Em um momento em que a sociedade brasileira  (chocada com o caso Aranha na Arena do Grêmio) discute o ignóbil racismo, Leandro de Itaquera lança enredo sobre o "Invencível Mandela".

Em um momento em que a sociedade brasileira (chocada com o caso Aranha na Arena do Grêmio) discute o ignóbil racismo, Leandro de Itaquera lança enredo sobre o "Invencível Mandela".

Em um momento em que a sociedade brasileira, chocacada com o caso envolvendo o goleiro Aranha na Arena do Grêmio, discute o ignóbil racismo, a Leandro de Itaquera abre hoje, neste sábado, a partir das 21h,no Elite Itaquerense (Rua Augusto Carlos Bauman, 588), a festa de lançamento dos sambas que concorrem para retratar o "Invencível Mandela". As coirmãs Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tatuapé e X-9 Paulistana abrilhantarão ainda mais a festa com as suas apresentações.

De tão forte, o enredo sobre Nelson Mandela já nasceu histórico. E foi o primeiro da Vermelho e Branco da zona leste a ser lançado, oficialmente, na Câmara Municipal: aqui. Viva, Madiba!

Veja também o vídeo do portal Carnaval de São Paulo (http://www.carnavalsp.com.br/) sobre o evento.

Leandro Martins, Vitor Guedes e Gilson Nunes: dia histórico para a Leandro de Itaquera, para a raça negra e para todos os sambistas e seres humanos que têm em Nelson Mandela um grande exemplo de homem: viva, Madiba!

Vereador Paulo Fiorillo, autor da lei municipal que insitituiu o Dia do Mandela em 18 de julho (data de nascimento de Madiba), prestigiou o evento da Leandro na Câmara Municipal. Gilson Nunes, o Gilson Negão, embaixador do samba paulistano e baluarte da Vermelho e Branco, sempre ligado e antenado nas causas da raça negra, foi quem viabilizou a cerimônia. Valeu, Gilsão!

Gostou do BLOG DO VITÃO? Leia também, diariamente, a coluna Caneladas do Vitão, no jornal Agora São Paulo. A crônica deste sábado, 6 de setembro, "Macaco choaca mais do que viado", discute o racismo, a homofobia e outros preconceitos, todos, óbvio ululante, odiosos.

“Macaco” choca mais do que tudo

 Futebol não é o ópio do povo. Não entorpece. Ao contrário, esclarece. De forma nua e crua, traz à luz dos holofotes a escuridão em que vivemos, com nossos preconceitos odiosos camuflados à sombra da hipocrisia e do cinismo. Hiper-realismo surreal. Que representa a real.
 
O caso do goleiro santista Aranha, chamado de macaco na Arena do Grêmio, mostra muito mais do que a idiotia de uma minoria. Escancara também o quanto a maioria não tolera mais a estupidez racista. Cada vez que ela insiste em dar as caras, fica claro que é marginalizada pela imensa maioria.
 
Darwin explica. A geração do meu filho é mais tolerante que a minha, que é mais tolerante que a do meu pai, que é mais tolerante que a do meu avô, que é mais tolerante que a geração que viveu à época da escravidão, que é mais tolerante que os romanos que atiravam cristãos aos leões.
 
Se a intolerância racial provoca indignação, o futebol mostra como outros preconceitos estão vivíssimos na doente sociedade. “Bicha” e “viado” seguem o ápice da ofensa. Não é por outro motivo que nenhum jogador se assume gay.
 
A curto e médio prazo, é impossível imaginar que o senso comum se posicione contra homofobia no estádio e exija punição exatamente como fez em relação à gremista flagrada urrando “macaco” para Aranha.
 
Não é só a homofobia. No mundo à parte dos estádios, mulheres desacompanhadas e com roupas decotadas são consideradas culpadas, não vítimas, de assédios. Voltando às ofensas ao Aranha, o caso mostrou o quanto a sociedade considera o racismo inaceitável. O que é ótimo. E, de forma indireta, mostra que no futebol, a sociedade sem filtro, a homofobia e o machismo são valores aceitáveis. O que é péssimo.
 
Da série “duas aranhas, duas aranhas, vem cá mulher deixa de manha minha cobra quer comer sua aranha”, em matéria de opção e igualdade sexual, vivemos na Idade Média. Se for mulher, negra e lésbica, então...
 
Mais que tocar, é preciso trocar a faixa de Raul: “Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Sociedade sem qualquer preconceito é sempre a melhor alternativa. Dentro da lei! Da lei!
 

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web!

Fotos:  Portal Caranval de São Paulo

Charge do preconceito da coluna Caneladas do Vitão é do Cláudio. O brilhante chargista tem um blog que vale a pena ser visitado por quem curte política com senso crítico e bom humor: aqui

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