não é reconhecido, reverenciado e elogiado por raça e técnica diferenciadas.

O narrador, às gargalhadas, sempre diz “lá vai o Apodi, lá vai o trem desgovernado, ninguém segura”.

Ele não reclama, não é violento, só leva porrada e quase nunca é expulso.

E com tanta qualidade e determinação, típicas dos bravos nordestinos, por que ele nunca recebeu o reconhecimento que merecia e merece?

80% dos seus “milhões” de times foram e são do chamado “Bloco dos Coadjuvantes”, favoritos ao descenso.

Mas ele não quer saber.

Joga, corre, não para nunca, sua como ninguém e pratica futebol como se estivesse em casa brincando com sua família, apostando corrida com os... filhos, rindo sem parar.

Logo ele para e ninguém vai se lembrar dele, só o meu imbatível, maravilhoso, único e admirável “Que Fim Levou?” do Portal Terceiro Tempo.

Uma pena, mas o Apodi merece mesmo é uma chance na seleção brasileira em qualquer posição, menos no gol, e como capitão do time!

Ele joga o genuíno futebol brasileiro e é superior a Daniel Alves, Fagner, Marcos Rocha, Nino Paraíba, Mayke, Pará, Samuel Xavier, Edilson, Galhardo, Bruno, Léo Moura, Danilo etc.

E pode jogar também de atacante, ponta, volante, zagueiro e lateral-esquerdo.

Afinal, Luiz Diallisson de Souza Alves, nascido em Apodi-RN em 13 de dezembro de 1986, é também abençoado pelos geniais potiguares Henrique Castriciano, Veríssimo de Melo, Alex Medeiros e Ferreira Itajubá, grandes craques do verbo, do adjetivo, do substantivo, do predicado, do advérbio, das consoantes, das vogais e do trio-tabelinha ênclise, próclise e mesóclise.

Ave, Apodi, o completo voador-deslizador da bola!

 

 

 

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