Embora seja vista por alguns como um certame secundário, a Copa do Brasil pode ser considerada atualmente uma das mais importantes competições futebolística do mundo, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo.
Algum tempo atrás não era exatamente assim, quando os clubes participantes da Copa Libertadores da América ficavam à margem do torneio brasileiro, desqualificando-o de forma considerável.
Depois que a luz da razão se acendeu na mente da cúpula da CBF, essa Copa que é porta de entrada para o torneio continental passou a reunir o que de melhor existe no futebol do país, equiparando-se tecnicamente ao tradicional campeonato brasileiro.
Graças a esse novo formato do torneio, o Brasil assistirá logo mais, nesta quarta-feira, a dois grandes clássicos representados pelos jogos de ida da semifinal da magna competição.
Naquele que defino como o principal deles, porque será disputado sob o foco das duas maiores torcidas do país, Flamengo e Corinthians se encontram no templo sagrado do nosso futebol, o velho, bom e restaurado estádio do Maracanã.
Anos atrás sugeri neste espaço que esse expressivo clássico nacional faria por merecer um rótulo específico, assim como possuem os grandes confrontos regionais conhecidos como Fla-Flu, Gre-Nal e outros.
O que me veio à mente para denominar esse choque-rei do nosso futebol foi a expressão FLA-COR, uma ideia óbvia capaz de fluir naturalmente na cabeça de qualquer outro desportista que se dispusesse a opinar nesse sentido.
Recebi na ocasião várias mensagens aderindo à sugestão. Contudo ela não decolou, uma vez que para isso a ideia teria que ser encampada por uma ampla campanha publicitária com a participação maciça da grande mídia nacional, o que obviamente não aconteceu.
Com ou sem rótulo, esse clássico que reúne a maior fatia da torcida brasileira estará sendo assistido com ansiedade e muita curiosidade no sentido de saber qual desses dois gigantes do desporto nacional vai dar o primeiro passo rumo à grande final da Copa do Brasil 2018.
Quando se trata de jogos dessa envergadura, é comum alguns profissionais da mídia esportiva se manterem na "zona de conforto", deixando de apontar um favorito e justificando a decisão na velha e surrada tese de que em se tratando de clássicos a expressão favoritismo não entra em cena.
Como não visto a camisa do EMFC (Em cima do Muro Futebol Clube), me permito apontar aqui um leve favoritismo ao rubro-negro da Ilha do Urubu em relação ao visitante alvinegro da Arena de Itaquera.
Dois fatores conduzem a esse raciocínio: o melhor momento vivido pela equipe treinada por Maurício Baribieri na disputa do Brasileirão e o fato de enfrentar em casa o Corinthians de Jair Ventura, contando portanto com o incentivo de uma torcida numericamente superior à do adversário.
Em relação ao outro clássico da semifinal da Copa do Brasil, reunindo Palmeiras e Cruzeiro na Arena palmeirense, uma questão de coerência sugere apontar o alviverde paulista como o favorito desse jogo de ida do torneio nacional.
Tal como o Flamengo em relação ao Corinthians, o time treinado por Luiz Felipe Scolari vive situação mais favorável na tabela do Brasileirão e joga em casa, perante sua entusiástica torcida.
Vale observar contudo que o favoritismo palmeirense é menos intenso do que o flamenguista, uma vez que o time de Mano Menezes revelou possuir futebol e condicionamento psicológico para "cantar de galo em terreiro alheiro", como fez no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores deste ano, batendo o próprio Flamengo, em casa, pelo placar de 2 a 0.
Cumpre lembrar finalmente que a Raposa de BH é um time tipicamente copeiro, dividindo com o Grêmio, com cinco conquistas, a hegemonia do futebol brasileiro nesta espécie de competição.
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