Ex-piloto havia passado por um transplante de pulmão em 2018. Foto: Divulgação
O tricampeão mundial de Fórmula 1 Niki Lauda morreu nesta segunda-feira (20), aos 70 anos de idade, em uma clínica na Suíça. A notícia foi veiculada pelo jornal austríaco "Die Presse", a partir de um e-mail divulgado pela família de Niki Lauda.
Ele estava internado com problemas renais, causa de sua morte.
A saúde do ex-piloto, um dos mais talentosos de todos os tempos, estava debilitada desde agosto de 2018, quando passou por um transplante de pulmão.
Ele se recuperou do procedimento, mas em janeiro deste ano voltou a ser hospitalizado por conta de uma forte gripe, não retomando suas atividades profissionais na Mercedes na F1, onde ocupava o cargo de diretor. Ultimamente fazia sessões de diálise para tratar de deficiência renal.
Natural da cidade de Viena, nascido no dia 22 de fevereiro de 1949, Andreas Nikolaus Lauda teve sua carreira do piloto quase encerrada após o gravíssimo acidente sofrido no Grande Prêmio da Alemanha de 1976, em Nurburgring.
A Ferrari de Lauda incendiou-se e ele ficou preso às ferragens por vários minutos. Com queimaduras de primeiro grau, chegou a receber a extrema-unção de um padre no hospital. Segundo o próprio Lauda, ele ouvia tudo o que falavam ao seu redor durante os primeiros dias de internação, quando todos pensavam que ele estivesse inconsciente.
As sequelas foram profundas em seu rosto, que ficou desfigurado, mesmo após diversas cirurgias plásticas. Sua orelha direita foi praticamente toda consumida pelo fogo e parcialmente reconstituída.
A história daquela corrida, da temporada de 1976 e detalhes da vida de Niki Lauda e James Hunt (que acabou sendo o campeão naquele ano), acabou eternizada em película, com o filme "Rush, no Limite da Emoção", dirigido por Ron Howard, em 2013.
ABAIXO, TRAILER OFICIAL DE "RUSH, NO LIMITE DA EMOÇÃO", DE 2013
Lauda já havia conquistado o título de campeão mundial de pilotos de F1 pela mesma Ferrari em 1975, e voltou a ganhar pelo time italiano em 1977.
Em seguida, transferiu-se para a Brabham, onde competiu nas temporadas de 1978 e 1979, tendo como companheiro de equipe o brasileiro Nelson Piquet, de quem se tornou um grande amigo. Abandonou o automobilismo para cuidar exclusivamente de sua empresa aérea, a Lauda Air, não competindo nas temporadas de 1980 e 1981.
Nelson Piquet e Niki Lauda, grandes amigos. Na imagem, de 2002, em Interlagos, um dos muitos reencontros dos dois, que foram companheiros de equipe na Brabham em 1978 e 1979. Foto: Divulgação
Como os negócios não trouxeram o retorno esperado, Lauda regressou à F1 em 1982, pela McLaren, e após duas discretas temporadas, voltou a ser campeão, em 1984, com a McLaren-Porsche.
Abandonou definitivamente as pistas em 1985, ano em que conquistou sua última vitória na F1, no GP da Holanda, disputado em Zandvoort, com McLaren Porsche. Ao seu lado, no pódio, Alain Prost (McLaren-Porsche) e Ayrton Senna (Lotus-Renault), segundo e terceiro colocados, respectivamente
No total, venceu 25 GPs, sendo 15 pela Ferrari, dois pela Brabham e oito pela McLaren. O austríaco largou na pole em 24 corridas.
Niki Lauda foi casado com Marlene Krus entre 1976 e 1991, com quem teve dois filhos: Mathias e Lukas. Também teve um outro filho, Cristoph, fruto de uma relacão extraconuugal.
Em 2008 casou-se com Birgit Wetzinger, uma comissária de bordo que trabalhava em sua empresa aérea. Com Birgit, 30 anos mais nova que ele, teve mais dois filhos, o casal de gêmeos Max e Mia.
Birgit, aliás, doou um rim para Niki Lauda, em um transplante feito pelo austríaco em 2005.