Ex-jogador estava com 61 anos. Ele formou a dupla `Casal 20´com Washington, que também morreu neste ano

Ex-jogador estava com 61 anos. Ele formou a dupla `Casal 20´com Washington, que também morreu neste ano

Ídolo do Fluminense e protagonista no clube tricolor nos anos 80, o ex-atacante Assis morreu neste domingo em Curitiba. Uma insuficiência renal foi a causa da morte do ex-jogador de 61 anos às 5h30, em um hospital da capital paranaense.

Assis criou a fama de carrasco do Flamengo ao decidir dois Cariocas consecutivos em finais contra o rival, em 1983 e 1984. Os dois gols estão entre os mais reverenciados da história do Fluminense. O ex-jogador marcou época ao formar com o atacante Washington a dupla chamada de "Casal 20".

O Fluminense também lamentou a perda de Washington neste ano. O outro integrante do "Casal 20" foi encontrado morto dentro de casa em maio. Ele lutava contra uma doença degenerativa, um tipo de esclerose, e vivia sob os cuidados de um enfermeiro. Washington já não falava mais e chamava o cuidador apertando um botão que ficava ao lado de sua cama. Quando foi encontrado, este botão de auxílio estava em sua mão, acionado.

"É uma perda muito grande. Assis foi um dos maiores ídolos da história do Fluminense. Marcou uma geração. Um ídolo que tinha uma forte ligação com o clube desde sempre. Hoje é dia de reverenciá-lo por tudo que fez por nós tricolores", afirmou o presidente Peter Siemsen.

Assis foi de rubro-negro a carrasco de outro rubro-negro em dois anos: em 1982, chegou ao Atlético-PR, e lá conheceu Washington, seu "cônjuge" na bola. Desembarcando no Furacão como moeda de troca pelo lateral Augusto, Assis conquistou ao lado do companheiro o Paranaense de 1982, e ajudou o time a chegar nas semifinais do Brasileirão de 1983.

Saiu o preto, entrou o verde: o bom desempenho impressionou a diretoria do Fluminense, que não perdeu tempo, contratando logo a dupla. O entrosamento dos dois em campo era nítido, e acabou levando ao apelido "Casal 20", em homenagem a um seriado de sucesso da época.

A decisão se revelou sábia, e Assis acabou entrando para a história do Fluminense como um grande carrasco do rival Flamengo. No Carioca de 1983, marcou sobre o rubro-negro o gol do título na final, aos 45 minutos do segundo tempo – com passe de Washington. No ano seguinte, repetiu a dose: outro gol, outra vitória por 1 a 0, outro título.

O Fluminense ainda ganharia o título brasileiro em 84, e o período vitorioso renderia a Assis duas partidas pela seleção brasileira. O meia, porém, não era garoto: chegara ao clube carioca com 30 anos. Deixou as Laranjeiras em 1987, com 54 gols marcados.

Ainda passou novamente pelo Atletico-PR, pelo Paysando e pelo Paraná antes de se aposentar em 1991. Comandou por vários anos as categorias de base do Fluminense, antes de se tornar embaixador do clube, envolvendo-se em vários projetos pelo Brasil.

O Fluminense decretou luto pela morte do ex-jogador. Benedito de Assis da Silva brilhou com a camisa tricolor entre 1983 e 1987. A torcida o homenageia até hoje com a música "Recordar é viver, Assis acabou com você".

Assis era o camisa 10 do time, conseguindo ser ao mesmo tempo um grande articulador, goleador e líder. O velório do ex-atleta acontecerá em Curitiba, às 15h deste domingo, 6, na Unilutus, que fica na Rua Desembargador Benvindo Valente, 348 – São Francisco – Capela 2. O enterro será realizado na segunda-feira, 7, no cemitério do Água Verde, às 17h, com saída da capela às 16h.

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