Por Samir Carvalho/iG Santos

Apesar de o Santos dizer "não? à proposta do Real Madrid, da Espanha, e não abrir mão de Neymar para a disputa do Mundial de Clubes em dezembro, no Japão, a diretoria santista continua a negociar com os espanhóis a transferência do atacante para a próxima temporada. O iG apurou que o empresário uruguaio Juan Figer se uniu ao Grupo Guia (Gestão Unificada de Inteligência e Apoio ao Santos), que tem cinco conselheiros do clube, para ajudar o Santos nas negociações com o Real.

O empresário inclusive participou em julho de uma reunião em Paris, na França, com o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, e o presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro. O encontro foi para tratar do futuro de Neymar.

Enquanto Neymar é agenciado por Wagner Ribeiro e pela 9ine, empresa de marketing esportivo criada por Ronaldo, o Santos utiliza as influências e a experiência de Juan Figer no mercado do futebol para fazer um bom negócio na futura venda de Neymar para a Europa.

As negociações ainda envolvem a empresa Terceira Estrela Investimentos S.A (Teisa). O grupo de investidores é formado praticamente pelas mesmas pessoas que integram o Guia, que administra o Santos ao lado de Luis Álvaro. A Teisa possui parte dos diretos econômicos de quatro jogadores: Neymar, Arouca, Elano e Henrique.

O iG apurou que a Teisa espera receber os 5% que possui dos direitos de Neymar diretamente do Real Madrid, quando o clube depositar os 45 milhões de euros (R$ 103,9 milhões) para comprar Neymar. Existe a possibilidade dos espanhóis esperarem pelo atacante até julho de 2012 e pagarem metade do valor em dezembro deste ano.

A venda dos 5% de Neymar à Teisa foi realizada em sigilo. O assunto veio à tona em reportagem na qual o iG publicou documentos que provam a negociação em dezembro de 2010. Na época, a Teisa pagou R$ 3,5 milhões por 5% dos direitos econômicos de Neymar.

O Santos negociou a porcentagem abaixo da multa rescisória de Neymar, que estava avaliada em 35 milhões de euros (cerca de R$ 78,3 milhões). Sendo assim, baseado no valor da multa, os 5% dos direitos econômicos do jogador custavam R$ 3,9 milhões. Se não bastasse, a transação foi fechada um dia antes de a multa aumentar para 45 milhões de euros (R$ 103,9 milhões).

A renovação do contrato do jogador feita em 2010 determinava que, a partir do dia 1º de dezembro, a multa teria um acréscimo de 10 milhões de euros (R$ 23 milhões). Desta forma, os R$ 3,5 milhões investidos pela empresa valem atualmente cerca de R$ 5,2 milhões.

Foto: iG/AE

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