O britânico Martin Brundle, atualmente comentarista de Fórmula 1 no canal Sky Sports (britânico), principal adversário de Ayrton Senna na F3 Inglesa em 1983, teve a oportunidade de andar em um dos mais vencedores e marcantes carros da F1, mas bem depois de ter deixado a categoria, quando guiou a Brawn-Mercedes BGP 001 da temporada de 2009, durante o Festival de Velocidade de Goodwood, na Inglaterra, em junho de 2016.
Então aos 57 anos, Brundle conduziu o carro campeão da temporada (Mundial de Construtores e Mundial de Pilotos, com Jenson Button), no tradicional trecho da pista utilizado durante o icônico festival de velocidade, no sudeste da Inglaterra, modelo que também foi utilizado em 2009 pelo brasileiro Rubens Barrichello, que terminou aquele ano na terceira colocação.
Ao todo, a Brawn conseguiu oito vitórias e cinco poles em seu único ano de existência (após o fim da Honda e depois vendida à Mercedes. Button ganhou seis GPs e Barrichello dois. O britânico foi pole em quatro etapas e o brasileiro em uma, justamente o GP do Brasil.
O "pulo do gato" para uma temporada tão brilhante foi o difusor duplo, solução aerodinâmica inicialmente contestada por várias equipes para depois ser copiada. O chassi bem construído, ainda desenvolvido quando a estrutura pertencia à Honda, ganhou um forte e confiável motor, o Mercedes V8.
Brundle, hoje com 64 anos, que competiu na Fórmula 1 entre 1984 e 1989 e depois entre 1990 e 1996, foi companheiro de Barrichello na Jordan em 1996. Ele estreou pela Tyrrell e ainda passou por Zakspeed, Williams, Brabham, Benetton, Ligier, McLaren e Jordan, e nunca venceu na categoria pela qual obteve nove pódios.
ABAIXO, VÍDEO DE MARTIN BRUNDLE A BORDO DA BRAWN-MERCEDES BGP 001 NO FESTIVAL DE VELOCIDADE DE GOODWOOD, NA INGLATERRA, EM JUNHO DE 2016
TRAJETÓRIA DE BRUNDLE
Seu começo na F1 foi pela Tyrrell-Ford, em 1984, mesmo ano de estreia de Senna, mas diferente do brasileiro, Brundle nunca subiu ao degrau mais alto do pódio na F1, muito em função de não ter tido um carro de ponta para lutar por vitórias e títulos na F1, embora tenha chegado o mais próximo disso em duas oportunidades: no GP da Itália de 1992 (com Benetton-Ford), em Monza, atrás de Senna e à frente de Schumacher e também no primeiro GP após a morte de Ayrton, em Mônaco/94, quando terminou em segundo lugar com a McLaren-Peugeot, atrás de Michael Schumacher, o vencedor, com Benetton-Ford.
A melhor temporada de Martin Brundle pela F1 foi em 1992, pela Benetton-Ford, ano em que foi o sexto colocado, com cinco pódios (quatro terceiros lugares e um segundo lugar).
Também viveu uma boa fase na Ligier-Renault em 1993, quando fechou o Mundial em sétimo lugar, com um pódio (GP de San Marino) e uma boa regularidade, com outros seis top-6. Também foi o sétimo colocado no Mundila de 1994, pela McLaren-Peugeot.
Retornou para a Ligier em 1995, agora impulsionada pelo motor Mugen-Honda (foi o 13º colocado no Mundial e fez sua última temporada em 1996, pela Jordan-Peugeot (foi o 11º), protagonizando naquele ano um dos mais impressionantes acidentes de todos os tempos, no GP da Austrália, em Melbourne. Na ocasião, sua Jordan "decolou" após bater na traseira da Sauber de Johnny Herbert, que tentava desviar da McLaren de David Couthard.
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