Corinthians continua preso às algemas de um futebol inofensivo, por isso deixou de se classificar as quartas de final

Corinthians continua preso às algemas de um futebol inofensivo, por isso deixou de se classificar as quartas de final

Prefiro partir para a linha da moderação e avaliar que a insinuação de Mano Menezes sobre possível entrega do resultado ao Ituano por parte do São Paulo foi uma declaração movida pelo calor de uma eliminação precoce em um Campeonato Paulista de nível técnico baixo. Mas ainda assim capaz de deixar de engordar os cofres com R$ 4,5 mi.

Um time que fica seis rodadas sem vencer não pode transferir a responsabilidade do vexatório desempenho para o rival, já classificado com antecedência e que foi mais competente vencendo o clássico na semana passada.

O Corinthians foi eliminado ao perder para São Bernardo no Pacaembu, ao ser castigado pelo Santos com uma goleada por insistir em apresentar futebol anêmico e permitir que torcedores-bandidos entrassem no CT Joaquim Grava para agredir funcionários e jogadores.

A desclassificação ainda na primeira fase nasceu da demora da diretoria em iniciar uma reformulação profunda no elenco. Desde o título da Recopa aquela base campeã mundial já se mostrava desinteressada e passeava durante os jogos. O resultado foi a numeralha de 17 empates em um Campeonato Brasileiro que tem 38 rodadas. Quase um turno sem vencer.

Já a declaração de Romarinho sugerindo com mais veemência uma provável entrega do São Paulo por “terem medo” do Corinthians, encaro como provocação de jogador. Escolheu as palavras e o foco errados para atiçar a rivalidade entre os clubes. Foi combustível para uma eliminação em que imprensa e Federação Paulista contavam com a presença dos quatro grandes entre os oito classificados. O mais interessado, o Corinthians, deixou de fazer a sua parte contra o Penapolense e durante todo o Paulista.

Concordo com Mano Menezes, os deuses do futebol estão vendo. Veem um Corinthians que mesmo em construção continua apresentando as mesmas ineficácias e o futebol inócuo de 2013.

Bugrinos

O diretor Samir Cheida lança em 27 próximo o filme “Bugrinos”. O longa-metragem de 1h45min retrata a história do único campeão brasileiro do interior. A trajetória é desde a sua fundação até os atuais tempos tenebrosos, mas que ainda assim incapazes de apagar uma vida de 102 anos construída por Dorival, Chinês, Zenon, Capitão, Careca, João Paulo, Evair, Amoroso com torcida apaixonada que não desiste e funcionários abnegados.

“Bugrinos” não é um filme apenas para o torcedor do Guarani. É para o futebol de Campinas. É para o futebol brasileiro.

Marcos Araújo
www.prosaesportiva.wordpress.com

http://terceirotempo.bol.uol.com.br/colunistas/colunas/marcos-araujo/todas.html

No Twiiter: @marcosmarcao

Foto: UOL

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