Rubro-Negro venceu o River Plate na final da Libertadores. Foto: Flamengo/site oficial

Rubro-Negro venceu o River Plate na final da Libertadores. Foto: Flamengo/site oficial

Foram 38 anos e mais de 90 minutos de um jogo para o Flamengo conquistar a América após uma improvável virada no Monumental, em Lima.

É impossível não comparar os jogadores do mister Jesus ao time do rei Zico que ganhou e encantou o mundo em 1981.  O Flamengo, aquele time que praticava um futebol vistoso em todo mundo, voltou a encantar o continente americano. 

Depois da era vencedora da década de 80, o time rubro-negro ainda conquistou algumas taças, mas nada fazia alusão àquela época dourada até esse time de 2019 entrar em campo. Jorge Jesus trouxe conhecimento e inovação à equipe, e fez os jogadores renderem ao máximo e não desistirem antes do apito final, como neste sábado. 

O primeiro tempo foi do River Plate! Apesar do Flamengo ter começado a partida mais ligado e com a bola no chão, o time argentino achou o gol numa falha da defesa, nas costas de Filipe Luis. Gerson e Arão bateram cabeça. Após o gol, a equipe do River jogou com toda sua experiência e aproveitou os pontos mais fracos do Flamengo: marcava o meio de campo e acelerava a bola nas costas dos bons, mas lentos laterais do Flamengo. A segunda bola era sempre dos argentinos. 

Demorou 15 minutos para o Flamengo conseguir por a bola no chão e trocar passes, pricipalmente pelo lado direito, sempre com Everton Ribeiro, o motor desse time, mas os hermanos não davam trégua. 

No segundo tempo, o Flamengo voltou mais ligado e teve um lance de perigo, com um possível pênalti interpretativo que poderia ter sido marcado. A bola bateu no cotovelo do jogador do River dentro da área, mas o juiz nem checou o VAR. 

Aos poucos, o jogo foi se desenhando mais ao estilo do Flamengo, que aumentou a posse de bola, mas mesmo assim a equipe brasileira não conseguia finalizar e ainda levava perigo no contra-ataque. Esse foi cenário da segunda etapa. 

Os jogadores do Flamengo tentavam, mas não estavam rendendo como de costume. Se não vai na técnica, vai na raça. A frase não combina muito com o atual time, mas combina bem com a história dos rubro-negros. 

Diego Ribas, tão criticado pela torcida, mas um jogador importante e que cairia como uma luva em qualquer equipe, entrou muito bem. O Flamengo chegou um pouco mais, e aquele que é o artilheiro do Brasil no ano, fez gol da esperança aos 43 do 2º tempo. Gol no estilo do Flamengo, em uma das únicas jogadas trabalhadas do time nesse jogo. Minutos depois, o gol da virada. Gabigol não tinha acertado nada na final, mas fez os gols do título. Sorte de campeão, eficiência do melhor atacante brasileiro em atividade que deve ser a compra mais cara do Flamengo. 

O título não é fruto desse jogo, mas do conjunto. Das partidas emocionantes contra o Emelec, no Maracanã e a goleada histórica no jogo da semifinal com o Grêmio.

Claro que o processo de reestruturação que começou há anos um dia traria resultado. Também é assim na vida. O título tão sonhado veio após muito sofrimento. Foram anos de um futebol sem ganhar títulos expressivos ou que sempre batia na trave. 

O Flamengo é e deverá ser pelos próximos anos, favorito em todas as competições que entrar. 

O ano de 2019 ainda pode terminar com o título Brasileiro que não vem há 10 anos e o mundial. Independente dos resultados, o time da Gávea já fez história!

*Amandda Souza é jornalista formada pela Universidade Católica de Brasília. Trabalha com política na capital da república desde 2009, mas é amante do futebol. Comentarista esportivo há sete anos, quando começou a colaborar com o site do Terceiro Tempo. 

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