Presidente e vice da Lusa renunciam

A crise na Portuguesa parece não ter fim. Pressionado, o presidente da Lusa, José Luiz Ferreira de Almeida, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, apenas seis meses após assumir. O vice-presidente administrativo, Marcelo Carvalho, também deixou o clube. O Portal da Band apurou a informação com fontes do clube, confirmada em seguida por Carvalho à reportagem.

Almeida assumiu a presidência em abril deste ano, após outra renúncia, de Jorge Manuel Marques Gonçalves. Este, por sua vez, havia herdado o posto de Ilídio Lico, que abandonou o cargo em março de 2015.

Os dois notificaram o clube hoje mais cedo. Pelo estatuto, deveria assumir o presidente do Conselho Deliberativo, Leandro Teixeira Duarte, mas o dirigente está de licença. Com isso, o cargo fica com o vice-presidente do conselho, José Roberto Cordeiro, que deve convocar eleições em 30 dias. O atual mandato termina oficialmente em dezembro, mas, com a saída do mandatário, é possível que o pleito seja antecipado. O jornalista Alexandre Barros é candidato à sucessão.

Procurado pela reportagem, Almeida não atendeu os telefonemas para comentar a decisão.

Em contato com o Portal da Band, Carvalho alegou que a administração teve a gestão inviabilizada pela crise financeira do clube, que sofre com penhoras e tem um leilão de parte da sede marcado para 7 de novembro (um projeto de tombamento do Canindé pdoe evitar a venda). Uma importante reunião no Conselho de Orientação Fiscal (COF) estava marcada para a noite desta segunda, quando seria tratado o futuro do estádio.

Carvalho disse ainda que a diretoria vinha sendo boicotada por opositores, o que o pressionou a deixar o cargo.

"Pegamos o clube numa situação falida, sem receita nenhuma, com todas as rendas penhoradas. Tínhamos um projeto, que vinha sendo inviabilizado", disse Carvalho. Segundo o cartola, ações nas Justiça impediram que a diretoria tocasse um plano de salvação das finanças da Lusa, ameaçada de falir.

O projeto idealizado previa uma parceria com a empresa Kauffmann, que previa a demolição da sede para a construção de edifícios, de um clube vertical e de um novo estádio para a Lusa, menor e mais moderno, que seria utilizado para também eventos e shows.

A Portuguesa enfrenta atualmente a maior crise da sua história, com uma recente queda para a Série D do Brasileirão. O clube, que está na segundona do Paulistão, sofreu quatro rebaixamentos em três anos.