Em vídeo que circulou nas redes sociais, Robinho afirmou que voltará ao Peixe e ganhar a Libertadores. Foto: Facebook/Reprodução

Em vídeo que circulou nas redes sociais, Robinho afirmou que voltará ao Peixe e ganhar a Libertadores. Foto: Facebook/Reprodução

Quando Robert roubou uma bola no meio-campo, passou para Léo que acionou um certo camisa 7 na ponta esquerda do gramado do Morumbi por volta dos 35 minutos do primeiro tempo da grande final do Campeonato Brasileiro de 2002, e o menino, então com 18 anos, arrancou, pedalou oito vezes e sofreu pênalti, a história do Santos Futebol Clube mudou para sempre.

Eram quase duas décadas de fila, uma geração inteira de torcedores que cresceu sem ver o Santos campeão. Mas o tal camisa 7 tratou de abrir caminho para quebrar o jejum convertendo a cobrança de pênalti e fazendo 1 a 0 sobre o maior rival de seu time.

Se não fizesse mais nada com a camisa do Santos depois daquela partida, Robinho já seria um ídolo eterno do Alvinegro da Vila Belmiro. Mas o Rei das Pedaladas foi além. Conquistou mais um título Brasileiro, foi campeão paulista três vezes, da Copa do Brasil. E sempre manifestou todo seu amor e carinho pelo Peixe.

Mas o tempo passou. Lá se vão 17 anos. O menino de 18 anos chegou aos 35 e as juras de amor não serviram de nada em determinados momentos.

Ao aparecer num vídeo dizendo que voltará para o Santos e conquistará a Libertadores com a camisa alvinegra, Robinho agita boa parte da torcida. Vende uma clara ilusão de que é o mesmo que passou por cima do Corinthians naquela final disputada no Morumbi. Não é. Aliás, há muito tempo não é. Mas o santista segue preso ao passado.

Entra temporada, sai temporada, abre-se janela de transferências, fecha-se janela de transferências, o nome do Rei das Pedaladas volta a ser especulado na Vila. Muito porque o Santos (e os santistas) não conseguem deixar o ídolo no passado, e também porque o jogador, sabendo que tem as portas abertas na baixada, faz questão de se manter próximo do clube, deixando o Santos sempre de “stand by”.

Já com a vida resolvida e a carreira consolidada, Robinho optou por ser banco na China, deixando o Santos em 2015. Em seu retorno ao Brasil, preferiu se transferir para o Atlético-MG, recusando, mais uma vez o Peixe. Quis jogar num time pequeno da Turquia ao invés de voltar pra Vila num momento delicado de sua carreira, quando não conseguia alcançar bom desempenho no Galo e era condenado por uma acusação de estupro na Itália – certamente em Santos, onde é tão querido, seria abraçado pelos que o idolatram.

Ainda assim boa parte dos santistas parecem presos no segundo semestre de 2002, período em que o time comandando por Emerson Leão brilhou e conquistou o histórico título nacional, e sonham com a volta do ídolo decadente que sabe agradar muito bem seu público.

Na atual temporada, o camisa 70 do Instambul Basaksehir tem 8 jogos, nenhum gol marcado e nenhuma assistência. Já na temporada passada, pelo mesmo clube, Robinho fez 34 partidas, marcou 12 gols e deu cinco assistências. O tempo passa para todos.

Robinho até gosta do Santos, mas o Santos e o santista gostam muito mais de Robinho. É uma relação difícil, até abusiva alguns diriam.

É complicado acreditar que tecnicamente o camisa 7 ajudaria muito ao time dentro de campo. Talvez em situações muito específicas, sim. Se sonha em encerrar sua carreira vestindo o manto alvinegro, as portas da Vila Belmiro certamente estarão abertas para o eterno camisa 7. O Santos e seu torcedor só não deveriam dar ao Rei das Pedaladas o status de reforço de alto nível.

Resta saber, a partir de agora, então, o quanto Robinho quer voltar ao Santos. Se há alguma disposição em abaixar pedido salarial e aceitar contratos não muito longos.

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