Ontem alguns os campeões do Mundo foram homenageados pela seleção brasileira. Dino Sani, campeão do mundo em 1958; Zito e Pepe, bicampeões em 1958/1962, Mengálvio e Amarildo/62; Clodoaldo, Edu e Baldochi, que venceram em 1970 e Mauro Silva e Ronaldão (tetracampeões em 1994). Entrevistei Pepe e Clodoaldo, confira.

Roberto Gozzi: Como foi receber esta homenagem?

Clodoaldo: Toda homenagem que a gente recebe nos deixa feliz, pois estão lembrando nossa história. É muito bom lembrar de quem percorreu o caminho do penta. 

Roberto Gozzi: O que acha da atual seleção?

Clodoaldo: Se a gente falar sobre o jogo de hoje, a seleção está com dificuldades de marcação, o lado direito do Daniel Alves ficou exposto e o deixou sobrecarregado.Sempre teve dois ou três jogadores fazendo a triangulação em cima dele. No segundo tempo o Felipão corrigiu, mas é só um amistoso. Já era de se esperar o freio de mão puxado, pois estamos muito perto da Copa e ninguém quer se machucar. É um jogo que serve para o técnico observar os atletas. Vamos torcer, pois a estreia é importante, teremos um adversário chato e com boa marcação. Tem que absorver os erros de hoje, para não ser surpreendido semana que vem.

Em seguida falei com o ex-atacante Pepe. Aparentemente cansado, o ex-jogador estava triste em um canto sozinho.

Roberto Gozzi: O que achou da homenagem aos campeões?

Pepe: Muito bom, graças a Deus fomos homenageados. Estou aqui com muitos companheiros que batalharam comigo nas Copas de 1958-62. Fico feliz por esse reconhecimento, os dirigentes e os torcedores nos reconhecendo assim. 

Roberto Gozzi: O que achou do jogo?

Pepe: Com tantos autógrafos, fotos, caminhada para lá e para cá, não vi muitos momentos. Mas achei uma atuação regular, vamos entrar em uma Copa do Mundo e precisamos melhorar. Ficamos devendo neste jogo. 

Roberto Gozzi: Houve muito chutão da defesa para o ataque e o meio campo não ajudou o time, concorda?

Pepe: É um entendimento correto de sua parte, temos uma infinidade de volantes e falta um meia de criação, um jogador cerebral como foi o Didi na Copa de 1958. Mas não é só na seleção, quase nenhum time tem esse jogador e os atacantes sofrem com este fator.

Roberto Gozzi: O Ganso poderia ser este jogador?

Pepe: É um jogador excelente, mas o Brasil tem muitas opções, o próprio Ronaldinho Gaúcho entre outros. O Ganso é um deles, ele precisa primar mais pela regularidade, faz partidas boas e ruins e por isso não foi convocado. Mas o futebol dele é muito bom.

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Fotos: Kaique Lopreto/Portal TT