Para o treinador da Chapecoense, política de trabalho do futebol precisa mudar

Para o treinador da Chapecoense, política de trabalho do futebol precisa mudar

À frente da Chapecoense, única equipe que ainda não perdeu no Campeonato Brasileiro, o treinador Guto Ferreira acredita que não dá para formar bons técnicos no Brasil, se a mesma política de trabalho continuar a ser adotada.

“Como é que você pode formar bons treinadores, dentro de uma política de competição onde praticamente você só joga, sem muito tempo hábil de trabalho? Onde a cada seis meses, você é obrigado a remontar um time da estaca zero, isso quando não a cada três meses”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.

“Nunca foi exigido nenhum tipo de formação para se exercer a função de treinador. Qualquer um poderia exercer a função. Sempre foi avaliado o resultado momentâneo, nunca um trabalho sequenciado. Hoje se colhe o reflexo de tudo isso”, completou.

Guto disse também, que pela falta de novos talentos brasileiros, os clubes estão apostando em nomes estrangeiros, que precisam de tempo de adaptação.

“Nos últimos dois anos foram trazidos vários treinadores estrangeiros, pelo menos quatro ou cinco. O Paulo Bento (Cruzeiro) está chegando agora e tem que ter tempo para mostrar alguma coisa. Não fez nada diferente em relação a um brasileiro, pois não é mágico. Treinador nenhum é mágico”, disse.

Para o treinador, que no comando da Chapecoense conquistou duas vitórias e quatro empates no Brasileirão até agora, os clubes brasileiros precisam apostar nos treinadores mais jovens.

“Nós não teremos treinadores, à medida que os técnicos que fazem resultados, que são jovens e estão surgindo, continuem sempre com o dilema de, por serem jovens, não são considerados preparados e não ganham oportunidade”, concluiu.

Foto: Cleberson Silva/Chapecoense

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