Torcida baiana abraça a seleção e empurra Brasil para a vitória

Torcida baiana abraça a seleção e empurra Brasil para a vitória


Dassler Marques e Vinicius Castro
Do UOL, em Salvador

Demorou 26 minutos, mas a seleção masculina de futebol finalmente acordou na Olimpíada nesta quarta-feira (10), contra a Dinamarca. O gol marcado por Gabriel Barbosa aos 25 minutos tirou uma tonelada das costas do time, da torcida na Fonte Nova e de Rogério Micale, e abriu caminho para uma partida perfeita. O resultado foi uma goleada por 4 a 0 e a classificação para as quartas de final.

Com dois gols de Gabigol, outro de Gabriel Jesus e um de Luan, a seleção passou em primeiro no Grupo A e agora enfrenta nas quartas de final a Colômbia, neste sábado (13), na Arena Corinthians.

Apesar da derrota, a Dinamarca também passou de fase, na segunda posição, com quatro pontos. Já Iraque e África do Sul, que empataram por 1 a 1 na Arena Corinthians, foram eliminados.

Torcida baiana abraça a seleção e empurra Brasil para a vitória

É verdade que houve momentos de silêncio durante o primeiro tempo, quando o Brasil empatava sem gols. Mas, ao contrário de Brasília, o torcedor baiano foi bem mais caloroso. Empurrado pelo serviço de som que pediu apoio ao time desde a entrada na Fonte Nova, o público celebrou muito e até entoou um "o campeão voltou" após os gols brasileiros.

O melhor: Gabigol tira peso da seleção e abre caminho da vitória
Seja nas disputas corpo a corpo, como no primeiro gol, em lances de inteligência, como no segundo gol brasileiro, feito por Gabriel Jesus, ou em oportunismo no quarto, feito por ele próprio, o atacante do Santos mostrou de novo ter poder de decisão. Goleador da era Micale, apareceu em momento chave para tirar o peso das costas da seleção e deixar o caminho aberto para a vitória, concluída por ele mesmo.

O pior: Brock-Madsen, da Dinamarca
Peça nula no ataque dinamarquês, o centroavante do Birmingham-ING deixa a Olimpíada sem nenhum gol marcado. Com mais força física que qualidade, perdeu quase todas as bolas para Marquinhos e Rodrigo Caio. Assim, acabou substituído no intervalo da partida por Skov, herói da vitória sobre a África do Sul.

Mudanças de Micale surtem efeito e trazem alívio ao treinador

O treinador fez mudanças que deram resultado. Gabriel Jesus foi para a ponta esquerda, trocando de posição com Neymar, que passou ao centro da área. O desenho tático também foi modificado, do 4-3-3 para o 4-2-3-1. Fiel às suas convicções, Micale foi premiado com a vitória e a classificação que dão alívio para ele e toda a seleção. O técnico, aliás, comemorou os gols brasileiros de forma efusiva.

Treinador dinamarquês aposta em "caçula" da Olimpíada

Reserva na partida anterior, o garoto Jacob Bruun Larsen - mais jovem atleta do futebol olímpico masculino, com 17 anos - ganhou a oportunidade de ser titular no ataque, na principal surpresa de Niels Frederiksen na escalação dinamarquesa. Acostumado a jogar pelo contra-ataque, estratégia das duas primeiras rodadas, ele foi forçado a mudar o estilo da equipe quando o Brasil abriu vantagem. Aí, faltou qualidade para a Dinamarca propor o jogo.

Dupla gremista justifica aposta e contribui na vitória brasileira
O volante Walace foi eleito substituto do suspenso Thiago Maia e realizou grande partida em casa, já que é baiano. Com bom controle de bola, melhorou a saída do Brasil e prevaleceu no jogo físico contra os dinamarqueses, uma das razões para a escolha por ele. Já Luan aproximou mais o meio-campo do ataque e foi responsável pela jogada do gol de Gabriel Jesus com um cruzamento forte e preciso, além de anotar o terceiro da seleção com oportunismo.

Neymar não faz gol, mas tem ótima atuação e ajuda o Brasil

Em nova posição, com liberdade para se movimentar e jogar mais pelo centro, Neymar foi eficiente e ajudou a seleção na distribuição de bolas. O passe mais bonito da noite, por sinal, foi dele para Douglas Santos e permitiu o terceiro gol, feito por Luan. No segundo tempo, ele deu um susto grande na torcida em lance duro no tornozelo, mas depois seguiu normalmente. Agora há oito jogos sem marcar na seleção, reencontra a Colômbia nas quartas, dois anos após a lesão na Copa do Mundo.

Defesa do Brasil volta a segurar rivais e é a mais eficiente da Olimpíada
Aspecto positivo dos dois primeiros jogos, a defesa do Brasil voltou a ser segura apesar da ausência de Thiago Maia. Ao fim da fase de grupos, a seleção de Rogério Micale é a única entre as 16 que não sofreu gols, o que pode ser uma arma para o mata-mata da Olimpíada.

 

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