Há ocasiões em que um time ganha um jogo pelo magro placar de 1 a 0 e esse resultado se torna pequeno demais para expressar o tamanho do rendimento da equipe vitoriosa na partida.
Em outros momentos, o vencedor aplica uma goleada no adversário, mas o elevado marcador não corresponde a uma produtividade consentânea com o placar elástico que o vitoriosos logrou alcançar.
O Grêmio obteve em Guayaquil, nesta noite de quarta-feira diante do Barcelona, um resultado extraordinário que em sã consciência ninguém poderia esperar, nem mesmo o mais otimista torcedor do tricolor gaúcho.
A pergunta que paira, principalmente entre os que por uma ou outra razão não assistiram ao jogo, é se esse 3 a 0, que praticamente coloca o time treinado por Renato Gaúcho na Final da Libertadores, pode ser considerado um resultado totalmente fiel ao que aconteceu em campo.
Bem, se considerarmos tudo o que foi visto com bola rolando, minuto a minuto, eu diria que o escore teve sim sua dose de exagero, pois seria oportunismo valer-se da euforia da estupenda vitória para tentar passar ao leitor a ideia de um futebol soberbo que na realidade o Grêmio não apresentou.
Mas estamos falando de Libertadores, talvez a maior batalha futebolística do Planeta, e, olhando o resultado desse jogo por esse ângulo, aí não há como negar que, mesmo sem revelar um futebol de encher os olhos, a equipe gremista fez por merecer o fabuloso placar alcançado.
Renato Portaluppi, que alguns resistem em aceitar como excelente treinador, à guisa de preconceito ligado ao seu jeito moleque do tempo de jogador, sabia muito bem o que teria pela frente nesse jogo de ida da semifinal da Libertadores.
Ele tinha consciência de que o adversário, embora sem possuir uma técnica acurada, tem nas jogadas rápidas em profundidade o seu aríete, com o qual aliás vitimou Santos e Palmeiras nas quartas de final do torneio continental.
Ciente disso, Renato posicionou seu time de maneira a compactar todos os espaços, abrindo mão daquele toque de bola insinuante tão característico do Grêmio, conseguindo com isso atrair o adversário para o seu campo, mas sem permitir que com esse aparente predomínio conseguisse penetrar com bola dominada nas cercanias da área tricolor.
Jogando em casa, com a obrigação de marcar gols, o time do Barcelona foi aos poucos sendo levado ao desespero ao sabor das tentativas infrutíferas de penetrar na área do visitante com chance real de gol.
Foi exatamente aí, quando o desespero bateu à porta do esquadrão antagonista, que o Grêmio de Renato fez a técnica se sobrepor à força, usando a categoria de Luan e toda a experiência de jogadores como Ramiro, Arthur e Edilson, para chegar ao gol adversário de forma objetiva e fatal.
É claro que não passava pela cabeça de Renato que o seu esquema "pega ratão" fosse surtir resultado tão positivo assim. O objetivo inicial seria fazer gol fora de casa e, se possível, vencer com 1 ou no máximo 2 gols de diferença.
Mas o índice de aproveitamento gremista foi gigantesco e, no bojo dele, veio o placar que a todos surpreendeu, considerando tratar-se de um jogo fora, diante de uma adversário que já havia feito vítimas fatais entre os participantes brasileiros da Libertadores deste ano.
Mesmo que jogadores como Marcelo Grohe, com uma defesa milagrosa, Pedro Geromel, Edillson e Luan tenham feito uma partida de alto nível, só se fará justiça nessa vitória maiúscula do Grêmio, atribuindo no mínimo 70% do mérito ao técnico Renato Portaluppi, que levou o Grêmio a esse resultado estupendo em razão de tudo quanto planejou e executou com vistas a esse difícil compromisso.
Nem precisaria dizer, no encerramento deste comentário, que o Grêmio já é finalista da Copa Libertadores de 2017, pois imaginar uma reversão dessa expectativa no jogo de volta seria de uma ingenuidade digna de pena.
Essa quase certeza não tem a ver com a maior hierarquia técnica do Grêmio sobre o visitante equatoriano que receberá em sua Arena lotada, na próxima quarta-feira.
É mera questão de números. Para sintetizar o tamanho da vantagem gremista nesse decisão de 180 minutos, basta dizer que se o mosqueteiro do Pampa estiver perdendo o jogo por 3 a 0 e, no finalzinho da partida, já nos descontos, fizer um único gol estará eliminando o Guayaquil e carimbando o passaporte para pegar River Plate ou Lanus na grande Final da Libertadores 2017.
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