Um grupo de discussão nomeado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, planeja mudar nos próximos anos o formato do Mundial de Clubes, torneio organizado pela entidade em 2000 e a partir de 2005. Em 15 edições são nove campeões diferentes, sendo o Real Madrid o maior vencedor - com a goleada diante do Al Ain (EAU), o time espanhol chegou à terceira taça consecutiva, quarta no formato atual. Além do feito histórico do time de Marcelo e Sergio Ramos, a edição de 2018 também garantiu a maior soberania histórica dos clubes europeus na competição.
Agora são seis taças seguidas de times europeus: Real Madrid (2018, 2017, 2016 e 2014), Barcelona (2015) e Bayer de Munique (2013). A maior sequência anterior foi entre os títulos do Internacional, em 2006, e do Corinthians, em 2012, quando Milan (2007), Manchester United (2008), Barcelona (2011 e 2009) e Inter de Milão (2010) venceram.
Também houve uma sequência brasileira de taças, com o Corinthians de 2000, o São Paulo de 2005 e o próprio Internacional, no ano seguinte. Porém, desde 2012 que nenhum brasileiro consegue o título, sendo dois vices (Santos, em 2011, e Grêmio, em 2017) e duas terceiras colocações (Internacional, em 2010, e Atlético-MG, em 2013). Somando aos vices de clubes de outros países, como Raja Casablanca (2013), San Lorenzo (2014), River Plate (2015), Kashima Antlers (2016) e agora o Al Ain, é que foi construída a soberania europeia no Mundial.
No formato anterior da competição, que envolve disputas desde 1960, o período máximo de soberania foi sul-americano, com títulos entre 1977 e 1984 (não houve edição de 1978 por problemas de calendário). Boca Juniors, Olimpia, Nacional, Peñarol, Independiente e os brasileiros Flamengo e Grêmio foram os vencedores em sete disputas consecutivas. Os europeus pararam em cinco, entre 1995 e 1999, com os títulos de Ajax, Juventus, Borussia Dortmund, Real Madrid e Manchester United e os vice-campeonatos de Grêmio, River Plate, Cruzeiro, Vasco e Palmeiras.
Antes disso foram poucos momentos de hegemonia, com três títulos sul-americanos entre 1961 e 1963 (Peñarol e Santos, duas vezes), 1966 e 1968 (Peñarol, Racing e Estudiantes) e 1992 a 1994 (São Paulo, duas vezes, e Vélez Sarsfield) e três europeus entre 1989 e 1991 (Milan, duas vezes, e Estrela Vermelha). No restante das temporadas houve revezamento de títulos ou no máximo dois consecutivos de times sul-americanos ou europeus - nunca houve um campeão de outro continente.
Para 2019, em meio ao maior período de soberania europeia no atual formato do Mundial de Clubes, é justamente a falta de competividade que torna a competição menos atrativa. Com baixas médias de público nos Emirados Árabes, o torneio pode não seguir sendo disputado por sete clubes, com seis campeões de cada uma das confederações filiadas e um representante do país-sede. Uma das ideias é turbinar o Mundial para chegar a 24 participantes e receber investimento privado - há uma oferta de conglomerado de empresas na mesa da Fifa de mais de R$ 85 bilhões. As discussões, porém, são boicotadas pelas federações da Europa e não avançaram.
Mesmo em meio às indefinições, o Mundial não vai poder parar de ser disputdo, porque a Fifa tem contrato com um grupo de compra e venda de produtos online como parceiro da competição até 2022. No ano que vem há a possibilidade de a China receber o Mundial, em decisão que será divulgada no primeiro semestre de 2019.
Campeões do Mundial de Clubes (organizado pela Fifa):
2018 - Real Madrid (vice Al Ain)
2017 - Real Madrid (vice Grêmio)
2016 - Real Madrid (vice Kashima Antlers)
2015 - Barcelona (vice River Plate)
2014 - Real Madrid (vice San Lorenzo)
2013 - Bayern de Munique (vice Raja Casablanca)
2012 - Corinthians (vice Chelsea)
2011 - Barcelona (vice Santos)
2010 - Inter de Milão (vice Mazembe)
2009 - Barcelona (vice Estudiantes)
2008 - Manchester United (vice LDU)
2007 - Milan (vice Boca Juniors)
2006 - Internacional (vice Barcelona)
2005 - São Paulo (vice Liverpool)
2000 - Corinthians (vice Vasco)
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