Foto: Bruno Cantini / Agência Galo

Foto: Bruno Cantini / Agência Galo

Apresentado nesta segunda-feira, 9/3, como novo técnico do Atlético Mineiro, o argentino Jorge Sampaoli só conseguiu balbuciar uma única palavra em português na entrevista coletiva: “falei”. Pouco, muito pouco para quem já está no Brasil há quase um ano e meio, conversando todos os dias com brasileiros no clube – o Santos, no ano passado -, no trânsito, no supermercado, no restaurante, na praia, jogando futvôlei, esporte que gostava de praticar nas praias santistas, embora, quem o viu jogar tenha percebido que não leva o menor jeito para a coisa.

Sampaoli agora até mora no Brasil. Fixou residência em Búzios, estância do Rio de Janeiro. Mas a comunicação do treinador do país hermano é péssima. Não fala português, articula mal, pessimamente, as palavras. E, para piorar o cenário do caos, não olha diretamente no rosto de quem lhe dirige as perguntas. Responde sempre olhando para baixo. Não encara seu interlocutor de frente. Por que ele age assim? Freud explica. Explica?

Sério, o maior problema de Sampaoli talvez nem seja não falar português. A questão principal é ele falar baixo, engolindo as sílabras, fitando o seu próprio umbigo.

Jorge Sampaoli, é bom que se diga, antes que algum açodado (apressado) fale que estou sendo cruel demais com ele, é um excelente técnico. Fez um trabalho elogiável em muitos aspectos no Santos na temporada passada. Levou o time santista ao vice-campeonato brasileiro, atrás apenas do Flamengo, este, sem dúvida com campanha fora da curva, ou em outro patamar como gostam de repetir exaustivamente, e com razão, os coleguinhas do jornalismo esportivo das emissoras de rádio, televisão, sites e, principalmente, o craque Bruno Henrique e todos os rubro-negros nas arquibancas, nas ruas e no bares.

Embora o elenco do Santos não fosse tão carente de bons jogadores como virou mania dizer em 2019, Sampaoli fez a equipe jogar bem e bonito em muitas oportunidades. Fez grandes jogos. Mas também ficou devendo futebol em algumas ocasiões. Vale lembrar que o time de Sampaoli foi eliminado da Copa Sul Americana pelo modesto, e quase amador, time uruguaio do Riber Plate. Ficou fora da Copa do Brasil, desclassificado pelo mesmo Atlético Mineiro, que ele nesta segunda-feira começa a comandar. Além de ter sido goleado por Palmeiras, Botinha e Ituano.

Sampaoli é um grande treinador. É fato. Não se pode discutir isso. Mas, cabe aqui a pergunta: Se conseguisse se comunicar melhor, não teria chances maiores de realizar trabalhos irretocáveis nos clubes que dirige?

Não tenho dúvidas de que muitos dos problemas que enfrentou no Santos foram por causa de seus parcos recursos da língua portuguesa e, também, por que não, por falar para dentro, balbuciando palavras e frases inaudíveis.

Duvido que tudo que Sampaoli falou foi entendido por jogadores e, principalmente, pelo presidente santista José Carlos Peres. Entrou ruído na comunicação, sem dúvidas.

Jorge Sampaoli assinou contrato com o Atlético Mineiro para ganhar R$ 1,2 mihão mensais, dinheiro que será dividido com a sua comissão técnica, composta por mais cinco integrantes.

Trata-se de ordenado suficiente para ele entrar de cabeça em um curso de português. Pode aproveitar também e contratar um (a) profissional da área de fonoaudiologia.

Se tiver vontade, pode fazer o que muitos argentinos fazem. Na Argentina, é comum o comentário de que “enquanto o brasileiro baila, o argentino faz terapia”. E é verdade. Os hermanos investem um bom dinheiro no autoconhecimento. Os consultórios de psicanálise do país estão sempre cheios.

Talvez um bom psicólogo consiga tirar de Sampaoli a mania de falar olhando para o chão, sem olhar de frente quem lhe dirige a palavra.

Caro Jorge Sampaoli, não me leve a mal. É só um toque. Gracias.

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