Em coluna recente (aqui), tentei traduzir a preferência da Ferrari por Vettel a Leclerc, fruto do salário quase 13 vezes maior que paga ao alemão.
As equipes de Fórmula 1 têm todo o direito de privilegiar A em detrimento de B, faz parte.
Senna tinha todas as preferências na Toleman, na Lotus e na McLaren, mesmo quando chegou no time em 1988, rivalizando com Prost, já bicampeão.
Na Williams também teria, caso Damon Hill, em algum momento, resolvesse atravessar o seu caminho.
A Ferrari tem um histórico robusto em decisões controversas.
O episódio Barrichello x Schumacher na Áustria em 2002 foi o ápice da iniquidade.
Atitude desnecessária, imediatamente repudiada pelos "dislikes" daqueles que estavam em A1 Ring naquele domingo, antes mesmo do neologismo fazer parte de nossas vidas.
Neste GP do Azerbaijão, em Baku, Charles Leclerc poderia até ter subido ao pódio, caso a Ferrari o tivesse chamado antes para trocar seus pneus.
O monegasco largou com os compostos médios (em oitavo, após o erro na classificação, o que deve ter sido um alívio para a cúpula rossa), retardou sua parada e estava em ritmo forte no começo da prova, melhor que as duas Mercedes e a Ferrari de Vettel, todos com compostos macios.
Assumiu a ponta e poderia, após seu pit-stop, voltar em quinto (na pior das hipóteses), atrás de Vestappen, em condições de superá-lo e buscar o pódio que foi de Vettel.
Porém, para evitar um duelo entre os dois, o time italiano deixou o monegasco na pista até, pasmem, o giro 35.
Ele voltou em sexto... Ainda ultrapassou Gasly para terminar em quinto, atrás de Bottas, Hamilton, Vettel e Verstappen.
A possível alegação do time escarlate, de que pneus macios não resistiriam tantas voltas, não convenceria.
Ganhou um jogo de pneus novos na penúltima volta para tentar o giro mais rápido e, consequentemente, o ponto de bonificação.
E ele conseguiu, fez sua parte.
Como mencionei no começo, a Ferrari faz o que bem entende com seus pilotos.
É óbvio que tudo está explicitado nos contratos que eles assinam.
Para quem vê a corrida, o sentimento é de desalento, no mínimo.
A sorte da Ferrari é que ela só fabrica carros com preços estratosféricos.
Seus clientes dão de ombros para a F1, visam apenas o prazer que o Cavallino lhes proporciona, quase sexual.
Por isso, e só por isso, a Mercedes, que vende carros bem mais acessíveis, permite que seus pilotos lutem com igualdade pelos triunfos. Isso emana simpatia pela estrela de três pontas.
A Mercedes dá mais uma flechada de prata no Cavallino Rampante...
Hamilton encostou em Bottas no final e ninguém nos boxes apertou o botão do rádio para qualquer orientação.
Rosberg foi campeão desbancando Hamilton em 2016, e Bottas está com apetite para tentar o mesmo.
Enquanto isso, a Ferrari adota estratégia contrária.
Sabotagem intramuros é o fim da picada.
Pobre Leclerc.
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