Técnico da Seleção Brasileira age como bedel do próprio fracasso e dá de ombros ao sentimento de toda uma Nação

Técnico da Seleção Brasileira age como bedel do próprio fracasso e dá de ombros ao sentimento de toda uma Nação

Scolari conseguiu unir um Brasil ferido no orgulho. Algo inédito. Flamenguistas, corintianos, são-paulinos, vascaínos, palmeirenses, gremistas, colorados, atleticanos e cruzeirenses se juntaram a outros milhões de brasileiros para esmurrar a televisão em ação conjunta jamais vista na história desse País.

 Não, não falo apenas dos 7 a 1 contra a Alemanha. Isso é caso para terapia até 2018, pelo menos. Abordo também o vexame diante da Holanda. O placar de 3 a 0, fora o baile, deveria ter feito do gaúcho de Passo Fundo um poço de humildade sem limites de profundidade. Mas.... não.

 Não, o chimarrão do treinador deveria estar “batizado” com a mesma erva que o fez convocar Henrique e Jô. Fora da realidade e sem qualquer senso do ridículo, um homem de bem, multicampeão e com dinheiro para sustentar as próximas 100 gerações da verdadeira Família Scolari bancou o bedel de um trabalho mal feito.

 Acomodado e deslumbrado pelo título da Copa das Confederações, tão importante quanto aquele da quermesse da esquina, o técnico fez questão de desdenhar o óbvio, agredir a inteligência da opinião pública e tratar a todos os fãs do futebol brasileiro como espectadores sem importância.

 Disse, em outras palavras: “O circo é nosso. Querem participar? Sejam os palhaços”.

 Há, nesse momento, um sentimento de humilhação de Norte a Sul. Entretanto, Scolari, de forma arrogante e prepotente, considerou o vexame na Copa uma fatalidade. Uma obra do acaso. O povo não pensa assim.

 Não. O Brasil não treinou de forma adequada, não se atualizou diante das inovações propostas pelos adversários, não respeitou o suficiente aqueles que poderiam criar crateras no jurássico sistema de trabalho da Seleção.

O resultado??? Vergonha adiada por vitórias enganosas sobre Chile e Colômbia, que respeitaram demais a nossa camisa e a nossa casa.

O cenário descrito nas frases acima deveria exigir uma mudança radical de postura na CBF, certo? E-R-R-A-D-O!!! Na verdade, Scolari é o sujeito que definirá se segue no cargo. O comando é político, não técnico. Aí, surge o problema principal.

O Brasil tem um sistema viciado de escolha de presidentes de federações que determina quem será o novo Havelange, o novo Teixeira, o novo Marin. Enquanto o cérebro do nosso futebol estiver na cabeça de dinossauros, seremos reféns dos Felipões da vida. Dos Parreiras. Dos Murtosas! E da arrogância de todos eles. Guardiola? Pfffff.....

Scolari, uma última reflexão: se a Argentina for campeã do mundo no nosso Maracanã, poderei ter a mínima chance de perguntar a você como devo me sentir?

 

Notas

 

- A música “mala” da Argentina colou. “Brasil, decime que se siente...”

- As nossas alternativas à provocação foram ridículas. Todas. A cópia nunca supera a original.

- Torcem melhor do que a gente. Fato.

- Eles têm Messi, o Papa e tal.

- Mas vamos Alemanha, CARAJO!

 

No Twitter: @fabiolucasneves

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