O adeus do colega e profissional competente é um duro desfalque para o jornalismo brasileiro

O adeus do colega e profissional competente é um duro desfalque para o jornalismo brasileiro

A minha maior admiração por Ricardo Boechat se dava por ele fazer jornalismo para as pessoas e não para amiguinhos ou políticos. A patrulha canalha dos dias atual pressiona nós, jornalistas, a muitas vezes, de forma consciente ou inconsciente, a buscar agradar. 
Com Boechat, isso não existia, graças a Deus!
O ouvinte/telespectador era quem mais contava para ele. Entre confiar num político ou no cidadão, que acompanhava seu trabalho de forma fiel, ele abraçava a verdade do anônimo: de coração e com o coração, sem fazer média, apenas seguia suas convicções e sua confiança depositada 100% no sentimento popular.
Sim, ele era rotulado de esquerdista, direitista, coxinha, mortadela, afinal os dias atuais são feitos de rótulos levianos, mas todos paravam para acompanha-lo, sem exceção. 
A explosão de ira, escorada no fanatismo, diante de sua crítica dura e apartidária, acontecia, mas o rompimento não. Boechat seguia sendo ouvido e respeitado até pelos mais intolerantes. 
Por isso, o “careca” fará falta por aqui. Por isso, a comoção, o buzinaço e as lágrimas diante da perda do jornalista. 
A vida é assim: uns vão, outros ficam. Mas, sinceramente, Boechat é daqueles caras que o Brasil não poderia se dar ao luxo de perder sua voz e opinião agora. Deus poderia ter dado uma mãozinha e segurado o helicóptero. O jornalismo está desfalcado. Não há reserva à altura de Boechat! 

 

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Foto: Divulgação

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