Com o Pacaembu pulsando, o Corinthians venceu, de virada, o Atlético Mineiro, por 2 a 1. Fase quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1990. Foram dois gols de Neto no goleiro Carlos. Um de cabeça, outro de pé esquerdo dentro da área. A vitória solidificou a caminhada para o inédito título de campeão brasileiro do clube do Parque São Jorge.
Do Parque São Jorge, do Morumbi, do Pacaembu. Pois que o estádio corintiano estava só nos projetos. E foram vários anunciados por inúmeros presidentes que passaram pelo clube. De Alfredo Inácio Trindade, passando por Wadih Helou e Vicente Matheus até chegar a Andrés Sanchez. Este entrou em uma dívida quase impagável. Mas o time mais popular do estado finalmente construiu a sua casa.
A Neo Química ficou lotada para o Corinthians x Grêmio deste domingo. 43.980 pessoas pagaram ingressos para ver o empate de sua equipe.
Houve festa no final do jogo. Jogadores, comissão técnica e até jornalistas comemoraram o bonito gol de Renato Augusto, que empatou a partida e deixou o time gaúcho bem perto da Série B. Mas quem esteve em confrontos históricos do time corintiano, como a virada sobre o Galo, em 90, e em tantas outras partidas históricas do Timão, ficou constrangido com o que viu.
Havia no ar um clima de vingança. Em 2007, foi com um empate com o Grêmio, em Porto Alegre que o Corinthians consolidou o seu rebaixamento para a Segunda Divisão.
Então é disso que se trata. Corintianos presentes ao estádio sentiram-se vingados com o empate conquistado no fim.
É pouco. Pouco demais.
O Corinthians da trajetória vitoriosa de 90, da quebra do tabu contra o Santos, em 1968, também no Pacaembu, do gol redentor de Basílio contra a Ponte Preta, em 1977, que tirou o clube de uma longa fila de quase 23 anos sem títulos, e de tantas outras façanhas, não pode se contentar e festejar um empate dentro de casa contra um time que luta para não cair.
E ainda teve o dissabor de ver o adversário dominar a partida durante todo o primeiro tempo. Não era este o Corinthians que o seu torcedor mais fiel e acostumado com vitórias memoráveis esperava.
Um deles definiu bem a situação.
“Foi constrangedor”.
Este e outros corintianos acostumados a empurrar o seu time em busca de grandes conquistas esperavam ver um Timão demolidor, sufocando o Grêmio desde o apito inicial.
E não o contrário.
E o técnico Sylvinho mostrou não entender o que significa a garra corintiana. Quando Renato Augusto empatou a partida e fez com que a torcida se empolgasse, ele parou o jogo para fazer alterações.
Pior: Tirou Willian do jogo.
Tirou o jogador que dava mais trabalho ao adversário e que não mostrava o menor sinal de cansaço.
O gol incendiou a Fiel.
Mas o bombeiro da vez foi Sylvinho.
Mexeu na equipe, mostrando que estava feliz da vida com o empate.
Não é isso que se espera de um treinador do Corinthians.
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